Pediatria

Alimentação na infância

Este é um assunto inesgotável. Cada um tem sua opinião. Cada um tem um palpite, uma sugestão. Ué !!! Eu também tenho as minhas.

Dúvidas sobre a papinha salgada, sobre quando, como, quanto uma criança de 2 anos deve comer, etc. são constantes.

Nossas respostas não mudaram tanto assim nos últimos tempos, apesar de avaliarmos a alimentação equilibrada de uma forma um pouco diferente.

Aqui estão os textos (poucos por enquanto, mas em fase de expansão).

Se tiverem alguma opinião, escrevam e vamos analisar.

Alimentação na 1ª Infância

Este texto foi retirado de uma Palestra que eu dei no Hospital e Maternidade São Luiz, no dia da Nutricionista (30 de agosto de 1999). Esta é a minha forma de encarar um assunto que conta com muitas opiniões, baseado na minha experiência de mais de 25 anos de Pediatria.

Gosto de procurar as definições de alguns termos no Dicionário para obter uma explicação mais precisa, mais certinha sobre alguns termos que são importantes para a compreensão do todo.

Observando as crianças durante estes anos de vida profissional (além de ter 2 filhos), aprendi que comer, assim como qualquer ato proveniente de uma criança, não é tão simples assim como parece, e, ao mesmo tempo, tem uma lógica própria, peculiar.

Quem nunca parou até hoje para observar uma criança em qualquer atividade, não sabe o que perdeu. Experimente.

E, para finalizar, há algumas questões muito comuns a todos os consultórios pediátricos que eu procuro esclarecer, sob o meu ponto de vista, desde a tradicional ”Meu filho não come”, até a menos freqüente, porém, atualmente, cada vez mais importante “Meu filho não come tanto e engorda demais”.

Os dois textos a seguir (Definições do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa e Os sentidos da alimentação) completaram a palestra.)

Definições do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa

Alimento
S.m. 1. Toda substância que, ingerida por um ser vivo, o alimenta ou nutre. 2. Mantimento, sustento, alimentação.

Alimentos
S.m.pl. Recursos considerados indispensáveis ao sustento, que se devem aos parentes até certo grau impossibilitados de os prover, e entre os quais se incluem habitação, vestuário, assistência médica e, caso seja menor o alimentando, auxílio para sua educação e instrução.

Alimentar
V.t.d. 1. Dar alimento a; nutrir; sustentar. 2. Nutrir, fomentar. 7. Nutrir-se, sustentar-se.

Comer
V.t.d. 1. Introduzir (alimentos) no estômago, pela boca, mastigando-os e engolindo-os; tomar, abocar. 12. Provar, experimentar. 14. Tomar alimento (comer com as mãos). 15. Alimentar-se.

Comida
S.f. 1. O que se come. 2. O que é próprio para se comer. 3. Ação de comer. 4. Cozinha (francesa, portuguesa, etc). * Comida de sal. Alimentos temperados com sal, em oposição aos alimentos doces.

Hábito
S.m. 1. Disposição duradoura adquirida pela repetição freqüente de um ato, uso ou costume. 2. Maneira usual de ser.

Educação
S.m. 2. Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social. 6. Aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas.

Os sentidos da alimentação

Visão:
O alimento deve ser apresentado à criança de forma que agrade a sua visão. Uma sopa que contenha todos os ingredientes adequados a uma boa nutrição, de forma equilibrada, se for batida, apresentará, quase sempre a mesma “cara”. A introdução da refeição salgada para a criança deve ser lenta (o leite ainda é seu principal alimento), gradual (caldo, 2 legumes, 1 verdura) e variada (alternando um alimento por refeição) para com isso, mudarmos, inclusive a cor da sopa. Para crianças maiores, podemos fazer alguns desenhos, com cores variadas, tornando o momento da refeição lúdico e agradável.

