Homeopatia

Como eu explico a Homeopatia?

O texto a seguir é fruto de uma palestra dada a leigos da comunidade por um Grupo de Homeopatas que presta atendimento gratuito em uma Paróquia na Vila Olímpia. Nessa época, eu também participava deste grupo e participei desta atividade.

Na época, com esta abordagem, conseguimos atingir uma meta antiga do grupo que era a de levar a homeopatia e informações sobre ela à população que a utiliza, em uma linguagem compreensível.

Esta palestra gerou uma outra que foi feita nas Faculdades Anhembi Morumbi, a um grupo de terceira idade (aproximadamente 50 pessoas, na maioria senhoras). Alguns já eram tratados com homeopatia e outros tinham muito interesse em conhecer como funcionava.

O grupo, na época, era composto pela Dra. Valéria Martinelli, Dra. Úrsula Hecht, Dra. Isis Dulce Pezzuol, Dr. Francisco Soares Netto, Dr. Carlos Alberto Ranzani, Dr. Irmo Kelmann e eu.

Foi uma ótima experiência.

Para agilizar, transformei em perguntas e respostas e aqui você pode ter uma idéia do que eu penso em homeopatia, da minha forma de tratar e acompanhar o meu paciente homeopático. Mas venha conhecer um pouco do que nós fazíamos por lá (no Grupo de Estudos) e o que eu faço no consultório. Não se acanhe.

 

A consulta homeopática: tão diferente da consulta "normal"?

Acho que a melhor forma de explicar a Homeopatia começa na consulta homeopática. Como já está explicado no capítulo A Consulta Homeopática, ela tem 2 partes:

Em uma parte, ela é igualzinha a consulta dos médicos que vocês já consultaram (ginecologista, pediatra, cardiologista e outros), porque nós também somos estes médicos e precisamos saber quais são as doenças que vocês têm e que precisam ser curadas, e os dados a respeito delas.

Aqui começam as diferenças, na outra parte da consulta. Para a Homeopatia, é importante saber todos os detalhes da sua queixa e como e porquê você adoeceu. Vamos imaginar que seu quadro seja de dor. Para nós, é importante saber, por exemplo:

-Quando sua dor começou ?
-O que estava acontecendo na sua vida na época que sua dor começou ? (trabalho, família, emoções, etc).
-O que melhora sua dor (ar livre, andar, deitar sobre o lado que dói, apertar, etc) e o que piora sua dor (pensar nela, clima, hora do dia, etc).
-Onde ela começa, como ela é (aperto, cólica, pontada, etc) e para onde ela vai ?
-Como você se sente quando sua dor vem ? O que você sente junto com sua dor ? (sono, diarréia, vê coisas, etc).

E pra que tanta coisa?

Porque cada ser humano é único. Cada um sente, reage, pensa diferente do outro.

Cada um de nós tem um sistema interno que nasce com a gente, que procura, antes de tudo, manter a vida e, sempre que possível, em equilíbrio, funcionando de forma suave e confortável. É uma força interna, poderosa e que nós nem percebemos sua atuação.

Quando sofremos alguma “agressão”, seja por motivos internos ou externos, por bactérias, vírus, por atitudes nossas ou em resposta a alimentos, emoções, hábitos de vida, etc...... nosso corpo se desequilibra e esta força busca nos equilibrar novamente (Força Vital).

Às vezes, até percebemos que isto está acontecendo e mais tarde voltamos a um estado de saúde. Mas muitas vezes não temos força suficiente para este reequilíbrio se realizar. Aí, alem de sentir essas mudanças, elas podem nos dar alguns sinais.

Para a homeopatia isso são os sintomas, esta é a forma de enxergarmos "aqui fora" o que está acontecendo “lá dentro” da gente, entender o como e o porquê nosso corpo está sofrendo. Sendo assim, é muito importante tentar "traduzir" o que está acontecendo, pois assim entenderemos como cada pessoa funciona, tanto em conforto como no sofrimento. Esta é uma das razões de tantas perguntas.

Exemplos:

-Como é que você reage, quando vê alguém caindo na rua ?
-Como é que você reage quando, à noite, chuta o pé da cama.
-O que acontece com você quando você toma chuva ?
-Como é teu resfriado ?
-Você é alérgico ? A que ? Quando começou a tua alergia ? Antes da alergia você nunca tinha tido contato com ____ ?

O Homeopata analisa as formas de reação das pessoas?

Exatamente. E, com as suas respostas, mostramos que cada pessoa reage diferente a estímulos às vezes iguais e que a Homeopatia não vai tratar o resfriado, ou a insônia e sim o SEU resfriado e a SUA insônia e que, para cada indivíduo, o desequilíbrio começa de maneira diferente.

