O alimento fundamental do recém-nascido é o leite materno. Desse modo, o neném pode evacuar fezes líquidas a cada mamada, mas isso é normal.

Durante o desenvolvimento do pequeno, seu sistema digestório se aperfeiçoa, e com a introdução de outros alimentos, como sucos e frutas, as características de funcionamento da digestão se modificam, levando-o a evacuar fezes mais consistentes de 1 a 2 vezes ao dia. 

"Quando ocorre um aumento do número de evacuações, com a consistência líquida, temos o que se chama de diarreia" explica o Dr. Yechiel Moises, especialista em pediatria pela Santa Casa de São Paulo.

A diarréia se manifesta sozinha, principalmente nos pequenos. 

"Febre, vômitos, indisposição, dores na barriguinha, são os sintomas indicando sua provável causa", explica o Dr. Yechiel Moises. 

O importante é estar atento a alterações. Perceber que a diarreia no neném dura mais de sete dias é um sinal gravíssimo. 

Além da diarréia temporária (sete dias), há mais dois tipos: a persistente (que pode durar duas semanas) e a crônica (chegando a durar mais de quatro semanas).

As causas são as mais variadas. Segundo o Dr. Yechiel Moises, "a diarreia pode aparecer por intoxicações alimentares, quadros infecciosos - bacterianos, virais ou fúngicos - emoções e, embora não haja uma comprovação científica, até pela dentição".

A infecção viral mais perigosa é o Rotavírus. Ele é uma das causas mais comuns de diarreias em bebês e crianças. Todo cuidado é pouco, a diarreia que acompanha o Rotavírus é severa, pois a criança se desidrata muito rapidamente. 

Deste modo é recomendada a primeira dose da vacina no bebê entre 6 e 14 semanas e a segunda após 14 semanas, não sendo indicada a aplicação fora das idades indicadas.

Uma das principais complicações da diarreia, principalmente se estiver associada a vômitos, febre e pouca ingestão de líquidos, é a desidratação, "que nada mais é do que o desequilíbrio entre o que se ingere e o que se perde de líquidos", explica o Dr. Yechiel Moises. 

Moleirinha funda, olhos fundos e secos, boquinha seca e abatimento são sinais de desidratação.

"Mas não se deve esperar chegar nesse quadro para procurar o pediatra ou um pronto-socorro. Qualquer sintoma diferente merece ser comunicado para que se possa avaliar a situação e indicar o cuidado mais adequado a ser tomado em cada caso", completa. A hidratação é fundamental.

O leite materno é o santo remédio para prevenção e tratamento. Após avaliação, o médico orientará a alimentação e o tratamento, podendo ser de alopatia, homeopatia ou até os dois em conjunto.

"Nunca automedique ou mesmo autodesmedique seu filho sem antes consultar o médico", o pediatra alerta.