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Pesquisa instiga as pessoas a não julgarem grávidas e mães de primeira viagem

Do site JorNow

A Semana Mundial de Aleitamento Materno 2017 tem como tema central: Amamentar. Ninguém pode fazer por você. Todos podem fazer junto com você

por Márcia Wirth

20/07/2017

A Semana Mundial de Aleitamento Materno 2017, que tem como tema central: Amamentar. Ninguém pode fazer por você. Todos podem fazer junto com você,celebra o trabalho em conjunto para o bem comum, que produz resultados sustentáveis, maior que a soma de nossos esforços individuais.

E como ajudar as grávidas e mães de primeira viagem? Não atrapalhar, não julgar e não condenar já ajuda muito. Neste sentido, Aimee Grant, pesquisadora do Center for Trials Research da Universidade de Cardiff, disse que as mulheres grávidas e mães de primeira viagem de hoje se sentem julgadas por familiares, amigos e estranhos.

"Se você não pergunta às pessoas o que eles irão almoçar, entenda que também não é apropriado que elas façam sugestões sobre como você deve alimentar seu bebê", destaca Grant, que emitiu essas recomendações após realizar um estudo e constatar que a "vigilância comunitária" sobre as mulheres grávidas e sobre a alimentação dos bebês aumentou significativamente.

No estudo, publicado no jornal Families Relationships and Society, os pesquisadores entrevistaram pares de mães-avós e descobriram que o julgamento público a respeito das mulheres aumentou entre as gerações.

Os seis pares de mães-avós eram de áreas urbanas desfavorecidas do sul do País de Gales. Essas áreas foram selecionadas devido às baixas taxas de amamentação e às altas taxas de intervenção de saúde pública. Os filhos mais novos das mães tinham entre seis semanas e 25 meses. As próprias mães tinham entre 22 e 43 anos, e as avós entre 42 e 74 anos.

“Muitas das novas mães relataram que se sentiram vigiadas, avaliadas e julgadas, e algumas relataram a experiência de serem questionadas por estranhos sobre suas escolhas durante a gravidez e sobre a alimentação de seus bebês. As participantes também relataram uma série de pressões para alimentar seus bebês de maneiras particulares, incluindo um desejo geral de amamentar, em oposição ao uso de fórmulas para lactentes”, afirma o pediatra Moises Chencinski, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

As novas mães também relataram que a forma mais desafiadora de vigilância era a de estranhos, pois elas eram menos capazes de controlá-la. Uma delas contou uma visita a um café onde o garçom agiu "como um policial da alimentação", recusando-se a servir-lhe o chá da tarde que ela havia encomendado por causa de sua "grande barriga", mostrando que ela estava grávida. Durante sua entrevista, essa mãe disse que sentia como sua gravidez fosse "propriedade de todos".

Uma das mães compartilhou comentários de familiares sobre a frequência das mamadas do seu bebê e admitiu que ela própria passou a questionar sua habilidade de amamentá-lo corretamente.

Outra relatou que um parente havia lhe dito que ela não poderia beber álcool em uma saída noturna porque ela estava amamentando. Ela sentiu que essa intervenção era "intrusiva e rude", pois já havia conversado com seu médico sobre como ela poderia amamentar seu bebê com segurança e beber álcool.

Grant, que liderou a pesquisa, observa: "as mães em nosso estudo descreveram como esse policiamento intrusivo nas escolhas de estilo de vida começou na gravidez e depois continuou a impactar suas vidas cotidianas, principalmente no que se refere à alimentação infantil”.

“Esta vigilância e estas interferências podem resultar em mulheres grávidas e novas mães que realizam uma maternidade menos consciente, o que torna difícil seguir as recomendações e conselhos dos profissionais de saúde. Para apoiar o aleitamento é preciso também não julgar e não condenar as mães”, diz o pediatra, autor do blog #EuApoioLeiteMaterno.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545