E para cada tipo de reação, de conjunto de perguntas, o Homeopata tenta associar um, e sempre que possível, apenas um remédio que vá restabelecer a saúde como um todo.

Um exemplo sempre é bom.

Você sai com mais 3 pessoas e, inesperadamente, começa a chover (coisa rara aqui em São Paulo), e todos tomam um pouco de chuva. Um de vocês fica resfriado com espirros, dor de garganta, sem febre. O outro fica com dor de ouvido e dificuldade para engolir e com febre. O outro pega uma pneumonia e fica internado. E você, por exemplo, não pega nada. A chuva é a mesma, a quantidade de chuva é a mesma, nenhum de vocês estava previamente doente. Mas, cada um “adoece da forma que pode e não da forma que quer”.

Isso acontece porque cada um de nós é único na sua forma de reagir a estímulos e é esta forma que o Homeopata busca conhecer em cada indivíduo que ele atende. Esta é a principal razão para tantas perguntas durante as consultas.

Mas será que você se conhece a este ponto?

Quem nunca passou em consulta com um Homeopata sente algumas dificuldades em responder a certas perguntas porque nem sempre se observou da forma que nós precisamos para o bom andamento do tratamento. É preciso que cada um de vocês aprenda a se conhecer de um jeito diferente do que está acostumado até hoje.

Se eu tiver uma resposta errada a uma das minhas perguntas na consulta, isto pode levar a uma conclusão e a um remédio errado, atrasando, desta forma, o tratamento adequado.

Nós não estamos acostumados a nos observar diariamente e vamos respondendo algumas perguntas sem pensar, de forma automática. Sendo assim, se você não tem certeza da resposta, diga simplesmente “não sei, vou ver e na próxima consulta eu respondo”. Com tantas perguntas que o Homeopata faz, o conjunto pode não ficar alterado sem algumas respostas.

Mas, quanto mais respostas o Homeopata tiver, maior chance de acertar o remédio ele vai ter. Mas se uma parte das respostas não corresponder à verdade, o conjunto fica comprometido e há grande possibilidade de não conseguirmos ajudá-lo de forma adequada.

Até aqui eu entendi. Mas como eu adoeci? Castigo?

Há várias formas de explicar o porquê do seu adoecimento. Acreditamos na existência de um eixo que nos equilibra: o eixo psico-neuro-endócrino-imunológico (nooooossssaaaa que palavra comprida). Nada acontece isoladamente no nosso corpo. Quando, por alguma razão, ocorre um estímulo (nóxia) que desequilibra este eixo de tal forma que a força vital que habita em nós não consegue reequilibrá-lo, você adoece.

Já sei. Você já está se acostumando com os exemplos. Tá!

Você nasceu e apresentou uma dermatite seborrêica (este é um conceito que mesmo os alopatas aceitam hoje em dia). Passou uma pomada e o quadro sumiu. Sumiu para você, da superfície do teu corpo, mas pode ter sumido por ter entrado em seu organismo para atingir órgãos mais nobres (rinite, asma, por exemplo). Aí, esta nova manifestação aparece e você usa novos tratamentos (não homeopáticos) e eles também somem (de uma forma um pouco mais difícil) mas para o raciocínio homeopático eles se aprofundam mais, podendo levar a transtornos mais profundos (depressão, por exemplo).

Para tratar você de forma adequada, é necessário curar todos estes sintomas, cada um a seu tempo. A imagem prática que nós podemos fazer da sua cura é a de uma cebola que tem várias camadas. Você só consegue enxergar a camada externa (ou seja, os sinais e sintomas da doença que se apresenta agora). Ao medicar o paciente, conseguimos retirar esta primeira casca da cebola. O que acontece? Aparece outra e outra, e a seguir mais outras, até que possamos chegar ao centro da cebola. Uma vez aí, chegaremos ao centro de seu desequilíbrio que, uma vez tratado, encaminhará você à cura.

Então quer dizer que a Homeopatia cura tudo?

Não. A homeopatia busca um reequilíbrio do paciente. A homeopatia mexe na forma com que o paciente reage a alguns estímulos. Já exemplificamos isso em uma pergunta anterior, mas sempre vale a pena mais um exemplo.

