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Penico portátil, escadinha e mais: estes itens vão facilitar o desfralde.

Do site UNIVERSA- UOL

O assunto, porém, costuma gerar muitas dúvidas entre pais e cuidadores. Com que idade começar? Quais as melhores opções? Como acertar na escolha? A seguir, dois pediatras esclarecem.

por Bárbara Therrie

15/10/2022

Assim como andar, sentar e falar, o desfralde também faz parte de um dos marcos de desenvolvimento da criança.

O que é desfralde?
Desfralde é um processo que consiste em abandonar o uso de fraldas, quando a criança já tem consciência de quando e como controlar os esfíncteres, isto é, quando consegue segurar o xixi e o cocô.

Quando iniciá-lo?
Não existe uma idade certa para iniciar o processo, mas sim o momento adequado. O desfralde faz parte do amadurecimento físico, emocional e sociocultural da criança e não cabe ao adulto determinar uma data, mas sim estimulá-la e apoiá-la quando ela dá os sinais de prontidão e isso varia de criança para criança. Ela passa por três fases de conscientização e conhecimento de seu corpo. O 1º é: avisa que fez, o 2º: avisa que está fazendo, o 3º avisa que quer fazer.

O desfralde diurno costuma ocorrer entre 2 a 4 anos de vida e o noturno até 6 ou 7 anos. No entanto, estes números não são absolutos e o desfralde pode acontecer antes ou depois sem necessariamente indicar um problema. Respeitar a velocidade do desenvolvimento de cada criança é fundamental. Quando os pais ou cuidadores tentam antecipar esse momento, há o risco de confundi-la e gerar complicações como prisão de ventre, infecções urinárias e até traumas. Nenhuma criança deve ser repreendida ou criticada por não atingir as expectativas dos adultos.

Vantagens do redutor de assento
Com o uso do redutor de assento, o buraco do vaso sanitário é modificado e reduzido para que a criança tenha mais conforto, equilíbrio e se sinta mais segura ao fazer suas necessidades sem medo de cair. A criança é uma imitadora do adulto, ao vê-lo usar o vaso sanitário ela pode se sentir estimulada a copiá-lo, só que com o auxílio do redutor. À medida que a criança vai crescendo, o equipamento pode ser usado por mais tempo.

Uma outra vantagem é que, após o uso, não é necessário limpá-lo, é só dar descarga. Além disso, os redutores de assento com apoio (escadas ou banquinho para os pés) fazem com que a posição assumida seja mais confortável e eficaz para fazer cocô. Outro ponto positivo é que a maioria dos redutores são feitos de plástico ou madeira e isso melhora a sensação térmica do contato da pele da criança com a louça do vaso sanitário que é mais gelada.

Desvantagens do redutor de assento
Ele pode ser desvantajoso se não se encaixar adequadamente no vaso sanitário, se o buraco continuar grande e, com isso, não oferecer a segurança necessária para que a criança perca o medo do vaso. Se o redutor for sem escada ou sem banquinho para apoio, a criança ficará com os pés soltos no alto, o que pode dificultar a evacuação e o equilíbrio. Se o modelo for com escada ou banquinho, ocupará mais espaço e pode ser que a criança tenha dificuldade para subir sozinha.

Vantagens do penico
Ele ocupa menos espaço no banheiro, é seguro e mais acessível. A criança consegue se sentar sozinha, sem a ajuda de um adulto. O apoio para os pés, no chão, é mais prático. No penico, a criança assume uma posição de cócoras, o que favorece o esvaziamento completo da bexiga e do reto. O objeto também quebra a sensação térmica fria que ocorre nos vasos sanitários de louça.

Um outro ponto é a mobilidade. No início do desfralde é possível carregar o penico pelos cômodos da casa e isso pode facilitar o reconhecimento dos sinais dados pela criança e a pronta oferta do recipiente pelos pais. No entanto, o mais indicado é que ela se habitue a usá-lo no banheiro. Esta mobilidade também permite que o equipamento seja levado para outros locais, como em passeios, casa dos avós, etc.

Desvantagens do penico
Após o uso, é necessário jogar o xixi e o cocô no vaso sanitário, o que muitas vezes acontece com acidentes de "percurso". É preciso higienizá-lo. Se a limpeza não for feita adequadamente, há risco de forte odor. Algumas crianças podem ter resistência em aceitar o penico, pois, como são imitadoras dos adultos, não conseguem visualizar o exemplo dado pelos pais naquele objeto. O penico pode ficar desconfortável à medida que os pequenos forem crescendo.

Vantagens do mictório 
Para os meninos, pode ser um estímulo a mais para "fazer xixi em pé como o papai faz". Não há problema em meninos fazerem xixi sentados, mas em famílias em que há o desejo cultural de fazer xixi de pé, o mictório pode auxiliar. O equipamento também é um aliado lúdico, uma vez que existem modelos com brincadeiras de acertar alvo. Isso aumenta o interesse dos meninos e a habilidade de manusear o pênis para fazer xixi, com menos escapes no vaso sanitário no futuro.

Além disso, o mictório pode ser colocado em áreas externas da casa para diminuir o tempo entre a sensação de fazer xixi da criança e a chegada até ao banheiro. No entanto, o mais indicado é que ela se habitue a usá-lo no banheiro.

Desvantagens do mictório
O mictório tradicional só pode ser usado para meninos e só para fazer xixi. Para a evacuação, é necessário outro equipamento. Um outro ponto é que nem sempre a criança vai acertar a mira e fazer xixi dentro do mictório.

No entanto, vale dizer que existe o mictório portátil que pode ser utilizado por meninos e meninas. Este modelo é mais usado em viagens, uma vez que a maioria das crianças pequenas não consegue esperar para fazer suas necessidades até fazer uma parada adequada.

Como fazer a melhor escolha para o desfralde?
Não existe uma resposta única. Ao conhecer as vantagens e desvantagens de cada produto e o comportamento e a funcionalidade da criança, os pais devem escolher o que fizer mais sentido naquele contexto familiar. 

A escolha pode se basear em alguns fatores como: espaço, acesso, limpeza, aceitação da criança. Se for possível, os pais podem até adquirir os três produtos, redutor, penico e mictório, e ver com qual a criança se adapta melhor, auxiliando-a a fazer a sua própria escolha.

FONTES:

Yechiel Moises Chencinski (@doutormoises), pediatra, membro da Câmara Técnica de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde; coordenador do livro "Aleitamento Materno na Era Moderna -Vencendo Desafios, da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), criador e gestor do movimento Eu Apoio Leite Materno

Mariele Rios (@umamaepediatra), pediatra especialista em amamentação, pós-graduanda em Sono pelo Albert Einstein, e professora titular de Medicina na cadeira de pediatria da Universidade de Itaúna.





Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545