Se vocês vão a 2 ou 3 lojas para escolher um sapato ou uma roupa ou um carro, verificando as melhores condições, porque não ter a mesma preocupação com a escola de seus filhos ?

Visitem, observem, comparem e, só depois disso, decidam. Vários fatores devem ser considerados e vamos discutí-los, separadamente, nos próximos ítens.

Recebi uma dica de uma mãe de paciente, que é pedagoga, sugerindo que os pais não marquem hora para visita e sim cheguem sem avisar. Assim não dá para a escola "se preparar melhor" para recebê-los.

PENSE NISSO!!!

Não saia de casa com esta primeira impressão já formada. Isso é um pré-conceito. Vá conhecer a escola onde você pretende colocar seu filho.

Se os restaurantes, hoje em dia, abrem suas cozinhas para que saibamos como são preparados os alimentos que vamos comer, a escola, com toda certeza, abrirá as suas portas para que você conheça o local onde seu filho passará de 4 a 8 horas de seu dia.

Não subestime seus instintos mas não os exagere. Visitem a escola, conversem com os responsáveis por ela e pelo futuro cuidado de seus filhos. Observem se vocêm conseguem estabelecer um vínculo de confiança, de empatia e de simpatia com eles. É seu direito.

Se alguma escola esconder algo de vocês, analisem bem e questionem o porquê desta atitude.

Este é um primeiro fator prático a ser analisado. Levar seu filho à escola será uma atividade diária durante muitos e muitos anos. Assim, procurem pela praticidade para não ter um desgaste maior no seu dia-a-dia e, conseqüentemente, no da criança. 

A escola pode ser próxima à sua casa ou ao seu local de trabalho, o que for mais prático. 

Tentem, nesta fase inicial, não depender de outras pessoas (avós, tios, vizinhos, empregada, babá, etc) para esta finalidade. A criança se sentirá mais segura se vocês forem levá-la e buscá-la. Além disso, o trajeto em conjunto, tanto na ida quanto na volta, permitirá a vocês uma avaliação mais apropriada de como a criança está se saindo no começo de sua vida em sociedade.

A facilidade de acesso à escola dá aos pais a segurança de poder intervir mais prontamente, em alguma situação onde isso seja necessário.

Procurem se informar com outros pais que têm crianças na faixa etária de seus filhos, no bairro onde você mora ou onde você trabalha, sobre as escolas que eles conheceram e visitaram e porque escolheram a atual.

De acordo com a lei, as escolas devem ter, no mínimo, uma recepção, uma sala de professores, uma sala para atividades pedagógicas, refeitório, berçário com camas individuais, uma área para amamentação e higienização, uma área de lazer coberta para recreação (mínimo de 1,5 m² por criança), área verde para atividades físicas, artísticas e de lazer, onde as crianças possam, também, ficar ao sol, pelo período apropriado. Nos berçários, deve haver, no mínimo, 1 atendente para cada três crianças.

Verifiquem a higiene da escola (funcionários de limpeza, cozinha, banheiros (se existe separação por sexo), presença de tanques de areia, etc).

Não se deixem impressionar por outros fatores (alguns até importantes) caso observem que a higiene deixe a desejar.

Verifiquem se existe a necessidade de levar lanche ou se a escola fornece as refeições.

Nem todas as escolas contam com nutricionistas (o que seria altamente recomendável pela variedade das faixas etárias e das necessidades alimentares de cada uma delas). Neste caso, conheçam o cardápio, verifiquem se existe alguns acompanhamento nutricional e a origem dos alimentos. Se for possível, acompanhem e provem uma das refeições e conheçam o local onde seus filhos vão se alimentar. 

Hoje, convivemos com um aumento alarmante no índice de obesidade infantil. Já há projetos de lei, como o São Paulo Mais Leve, para controlar a alimentação nas escolas, em suas lanchonetes, responsáveis, em grande parte, pelo desequilíbrio nutricional de nossos filhos. Assim, não abra uma conta na lanchonete e nem dê dinheiro a seu filho para comer na escola, se ele não puder ser responsável pelo controle e pela qualidade de seu cardápio.

Essa é uma grande dificuldade que os pais encontram a partir do momento em que seus filhos começam a freqüentar a escola. Adequar seus horários de trabalho ao horário da escola de seus filhos, às vezes, é um quebra-cabeças de árdua solução.

Na minha opinião, o melhor horário para uma criança ir à escola é no período da manhã. 