Você, que é alérgico, trabalha em um ambiente que tem ar condicionado ligado o tempo todo. A cada vez que caem 3 graus na temperatura ambiente, você apresenta, por exemplo, uma crise de espirros. Aí você inicia um tratamento homeopático. Qual a expectativa? A minha é que o seu organismo se reequilibre e que seja necessária uma queda de 20 graus na temperatura para que você tenha a sua crise de espirros. Quantas vezes a temperatura caiu 20 graus este ano? Nenhuma!!! Quantas crises de espirro você teve este ano? Nenhuma!!!! Então você está curado da rinite??? De jeito nenhum.

O seu organismo, através do equilíbrio do seu eixo psico-neuro-endócrino-imunológico aprendeu a reagir de forma diferente ao estímulo e você não espirrou mais. Então, o medicamento homeopático equilibra você e é você, através de sua força vital (interior) associada à ação do medicamento homeopático, quem se cura.

LEMBRE-SE: Se você nasceu alérgico, você vai ser sempre alérgico. O que a homeopatia pode mudar é a sua forma de reagir e, assim, não manifestar mais nenhum sintoma de seu desequilíbrio.

A Homeopatia mexe com a energia do organismo e "ensina" o corpo a reagir quando ele é atacado por alguma doença (do corpo, da mente).

Homeopatia sozinha não cura câncer, AIDS, diabetes, por exemplo, não porque sejam doenças graves. O doente com câncer, por exemplo, está com sua energia debilitada e a Homeopatia não pode "exigir" que o doente disponibilize esta energia, que já está sendo usada para combater a doença principal.

Posso usar Homeopatia com outros tipos de tratamento?

Aproveitando a chance, vou esclarecer a minha opinião: pode-se usar Homeopatia com qualquer outro tipo de remédio. A Homeopatia pode ser usada junto com antibióticos, antitérmicos, pomadas, cirurgias, etc.

Só precisamos lembrar que a homeopatia e estes outros tratamentos agem de formas diferentes. Nós também sabemos usar e receitamos vacinas, quimioterapia, etc. Só que temos nas mãos, além destes, os remédios homeopáticos. E, em uma grande parte das vezes, achamos que os remédios homeopáticos usados sozinhos são suficientes para recuperar o equilíbrio do doente e usamos só até que o doente esteja equilibrado. Depois disso, o remédio homeopático também é suspenso.

Chás, florais, remédios naturais, fitoterápicos não são remédios de Homeopatia, mas podem ser usados em conjunto com a Homeopatia. Acupuntura também. Mas destes, só a Acupuntura e a Homeopatia são, hoje, especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina.

Remédio homeopático: o que é, de onde vem e como é feito?

O medicamento homeopático é receitado após uma consulta médica específica. Sendo assim, ele é único, para aquele quadro e para aquele momento. Assim, o medicamento precisa ser manipulado por profissional farmacêutico habilitado a fabricá-lo, estocá-lo e dispensá-lo de forma adequada e que esteja apto a prestar os esclarecimentos necessários.

O medicamento homeopático pode ser feito de plantas, animais, minerais. Ele é muito diluído e, desta forma, não vai fazer mal ao doente (da forma que se imagina, com efeitos colaterais ou intoxicação). Além de diluído ele é energizado (sucussionado). Isto quer dizer agitado, batido.

Exemplo (de novo ?) de uma forma de preparo do medicamento homeopático.

Pega-se uma parte da substância que vai ser transformada em remédio de homeopatia (veneno de cobra). Dilui-se em 99 partes de álcool e se “bate” (sucussiona) 100 vezes. Este é o 1 CH (Centesimal Hahnemanniana). Pega-se uma parte desta solução e dilui-se em mais 99 partes de álcool, bate-se mais 100 vezes e este é o 2 CH. Assim vai, até chegar no CH que queremos receitar. A isto, chamamos potência do remédio. Há outras formas de potências de medicamentos homeopáticos (LM, D, FC, por expemlo), mas todas são preparadas sob o conceito de diluição (ou trituração em lactose) e sucussão (o que é igual a dinamização).

Para quem conhece, ou se lembra um pouco do cursinho, das aulas de química, quando se faz isso 12 vezes (12 CH), não há mais matéria, só a energia proveniente da substância original. Este é o número de Avogadro.

O remédio homeopático pode ser administrado em gotas, pastilhas, glóbulos ou papel (esta forma é não é tão utilizada em São Paulo).

Eu prefiro prescrever os medicamentos homeopáticos em líquido (gotas e dose única). O único inconveniente é que ele é feito em base alcoólica e o gosto pode ser um pouco forte. Assim, sugiro sua diluição em um pouco de água (apenas o suficiente para tirar o gosto). Caso o gosto não incomode, como o número de gotas é pequeno (de 2 a 6), pode-se colocar direto na boca (mesmo da criança). Fique tranqüilo. Não há nenhum caso descrito na literatura homeopática sobre alguma criança (ou mesmo adulto) que tenha ficado dependente de álcool pelo uso do medicamento homeopático.

