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Baixa prevalência de aleitamento prolongado entre mulheres com diabetes tipo 2

Do site do Instituto Girassol

27/10/2015

Esse estudo investiga a prevalência de aleitamento materno prolongado comparando dois grupos de mulheres com diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2 e identifica fatores prognósticos em mulheres com diabetes pré-gestacional para aleitamento materno prolongado.

O aleitamento materno prolongado foi definido como qualquer aleitamento após 4 meses de idade.

Entre as 149 mulheres avaliadas (44 com diabetes tipo 2 e 105 com diabetes tipo1 1), 98% pretendiam amamentar. Logo após o parto, ambos os grupos apresentavam grande frequência de qualquer tipo de aleitamento materno (86% nas diabéticas tipo 2 e 93% nas diabéticas tipo 1). Após 4 meses, a taxa entre as mulheres com diabetes tipo 2 foi significativamente menor do que as com diabetes tipo 1 (34% contra 61%).

Os autores concluíram também que o número de mamadas nas primeiras 24 horas fora fatores positivos na persistência do aleitamento enquanto que o IMC mais alto e o tabagismo foram negativos para essa prática em mulheres com diabetes pré-gestacional.

Comentário:

Esse estudo, realizado em Copenhagen, na Dinamarca, considerou como aleitamento materno prolongado, qualquer tipo de aleitamento (exclusivo, predominante ou misto) acima de 4 meses, diferente do preconizado pela OMS.

De acordo com as últimas pesquisas realizadas no Brasil em 2008/2009 (Pesquisa de Orçamento Familiar), cerca de 41% das mães estão em aleitamento materno e apenas 9% estão em aleitamento materno exclusivo no 6º mês pós-parto.

A cada dia são identificados novos grupos de risco de desmame precoce, que devem requerer mais atenção dos profissionais de saúde. O aumento da incidência de diabetes tipo 2, como parte da epidemia de obesidade na última década (DCNT com prevalência de mais de 50% na população brasileira), precisa ser melhor observado. 

A importância de amamentação nas primeiras 24 horas como fator positivo no prognóstico de aleitamento de longo prazo aponta para a necessidade de um maior estímulo ao aleitamento nas maternidades, sem oferta de fórmulas e mamadeiras, conforme recomenda a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) nos itens 6 e 9 dos Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno.

Temos um longo caminho a percorrer e quanto antes iniciarmos a jornada maiores serão as chances de atingirmos nossas metas de um ideal de aleitamento  materno: desde a sala de parto, exclusivo e em livre-demanda até o 6º mês, estendido até 2 anos ou mais.

Publicação:Taylor & Francis online
Fonte: Herskin, Camilla W., et al. "Low prevalence of long-term breastfeeding among women with type 2 diabetes." The Journal of Maternal-Fetal & Neonatal Medicine (2015): 1-6.
DOI: 10.3109/14767058.2015.1092138

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545