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Tratamento com laser na amamentação pode ajudar na recuperação da mama

Do site da Crescer

Conhecida como “laserterapia”, a técnica colabora na regeneração celular e ameniza dores vindas do processo de amamentação

por Isadora Noronha Pereira

08/10/2022

aleitamento materno, essencial para o desenvolvimento do bebê, colabora na manutenção de diversos benefícios, desde o fortalecimento do sistema imunológico da criança, por meio do leite materno, até o aumento do vínculo entre mãe e filho. Entretanto, dores e fissuras nos seios podem surgir como consequência do processo, gerando desconfortos para a mãe e dificuldades na hora de amamentar.

Caso o processo se torne doloroso, é sinal de que há a necessidade de buscar atendimento especializado para compreender as causas e lidar da melhor forma com as consequências do problema. Dentre os métodos que podem ser aliados na hora de promover melhoras em possíveis dores da amamentação está a laserterapia, uma técnica que se mostra eficaz no tratamento de mamas já machucadas por meio da aplicação de laser em baixa intensidade. “Esse tratamento, realizado com laser de baixa potência, faz com que a cicatrização da lesão aconteça de forma mais rápida, com recuperação dos tecidos e menos risco de infecção secundária por fungos ou bactérias que poderiam levar a uma mastite”, explica Moises Chencinski, pediatra, membro da Câmara Técnica de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde e colunista da Crescer.

Bem-estar na amamentação

Segundo Dr Moises, nos casos de disfunções, por exemplo, um dos principais fatores de desmame precoce é a dor. Assim, esse processo de tratamento de machucados e fissuras deve ser encarado como uma “urgência” no processo de amamentação, a fim de garantir o bem-estar tanto da mãe, quanto da criança. “Para esse tratamento, um dos principais cuidados é que se procure profissionais habilitados e capacitados no processo de laserterapia, que conheçam anatomia e o funcionamento das mamas, que saiba praticar o manejo da amamentação”, comenta.

O pediatra explica que as contraindicações do método são poucas: psoríase ativa na mama, tumores ou câncer de mama, mastites são alguns dos processos que impedem o uso do laser.

A raiz do problema

Apesar de ajudar na hora de tratar lesões nos seios vindas da amamentação, Moises Chencinski reforça que a laserterapia nas mamas não aumenta a produção de leite e não funciona como um método preventivo. Desse modo, a prevenção do surgimento de ferimentos, dores e outras complicações nesse processo ocorre em conjunto por meio do tratamento das causas, como a pega incorreta do bebê e o movimento equivocado da língua da criança, ligado à existência de um freio lingual que interfira no processo de amamentação, por exemplo.

“É importante que a mamada da criança seja avaliada desde o primeiro contato e que os ajustes, quando necessários, já sejam orientados por profissionais habilitados e capacitados no manejo da amamentação”, pontua Chencinski.

No Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) já está estabelecido como obrigatório o acompanhamento da prática do processo de amamentação por parte de hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares. O objetivo é prestar orientações quanto à técnica adequada enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, visando garantir o bem-estar da mãe e do bebê nesse processo e a continuidade do aleitamento. Entretanto, dados do ENANI-2019 apontam que apenas 62,4% das crianças da amostra foram amamentadas em sua 1ª hora de vida, trazendo riscos a essa prática.

Por isso, em caso de dores, se reforça a necessidade de buscar uma avaliação profissional não só para uma indicação de laserterapia ou outra forma de tratamento dos seios machucados, mas também para que sejam observadas as técnicas de amamentação. “ Nessa avaliação pode-se identificar e corrigir transtornos de posição e pega ou identificar disfunções orais, - como freio de língua presente que interfira no processo de amamentação, por exemplo - e promover o acompanhamento apropriado, de acordo com as recomendações de boas práticas”, completa Moises Chencinski.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545