Outra forma que eu prescrevo, em algumas situações, são os glóbulos. Eles precisam ser chupados e não podem ser mordidos. Dependendo da situação, pode-se diluir os glóbulos em água, para administração do medicamento. Os glóbulos são aquelas “bolinhas docinhas e gostosinhas” que as crianças (e os adultos também, porque não) adoram. Parecem balinhas mesmo. Gente, mesmo gostosinhos, os glóbulos são medicamentos homeopáticos e devem ser tomados de acordo com a prescrição.

E se caírem uma ou duas gotas ou um glóbulos a menos tem algum problema ?

Normalmente não. A dose, em homeopatia, é contada pelo número de vezes em que o medicamento é administrado e não pelo número de gotas ou glóbulos em cada tomada.

Como tomar e como guardar o medicamento homeopático?

uando você for tomar o medicamento há algumas recomendações para que você possa usufruir do seu melhor efeito. Não quer dizer que se você não fizer o recomendado, o remédio não agirá mas sim que ele agirá melhor se estes critérios (tanto de tomar como de guardar os medicamentos) forem seguidos.

Evite o contato direto do medicamento com as mãos. Em caso de glóbulos ou pastilhas, ponha a dose adequada na tampinha do vidro e vire na boca. Em caso de líquidos: dose única (longe das refeições - ao deitar ou em jejum de pelo menos 1 hora antes e depois da tomada do medicamento) ou gotas diárias repetidas - conforme orientação médica.

Você deve evitar gostos fortes na boca (pasta de dentes, balas mentoladas, cigarros, café, bebidas) ao ingerir o medicamento (15 a 30 minutos antes e depois de tomar o medicamento). Aguarde 15 a 30 minutos entre a tomada de dois medicamentos homeopáticos.

Agite o frasco antes de cada dose tomada de medicamento (bata em sua mão com o vidro, 10 vezes antes de cada tomada). Isso vai modificar um pouco a energia do medicamento no momento da tomada e potencializar sua ação.

Os medicamentos homeopáticos podem ser usados simultaneamente com outros (até alopáticos), quando necessário. Quem decide isso é o seu Médico.

O local adequado para guardar o medicamento deve ser protegido de poeira, luz, umidade e calor, de cheiros fortes (cânfora - antídoto homeopático), de aparelhos que emitam radiações (microondas, geladeiras, computadores, eletrodomésticos, celulares, raios X, detetores de metais em bancos e aeroportos). Não deixe o medicamento homeopático ao alcance de crianças e animais. Ele não é inócuo.

E o que fazer com todos aqueles vidrinhos que sobram?

Mas doutor, sobra muito remédio em cada vidrinho!!!!
Mas doutor, sobram muitos vidrinhos que eu não usei até o final!!!!
Mas doutor, o que é que eu faço com tudo isso que sobra???????

Calma!!! Muita calma nessa hora!!!

Quando receitamos o remédio de fundo, como o medicamento é tomado por mais tempo, não costuma sobrar muito. Mesmo assim, nossa orientação é sempre guardar, pelo menos o último vidrinho usado, porque ele pode voltar a ser útil e necessário, desde que esteja dentro do prazo de validade.

Às vezes, ao aumentarmos a potência receitada (por exemplo, de 18 para 30 CH), aparecem alguns sinais que nos mostram que nossa conduta foi inadequada e que ainda deveríamos manter a potência anterior por mais algum tempo, até que sua ação se esgotasse.

Nessa situação, nossa orientação pode ser voltar à potência anterior por mais algum tempo e, posteriormente, aumentarmos novamente a potência.

Nos casos de remédios circunstanciais, receitados para um quadro agudo, como a quantidade utilizada costuma ser bem menor, a sobra do medicamento é maior. Como já dissemos anteriormente, cada um adoece como pode e não como quer. Isso significa que nós adoecemos, normalmente, da mesma forma, pelas mesmas razões e, provavelmente, necessitaremos dos mesmos medicamentos.

Assim, se estiverem dentro do prazo de validade, guardem os remédios para uma posterior utilização, se houver necessidade.

Além disso, é interessante que vocês anotem os nomes e as potências dos medicamentos que vocês possuem em casa. Tenham esta lista à mão quando telefonarem para mim. Assim, ficará mais fácil prescrever algo que possa ajudá-los, em uma situação aguda.

Bulas em remédios homeopáticos. Não tem jeito?