Olfato:
A criança consegue distinguir os diversos “cheiros” dos alimentos. Quando vamos iniciar a introdução do leite artificial, solicitamos, de início, que a própria mãe ofereça a mamadeira (ou o copo, ou a colher). Quando temos dificuldades na aceitação pela criança, antes de mudarmos o leite, pedimos para que outra pessoa alimente o bebê. Às vezes, é difícil para o bebê aceitar a mamadeira, “cheirando o leite materno”. Importante não exagerar na oferta de alimentos que estimulem em demasiado o olfato, para que a criança não venha a apresentar, por excesso de estímulos, recusa alimentar (ela pode “enjoar” do alimento). Assim como nosso apetite fica mais aguçado quando sentimos o cheiro do alimento, se estamos resfriados, por exemplo, perdemos a fome, em parte pelo nariz entupido que impede esta sensação.

Paladar:
Esta é a sensação, aparentemente mais óbvia do ato de comer. O gosto é muito individual. Do que é você gosta mais: doce ou salgado ? Se entre os adultos esta ainda é uma questão que causa polêmica, imagine entre as crianças que, inicialmente, não foram apresentadas a todos os alimentos. As crianças também têm o direito de ter preferências e aversões. Mas para isso, é preciso que elas experimentem. E é papel do adulto oferecer e estimular todos os tipos de alimentos, independente de seu gosto pessoal. Além disso, de acordo com a faixa etária, o convívio social, o apelo da mídia, etc., o gosto vai se modificando.

Tato:
A criança precisa explorar tudo ao seu redor para assim conhecer o mundo que a cerca. Assim como ela pega os brinquedos e os leva à boca, ela sente a necessidade de sentir, manualmente, a diferença de textura e consistência do que ela vai comer. Não há muita coisa no mundo que se compare à observação de uma criança que está manuseando seu alimento. Suja pra caramba, mas é muito engraçado. E dá para saber, se você seguir as pistas espalhadas pelo chão, pela cadeira, pela roupa da criança, tudo o que a criança comeu naquela refeição. E, garanto a vocês, que a criança teve a oportunidade de aprender a comer estes alimentos.

Tempo:
Crianças não são adultos pequenininhos. Elas têm seu próprio “timing” que é diferente dos adultos. Na hora da refeição, isso faz uma grande diferença. Forçar (como se isso fosse possível) uma criança a comer mais rápido fará com que esta não perceba, adequadamente, o gosto, a textura, a consistência, o aroma dos alimentos e não curta o que está fazendo. Se a criança parar de comer, tente não retirar o prato imediatamente. Estimule-a mais um pouco para observar se ela não está mais com fome ou se ela se distraiu com algo mais interessante e chamativo, momentaneamente. E se a comida esfriar ? Não tem problema. Esquente-a um pouco ou deixe que a criança coma o alimento mais frio. Isto não diminui o valor nutricional do alimento (apesar de, em alguns casos, fazê-lo menos gostoso).

Questões comuns do consultório

Ele (o bebê de 5 meses de idade) não pode ver a gente comendo nada que ele logo quer
Na verdade, o que o bebê faz é tentar imitar o que ele vê. Se você colocar pedra na sua colher e levá-la à boca, ele também pode querer. Atenção !!! Não faça esta experiência em casa, pois podemos ter conseqüências desastrosas (se não na entrada, com certeza na saída).

Meu filho não come nada !!!???&&&%%%!!! 
Ele não come nada ou não come aquilo que a mãe gostaria que ele comesse ? Confirmada a falta de apetite, precisamos classificá-la para podermos atuar.

Inapetência comportamental: 
causada por atitudes inadequadas, tanto da criança quanto da família. Intervenção deve começar pelo adulto que tem contato mais permanente com a criança. Exemplos freqüentes de atitudes inadequadas:
1) ”Aviãozinho, trenzinho, carrinho ou qualquer outro tipo de veículo” – Para a criança comer sem perceber. Isto criará necessidade de, a cada dia, criar novos tipos de meios de transporte para a alimentação (foguetes, naves interplanetárias, etc…).
2) Televisão: Para que ela se distraia com as imagens e coma sem perceber. Isto pode levar ao hábito inadequado de comer sempre que se está na frente da TV –> OBESIDADE. 
3) O muito famoso “Já que …”. Já que ele não almoçou, vamos preparar uma mamadeira reforçada com gemada, farinha de cereal, mel, uma fruta e “já que” o bico da mamadeira impede a passagem deste “coquetel” aumentamos um pouco o seu furinho e “já que” quando ele está acordado ele não come, aproveitamos agora, que ele está dormindo e “tuchamos” a mamadeira “guela” abaixo, e ele toma tudo e “não sei porque” ele não aceita lanche “já que” ele não comeu nada no almoço.
4) Elevadores, carros, em frente da TV não são locais adequados para servir de refeitório. Habitue a criança a comer em um local adequado, sem nada que a distraia. Aproveite e estabeleça horários, enfim uma rotina alimentar.