Ela acorda cedo (levando-a a ter sono mais cedo à noite), usa o período da manhã em suas atividades escolares (período produtivo mais curto do dia), almoça na escola ou em casa e tem o período da tarde e começo de noite (13 às 20 horas) para ficar em casa e fazer suas lições (crianças maiores), brincar, lanchar, tomar seu banho, jantar (com ou sem os pais) em um horário adequado), aguardar (ou não) a chegada dos pais, brincar um pouco com eles, contar sobre as coisas de seu dia e ir dormir mais cedo.

Crianças que estudam à tarde, ou chegam cansadas, cochilam, acordam e vão dormir muito tarde, ou mesmo sem este cochilo, costumam ter dificuldades para adormecer antes das 23 horas. Isso leva a um acordar de manhã após as 9:30 / 10 horas, com um período muito curto para tomar o café da manhã adequadamente, fazer algumas atividades escolares (lições), tomar seu banho, almoçar e sair para a escola ao meio-dia. Ou falha o café ou o falha o almoço, ou as crianças não cumprem suas obrigações, ou se atrasam para o início das atividades.

Outro aspecto importante é a flexibilidade de horários da escola. Veja como a escola lida com isso. Perguntem, questionem:

- Qual é o intervalo de tempo normal permitido para deixar ou retirar a criança da escola? 
- Se acontecer um atraso dos pais, quem cuidará da criança?
- Existe algum acréscimo a ser pago nas mensalidades em caso de atrasos?
- Será que a política de feriados da escola é compatível com a de seus empregos? 
- É possivel, em caso de necessidade, passar o seu filho de meio período para integral (ou vice-versa)?

Hoje em dia, este ítem é fundamental.

Verifiquem quais os mecanismos da escola para lidar com isso (equipes de segurança próprias ou terceirizadas, portas fechadas, etc). 

Como é a redondeza da escola? É um local populoso ou afastado? 

Determinem quem pode e quem não pode retirar a criança da escola. Em caso de imprevisto, quais os meios que os pais têm de autorizar outras pessoas a retirarem seus filhos da escola?

Qual a idade ideal para o primeiro beijo?
E para a primeira decepção amorosa?
E para o primeiro emprego?

Perguntas difíceis com respostas das mais variadas. Isso significa que não há uma resposta certa para estas perguntas. Assim como nesses casos acima, a idade ideal para entrar na escolinha não é um consenso. 

Atualmente, a sociedade luta pela licença-maternidade de 6 meses (até o momento, ela é de 4 meses). Será que aos 6 meses seria ideal que a criança passasse a receber outro tipo de alimentação que não apenas o leite materno? 

Vamos dividir (para facilitar a compreensão) esta situação em duas opções:

- Não há outra possibilidade: quando a mãe volta a trabalhar, não há condições (financeiras ou por opção) de a mãe parar de trabalhar, se não há ninguém que possa ficar com a criança e não há condições financeiras para arcar com os custos de uma babá. Neste caso, a criança vai ao berçário (ou à escolinha) assim que a mãe volta a trabalhar, independente da idade.

- Há outra possibilidade: a mãe pode (e quer) parar de trabalhar, uma avó se propõe a cuidar da criança, há condições de pagar uma babá para cuidar de seu filho. Neste caso você pode optar: deixar com alguém ou mandar para a escolinha assim mesmo?

Esta opção leva em conta o que se espera da escola (socialização, mudança ou criação de hábitos, educação, etc). 

Acredito que crianças gostam e precisam de crianças. A partir do momento em que haja a consciência do outro, a criança já pode ir à escola, pelo menos por meio período. Esta consciência pode ser demonstrada pelo desejo de contato, pelo ciúme, pela possessividade, pela insegurança no contato com outra criança. 

Que não se imagine que na idade ideal não haja sofrimento, riscos, perdas. Isso pode acontecer em qualquer idade (ideal ou não).

Ou será que você não se lembra o quanto sofreu quando perdeu seu primeiro namorado ou tirou sua primeira nota baixa na escola ou conseguiu seu primeiro emprego (e não gostou dele)?

Será que há uma idade ideal para perdas, dores e sofrimentos? Acredito que não. 

Mas acredito, também, que qualquer idade é boa para trocas, para o crescimento, para o aprendizado, enfim, para a vida.

Mas...
Se formos levar em conta características de dsenvolvimento bio-psico-físico-social, a idade mais aconselhável para a criança ir à escolinha é....