Não há como indicar para que serve este ou aquele outro medicamento homeopático.

O remédio é usado para quem (paciente) e não para o quê (doença). Você apresenta um conjunto de sintomas, em um determinado momento, com algumas características (clima, horário, duração, intensidade, causa, etc.) que indicam, às vezes, remédios diferentes para situações aparentemente semelhantes ou remédios iguais para situações aparentemente diferentes.

Vamos viajar. Que remédios eu levo?

- Alô. Dr. Moises. Nesse final de semana nós vamos viajar para o interior. Lá não tem farmácia de homeopatia. Que remédios eu levo?

Essa é uma questão muito freqüente que eu recebo durante as consultas ou mesmo pelo telefone.
Vou aproveitar para esclarecer uma frase muito falada por homeopatas:
"A gente não adoece como quer e sim como pode."
Traduzindo para o português, isso tem sentido.

Através de estudos e observações, nota-se que as pessoas costumam apresentar, normalmente, as mesmas formas de reagir perante os mesmos estímulos.

Quem é alérgico, costuma desencadear os mesmos tipos de crises, se o tempo esfria.
Quem é ansioso, costuma perder o sono ou ter dor de barriga antes de provas.
Quem é guloso, costuma ter o mesmo tipo de desarranjo, quando abusa em festinhas.

Assim, essa forma de reagir faz parte do perfil do indivíduo. E cada um reage, normalmente, de formas semelhantes.
Assim, minha recomendação é a de sempre levar o medicamento que estiver em uso no momento. Ele representa seu remédio de fundo, de equilíbrio. Se você apresentar qualquer alteração, este pode ser um primeiro medicamento a ser utilizado.

Além disso, leve os medicamentos que já foram utilizados em situações de urgência ou em intercorrências. Se vamos reagir da mesma forma aos estímulos, possivelmente os medicamentos serão os mesmos.

De qualquer forma, sempre, antes de utilizar qualquer medicamento, é importante que haja uma avaliação médica, onde quer que você esteja.

Depois, se puder, entre em contato com o seu homeopata, já com a lista dos medicamentos que você levou, para que ele possa orientar sobre a possibilidade de sua utilização.

Depois de tuuuudo isso, é só tomar o remédio e se curar?

Não. Aí estamos só começando. É importante que você observe tudo o que acontece com você, enquanto está usando o remédio. Observar o quê ?

Tudo. Tudo o que você tem que some ou que muda; tudo o que você não tem, que aparece; tudo o que você teve um dia que volta; mudanças de humor, apetite, suor, fezes, urina, ciclo menstrual, tudo. É importante que você saiba o quê, quando e como aconteceu com você entre as consultas para informar ao seu Homeopata e dar continuidade ao tratamento, na próxima consulta.

Caso ocorra algo de importante, alguma mudança no seu estado clínico que te incomode ou preocupe, entre as consultas, não espere a próxima. Entre em contato com o seu Homeopata. Às vezes, estas novas situações podem indicar uma mudança na dose, na potência, no medicamento ou até uma suspensão do medicamento (que pode fazer parte da evolução do tratamento).

Não se automedique e nem ouça os palpites dos outros. Os "mesmos sintomas" nem sempre correspondem à mesma doença e podem não levar ao mesmo tratamento, nem em indivíduos diferentes nem nos mesmos indivíduos em situações diferentes. Sendo assim, nunca repita uma receita, não recomende e nem aceite recomendações que não sejam feitas pelo seu médico.

Quando é que eu tenho alta na Homeopatia?

Depende do que você chama de alta.

Mesmo na Homeopatia, que é uma forma terapêutica mais natural, a intenção é que você não precise tomar remédios para o resto da vida.

Se a Homeopatia é uma terapia holística, e se o que buscamos é o equilíbrio, você terá alta quando os problemas que o trouxeram à consulta forem resolvidos e você se sentir apto a continuar em frente sem que haja necessidade de medicamentos.

Então você vai se tratar com Homeopatia? Atenção!!!

Espero que tenha ficado a idéia de que a homeopatia é uma forma de tratamento holístico (que vê o indivíduo como um todo), que não prejudica o doente, que o leva a uma cura suave e duradoura, barata, e que pode ser usada com qualquer outro tipo de medicamento.

A Homeopatia é só mais uma forma de ajudar as pessoas a se recuperarem de doenças e a se manterem saudáveis.

O tratamento homeopático não substitui e nem dispensa uma vida saudável, sem vícios, com uma boa alimentação, exercícios físicos, uma mente equilibrada em um corpo sadio, para gerar boa qualidade de vida.