Inapetência fisiológica:
Tem causa orgânica, mais comumente as deficiências de vitaminas e minerais (falta de ferro –> anemia –> anorexia). A correção deste quadro é, normalmente, medicamentosa, devendo ser avaliada pelo médico.

Meu filho só come porcarias !!!???&&&%%%!!! 
É comum a queixa das mães de que seus filhos só querem comer “porcarias” se referindo a salgadinhos e guloseimas extremamente valorizados pela mídia e pela maioria das crianças. Neste momento eu pergunto: “Como é que estas crianças obtém estes alimentos? Como se encontra a despensa desta família no quesito “porcarias”? As crianças saem as ruas, vão ao supermercado e adquirem, usando seu talão de cheques, tudo aquilo que desejam comer, ou são os adultos seus primeiros fornecedores e estimuladores??”
Não há problemas se as crianças consumirem doces e guloseimas, que fazem parte da infância. No entanto, é preciso ficar atento à freqüência e aos excessos. Estabelecer regras como finais de semana e festas para consumi-los é uma boa opção para que as crianças adquiram o hábito de comê-los nas horas certas. Lembrando que estes alimentos nunca devem substituir uma refeição.

Meu filho NÃO come porcarias E ENGORDA !!!???&&&%%%!!! 
O QUE ELE NÃO COME NÃO O ENGORDA. 

Mas ele come saladas e frutas. Como ele engorda?
Comer saladas e frutas não anulam as calorias ingeridas em fast foods, rodízios de massa e pizzas e doces e chocolates. Saladas e frutas fazem parte de uma alimentação equilibrada mas NÃO SÃO, ISOLADAMENTE, a refeição equilibrada. Há necessidade de outros grupos alimentares para que a criança possa crescer saudável.

Não sei como ele engorda. Ele até que não come tanto… 
O paradigma da obesidade infantil. Novo problema com o qual nos deparamos, cada dia mais, em nossa prática clínica diária. O erro pelo excesso. O recordatório alimentar é uma arma de conscientização da família para tudo o que é oferecido à criança durante um dia. Daí para a reeducação alimentar é um passo. Se for difícil cortar, economize calorias. Indo a uma rede de fast-food, ao invés de pedir o sanduiche de 650 calorias, peça o de 250 calorias. Peça a batata frita pequena no lugar da grande. Só isso já economizará 600 calorias em uma refeição.

Dicas de alimentação infantil

Local da Alimentação
A criança deve receber suas refeições à mesa, junto com os adultos. Deve ter a oportunidade de participar da refeição familiar, reforçando, desta forma, os laços familiares de união e tornando a refeição mais agradável. O horário da refeição deve ser respeitado para manter a disciplina, mesmo com a presença de visitas.

Cantinas e Lanches Escolares
O ideal é que a criança leve o lanche de casa, porque muitas cantinas oferecem alimentos calóricos e pouco nutritivos. Porém, vale a pena liberar a cantina uma vez por semana para agradar a criança. Na fase em que a criança diz: “levar lanche de casa é coisa de criança”, é importante criar opções mais práticas, nas quais eles não percam tanto tempo comendo e que também possam curtir os amigos no intervalo. Caso a cantina seja inevitável, oriente seu filho a consumir salgados assados em vez dos fritos, consumir sucos de frutas, evitar doces e sorvetes.

Merendas Saudáveis
- Frutas da época;
- Sanduíche, de preferência com pão integral (geléias caseiras ou queijo), evite utilizar gordura vegetal (margarinas);
- Iogurte de frutas;
- Bolos e bolachas simples e/ou integrais;
- Salada de frutas;
- Arroz doce, torrada com mel;
- Barra de cereais;
- Sucos de frutas.