3 ANOS DE IDADE.

Nessa idade:

- A visão tem um primeiro grande desenvolvimento.
- A audição começa a se adequar.
- A criança começa a falar e pode contar e trocar com você o que acontece na escolinha.
- A adequação ortopédica acontece nessa idade, tanto que é quando se pede uma avaliação de rotina com ORTOPEDISTA PEDIÁTRICO.
- As fraldas podem ser retiradas (veja HORA DO DESFRALDE) nessa idade.
- E o sistema imunológico completa seu amadurecimento nessa idade, diminuindo a incidência de doenças infecto-contagiosas tão comuns quando a criança entra na escolinha.

Tá bom ou quer mais? Rsrs.

Cada vez mais, são apresentadas a nós, pais, correntes educacionais diversas. Existem as montessorianas, as piagetianas, as construtivistas, as behavioristas e muitas outras. Para nós, leigos no assunto, sempre é importante conhecer o que é cada uma destas linhas e no que diferem uma da outra. 

Para escolher qual a melhor, mais adequada para seus filhos, considere os valores familiares. Escola e família devem trabalhar harmonicamente na educação da criança. Incompatibilidades de princípios, com o tempo, geram situações de conflito que em nada contribuem para a educação da criança.

Por isso, é fundamental conhecer, antes da matrícula e em detalhes, a linha educacional da entidade, ponderar sobre ela, e certificar-se que existe compatibilidade entre o dia-a-dia da escola e da família. 

Mas, independentemente da linha seguida pela escola, saiba que, por lei, todos berçários e escolinhas, devem ser dirigidos por profissionais formados em pedagogia. 

Por isso não se iniba, pergunte sobre a orientação pedagógica da escola e a graduação dos seus responsáveis.

Cada vez mais, torna-se fundamental o entrosamento da escola com a família. 

Para isso, é necessário que a escola conheça os hábitos da criança em casa e que os pais saibam como seus filhos se comportam na escola.

Assim sendo, a escola deverá manter um diário que os pais devem receber e analisar em casa, contando, por exemplo, o número de trocas de fraldas (evacuações e urina), a hora em que a criança dorme (e o período de sono), os alimentos recusados, os brinquedos preferidos, etc. Desta forma, se estabelece uma rotina mais favorável para a criança. 

Sem contar que isso oferece ao Pediatra de seu filho informações importantíssimas sobre sua dinâmica e desenvolvimento.

Conheçam, em detahes, tudo o que é programado para seus filhos na escolinha, incluindo as atividades extras como natação, judo, ballet etc. Sua linha educacional se revela neste momento.

Vejam se existe algo que não lhes agrada, ou que considerem inadequado para seu filho.

Muitas vezes, uma conversa com mães e pais de criança já matriculadas na escolinha pode ser muito esclarecedora.

Deve haver um registro médico de cada criança na escolinha, onde conste se ela tem algum problema de saúde, se faz algum tipo de tratamento, se tem que usar algum medicamento em horário pré-determinado, enfim, um boletim de saúde da criança com cópia de sua carteira de vacinação.

Deixem na escola os telefones de contato de seu Pediatra. Os pais devem deixar um aviso sobre que medicamentos seus filhos não podem tomar (alergia medicamentosa).

Mas, não deixem nenhuma orientação sobre qualquer medicamento que possa ser dado em algum caso de possível emergência (febre, vômitos, convulsões, etc).

Quem deve orientar a medicação de seus filhos, em caso de emergência ou não, são os médicos (os pediatras e os Pronto Socorros em algum caso de urgência como quedas, cortes, convulsões, etc).

Este é um fator a ser considerado sempre. Analisem o custo-benefício de cada escolinha. Com freqüência é possível encontrar dois "benefícios" semelhantes com custos muito diferentes. Por isso uma busca minuciosa é compensadora. 

Com estes cuidados simples, muitas vezes intuitivos, é possivel fazer este momento tenso ficar mais ameno e permitir que um mundo novo, cheio de experiências e oportunidades de novas amizades, fique à disposição de seu filho. 

Lembrem-se que à mensalidade podem ser acrescentados os custos de alimentação, período a mais que seu filho fica na escola, passeios, outras atividades culturais (cinemas, teatro, viagens, etc.)

Cuidado para não transformarem seu filho em uma criança de agenda, onde ele recebe um grande número de informações, atividades físicas e culturais, impedindo-o de exercer a mais abençoada atividade que ele pode ter nesta fase: a de SER CRIANÇA.