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Dúvidas freqüentes sobre Fonoaudiologia

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Como ajudar a criança para que ela desenvolva a fala sem dificuldades?

Para aprender a falar é preciso que algumas habilidades auditivas estejam prontas e que a musculatura responsável pela articulação dos sons da fala também esteja suficientemente desenvolvida e estimulada.
Por isso, fale com seu bebê enquanto cuida dele, cante para ele as cantigas de ninar, aconchegue-o com o calor de seu abraço.
Cuide para que ele possa mamar no peito, pois os músculos da boca e da face serão estimulados adequadamente.
Aprender a andar, respeitando todas as fases desse processo, é muito importante para a aprendizagem da fala. Deixe seu filho vivenciar as experiências corporais, ficar bastante no chão, explorar os espaços a seu modo e conquistar aos poucos seu equilíbrio para ficar em pé e andar!
Lembre-se: se seu filho ainda não tem um ano e ganhou de presente um “andador” para ajudá-lo a andar com apoio: agradeça o presente, mas não o use !

Às vezes a criança engasga e a mãe fica com receio ao introduzir os alimentos numa textura mais sólida e acaba deixando de fazer isso no momento certo. Isso pode causar problemas na fala?

A mastigação, assim como a sucção, é importante para a estimulação dos músculos da boca e da face, ajudando na articulação dos sons da fala e no crescimento facial. Por isso, sempre troque informações com seu pediatra.

Problemas de respiração podem interferir na fala?

Observe a respiração de seu filho ! Se você perceber que há dificuldade em respirar pelo nariz porque está obstruído, fale com seu médico. Períodos constantes de obstrução nasal podem levar ao hábito da respiração pela boca, o que pode prejudicar a fala e o posicionamento dos dentes nas arcadas dentárias. A respiração nasal é a forma de respirar mais saudável !

Quando a criança demora a falar, deve-se procurar ajuda?

Algumas crianças têm seu amadurecimento neurológico num ritmo mais lento que outras e, por isso, suas etapas de desenvolvimento acontecem um pouco mais tarde. Isso também se reflete na fala e pode ser um atraso normal. É importante lembrar, que para aprender a falar é preciso ter desenvolvido as habilidades motoras para articular o som e as auditivas para ouvir a fala do adulto e tentar imitá-la. Consultar o pediatra ou um fonoaudiólogo sobre esse pequeno “atraso” é muito importante.

Até quando falar “errado”, trocar os sons da fala, omitir um ou outro som pode ser normal?

Geralmente, o “r” como nas palavras “barata”, “porta” ou “prato”, são os últimos adquiridos. Se para falar alguns sons a criança interpõe a língua entre os dentes, já é um sinal que algo está fora de equilíbrio e é bom procurar orientação da fono. A partir dos quatro anos, espera-se que todos os fonemas já sejam articulados corretamente. Sempre é importante observar o desenvolvimento global da criança para compreender o porquê do problema na fala.

A criança fica rouca com freqüência? Você observa um esforço exagerado nos músculos do pescoço ao falar?

Cuidado, as pregas vocais podem estar trabalhando com muita tensão e um problema de voz pode estar acontecendo. Procure orientação do otorrinolaringologista e da fono.

Você preciso sempre repetir o que falou, pois a criança não entende da primeira vez ? Ela sempre pergunta ”o quê” quando você fala com ela ? Parece sempre estar distraída ? Liga a TV num volume muito alto ?

Fique atenta, pois um problema de audição pode estar acontecendo. Pode ser quanto à acuidade auditiva, isto é, se ela está ouvindo bem ou não os sons de menor intensidade. Pode ser, também, que ela não consiga processar a mensagem ouvida de forma adequada, por imaturidade da função auditiva. Casos de otites freqüentes podem causar dificuldades futuras no processamento da informação auditiva. Na dúvida fale conosco, pois testes específicos podem ser realizados para explicar essas dificuldades e orientações de tarefas simples podem prevenir problemas.

A professora tem falado de alguma dificuldade de seu filho para aprender a ler ou escrever? Ele tem apresentado trocas na escrita?

É aconselhável fazer uma avaliação fonoaudiológica para que o problema, que inicialmente pode ser simples, não torne o processo de aprendizagem uma experiência negativa, angustiante ou frustrante. Essa impressão negativa pode limitar a criança até sua vida adulta em suas habilidades para ler e escrever !