Fast Food
A mania de comer rápido, fácil e gostoso, proveniente dos costumes americanos, faz, atualmente, parte do cotidiano de muitas crianças. Com inúmeras opções como hambúrgueres, batatas recheadas, massas e pizzas, os fast foods, apesar de serem uma opção rápida e gostosa, podem contribuir com o excesso de gordura na alimentação. A criança deve ser regrada a comer fast food no máximo uma vez por semana.

Participação da Criança
Incentivar a criança a participar da preparação da comida, fazer as compras com os pais, reconhecer e manipular alimentos (lavar as folhinhas de alface, tirar a casca da batata cozida, picar frutas para a salada, usando faquinhas de plástico) são atitudes que contribuem para a prática de um hábito saudável e estimulam o consumo de todos os grupos alimentares.
Fazer com que a criança sinta que foi responsável pelo preparo de algum alimento presente à mesa (mesmo quando sua participação foi mínima) é uma forma de trabalhar a auto-estima, contribuindo, também, para uma melhor aceitação dos alimentos. Elogios são importantes nesse momento.

Participação dos Familiares
Os familiares devem tomar o cuidado de não fazer comentários desfavoráveis em relação ao alimento pois as crianças são grandes “imitadoras” das pessoas que admiram. Se, por exemplo, o pai falar que não gosta de abobrinha, as chances de o mesmo acontecer com a criança são muitas.

Hábitos Alimentares Inadequados
Não estimular hábitos inadequados desde cedo. Utilizar açúcar em excesso para adoçar os alimentos, adicionar muito sal aos alimentos, ingerir excesso de bebidas durante as refeições (principalmente refrigerantes), comer frituras com freqüência são hábitos que os pais não devem estimular nos filhos, para não chegarem à idade adulta com tais práticas alimentares, as quais podem comprometer a saúde ao longo do tempo. Quando os pais têm tais hábitos, é desejável procurar corrigi-los.

Brincando com os Alimentos
Sempre que possível, tentar alguma atividade recreativa que possa ser desenvolvida (durante ou) fora da refeição, como contar histórias sobre os alimentos, fazer desenhos com a comida, contar quantas cores têm no prato, etc.

Texto elaborado por: Nutricionistas Clínicas da Medley Indústria Farmacêutica – Cintia Cadorin e Vanessa M. Gallardo.

Meu filho não come

Isso é comum por volta do segundo ano. Não insista: ele deve se alimentar quando tiver fome

Felipe, de 1 ano e meio, sempre se alimentou bem, mas ultimamente tem comido pouco. Tento levar na brincadeira, só que às vezes nem isso adianta. A refeição se transformou numa batalha.”

Casos como esse são muito comuns. Por volta do segundo ano, ocorre uma redução natural do apetite da criança, porque seu crescimento fica mais lento. Mas o fato de seu filho não aceitar o alimento que você lhe oferece na hora e do jeito que você acha apropriados gera sentimentos de raiva e apreensão. Muitas mães pensam: “Meu filho está me rejeitando ao recusar a comida que estou dando a ele” ou “Ele ficará doente se não comer”.

Os problemas começam no momento em que a mãe passa a forçar a criança a engolir o alimento. Ela percebe sua preocupação e enxerga aí uma boa oportunidade para medir forças.

PUNIÇÃO E RECOMPENSA

Se seu filho está ou não com fome, se gosta ou não do que foi servido, na sua opinião não importa: tem que comer. Assim, o ato de se alimentar se desconecta da fome real e ele passa a engolir o que está no prato como resposta a pressões externas. Muitas mães não se dão conta, mas brincadeiras e comentários do tipo “coma esta colherada para o papai ver o fundo do prato” ou “mamãe fica contente quando você come a carninha” ensinam a criança a se alimentar para contentar os outros em vez de satisfazer a própria fome.

O alimento também se dissocia da fome ao ser apresentado como punição (“Não tem sobremesa se não comer a carne”) ou como recompensa (“Mamãe dá um sorvete se você parar de chorar”).

ELE NÃO VAI PASSAR FOME

Se a dieta é balanceada, a criança não terá deficiências nutricionais. Isso não significa que a cada refeição ela precisa ingerir um alimento rico em proteínas, outro rico em vitaminas e assim por diante. Repare no que seu filho come durante uma semana completa. Mesmo que eventualmente só queira almoçar fruta e jantar batata, ao final desse período ele, com certeza, terá acrescentado outros pratos à sua alimentação.

As crianças são mais sensíveis ao gosto, à textura e ao cheiro da comida e podem rejeitá-la por razões estranhas para nós, como “essa vagem parece uma minhoca” ou “não quero mais a carne porque ela encostou no feijão”. Respeite esses pontos de vista. Ter uma alimentação restrita e recusar-se a provar algo desconhecido são características que geralmente desaparecem com a idade.

O ideal é apresentar o alimento de forma que seu filho possa comer sozinho. Nessa fase, ele já está pronto para isso. Deixe-o pegar a comida a seu modo e não fique preocupada com a sujeira. Caso contrário, vai parecer que se manter limpo é mais importante do que saciar a fome.

Quando a criança não quiser mais, respeite sua decisão e não insista na “última colherada”. O principal é que nossos filhos se alimentem ao sentir vontade, parem quando estiverem satisfeitos e gostem do que estão comendo.

Adriana Tavares é psicopedagoga

Papa salgada

Normalmente, a refeição salgada é introduzida entre o 6º e o 7º mês de vida, na forma de papa de consistência pastosa. Nesta idade, a criança adquire a capacidade de digerir e aceitar melhor estes alimentos. A cor, o sabor e a textura dos pratos são ítens importantes para agradar os pequenos e chamar sua atenção. Não há pressa em fazer o bebê comer uma grande quantidade. LEMBRE-SE: A criança é considerada lactente até 1 ano de idade. Sendo assim, seu principal alimento é o leite.

Essa refeição deve ter um tipo de carne, ovo ou leguminosas, um legume, uma hortaliça folhosa e uma fonte de carboidratos. Confira no quadro abaixo os grupos de alimentos que devem compor as papinhas do bebê.

 

Alimentos que devem estar nas papas salgadas

 

Carnes ou substitutos
(Escolha um)

Legumes
(Escolha um ou dois)

Hortaliças folhosas
(Escolha uma)

Fontes de carboidratos
(Escolha uma)

 

Carne bovina
Frango
Peru
Fígado
Ovo (gema)
Soja
Feijão
Grão de bico
Lentilha
Ervilha

Peixe e clara de ovo
(somente após os 10 meses de idade)

 

Abóbora
Chuchu
Cenoura
Abobrinha
Beterraba
Tomate
Quiabo
Vagem
Brocoli
Couve-flor
Berinjela
Nabo

 

Alface
Acelga
Escarola
Espinafre
Almeirão
Repolho
Couve
Folha de couve-flor
Folha de brócoli
Rúcula
Folha de beterraba
Agrião
Folha de cenoura

 

Arroz
Aveia
Batata inglesa
Cará
Mandioca
Mandioquinha
Fubá
Milho
Batata-doce
Inhame
Farinha de mandioca

 

 

Forma de preparo
Adicione primeiro a carne em aproximadamente meio litro de água fria e, assim que estiver cozida, adicione os outros ingredientes picados. Use pequenas quantidades de temperos como cebola, salsinha, cebolinha, sal e óleo ou azeite. Não se baseie no paladar dos adultos, a criança tem pouca tolerância a temperos pois está acostumada a sabores suaves.

Amasse os legumes, desfie ou pique a carne. A papa amassada irá estimular a mastigação, mesmo que a criança não tenha dentes ainda. Não bata ou peneire as papas. Use sempre a colher para oferecer esta refeição. Evite complementar esta refeição com leite ou derivados. Se for necessário complementar, devido a pouca quantidade ingerida pelo bebê no início, ofereça suco de frutas ou fruta amassada.

Deve-se oferecer, gradativamente, alimentos mais consistentes e separados em cores e sabores, evitando a monotonia, de forma que a criança aos 12 meses já aceite alimentação semelhante à do adulto.

Mel: você sabia que . . .

… além de adoçar alguns alimentos (sucos, iogurtes, mamadeiras, etc), o mel costuma ser utilizado pelas mães e avós para aliviar a tosse de resfriados e para ajudar a soltar o intestino dos bebês ?

A oferta de mel deve ser evitada abaixo de 1 ano de idade por ser um dos possíveis agentes causadores do botulismo infantil (de origem, preferencialmente, alimentar).

A criança nesta faixa de idade não produziu, ainda, sua flora (microbiota) de proteção intestinal, o que favorece a doença, em caso de intoxicação.

O botulismo é uma doença causada pela ingestão de neurotoxinas presentes em alimentos contaminados com a bactéria Clostridium botulinum (esporos).

Estes esporos podem ser encontrados não só no mel, mas também em conservas de vegetais, principalmente caseiras (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura – “enlatados e embutidos”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos e, raramente, os alimentos industrializados.

Assim sendo, estes alimentos também devem ser evitados em crianças abaixo de 1 ano de idade.

Para maiores informações sobre o mel e o botulismo, acesse o Boletim Epidemiológico Paulista (janeiro de 2.006) e o Manual das doenças transmitidas por alimentos, ambos do site do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo).

O lanche escolar

Essa é mais uma daquelas matérias que vêm a partir de uma série de perguntas de jornalistas e que não é utilizada na íntegra. Boas perguntas que geraram respostas estudadas e elaboradas e que apresentam informações relevantes.

O tema da vez foi o lanche na escola. Esse assunto gerou alguns artigos meus que estão (ou estarão) aqui no site, bem como entrevistas em rádios e jornais.

Sem muita demora, perguntas e respostas.

Alimentos orgânicos

Produto orgânico é o resultado de um sistema de produção agrícola que não utiliza agrotóxicos, aditivos químicos ou modificações moleculares em sementes.

Um cultivo que busca manejar de forma equilibrada, através de métodos naturais de adubação e de controle de pragas, o solo e demais recursos, preservando-os de contaminações e utilizando-os de maneira sustentável, mantendo a harmonia entre homem e natureza.

Os alimentos orgânicos devem ser certificados e são produzidos a partir de um sistema produtivo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. Na aparência, o alimento orgânico assemelha-se aos convencionais encontrados facilmente nas casas de comercialização. A diferença está no modo de produção, que garante um produto de qualidade muito superior.

Ao adquirir um alimento orgânico certificado, o consumidor tem a garantia de que está levando para casa um alimento isento de resíduos químicos. São produzidos em sítios ou fazendas certificadas, que seguem normas rígidas que determinam um sistema de produção ambientalmente correto. Estas normas exigem primeiramente que os produtores cumpram a legislação ambiental, proteção de nascentes, proíbe o uso de agrotóxicos e químicos evitando a contaminação do solo e dos recursos hídricos localizados dentro da unidade produtiva.

A produção e o consumo de alimentos orgânicos são bem comuns na Europa e vem crescendo rapidamente também nos Estados Unidos e Austrália. No Brasil esta produção e consumo também vêm aumentando significativamente nos últimos 10 anos e tem o objetivo de atender esta demanda cada vez maior por alimentos que garantam a segurança alimentar, a proteção ao meio ambiente e a dignidade social.

Estudos científicos sugerem que os alimentos orgânicos são melhores para a nossa saúde, pois o seu valor nutricional é maior do que aqueles produzidos convencionalmente.

Atualmente encontramos desde cereais, carne, frango, toda linha de laticínios e até papinhas e comidinhas para bebes, totalmente orgânicos, alem de alguns condimentos e outros produtos de mercearia seca que são comercializados em redes de supermercados e diversas lojas. Alguns produtores/empresas fazem o serviço de entrega domiciliar. Muitas empresas investem neste mercado “orgânico” viabilizando cada vez mais uma alimentação habitual com uma gama de produtos que têm como principal característica a ausência de insumos químicos, conservantes, acidulantes, entre outros, na sua produção.

Os consumidores de produtos orgânicos destacam a diferença de preço e de qualidade entre os produtos orgânicos e os convencionais – “podem custar um pouco mais, mas não tem agrotóxicos, aditivos, conservantes, corantes ou acidulantes o que garante uma melhor qualidade na alimentação da minha família e estão sempre “fresquinhos”.

Para estes consumidores, o alimento orgânico significa um meio de prevenir doenças, dessa forma, adquire um valor de garantia e investimento na saúde.

Dra. Mara Cristina de Sousa Miranda
Nutricionista Responsável pelo projeto e produção do Empório da Papinha.
www.emporiodapapinha.com.br

Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos, e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores para o nosso planeta.