O medicamento homeopático é receitado após uma consulta médica específica. Sendo assim, ele é único, para aquele quadro e para aquele momento (o simillimum). Assim, o medicamento precisa ser manipulado por profissional farmacêutico habilitado a fabricá-lo, estocá-lo e dispensá-lo de forma adequada e que esteja apto a prestar os esclarecimentos necessários.
O medicamento homeopático pode ser feito de plantas, animais, minerais. Ele é muito diluído e, desta forma, não vai fazer mal ao doente. Além de diluído ele é energizado (sucussionado). Isto quer dizer agitado, batido. Pega-se uma parte do remédio (exemplo – Mercurius ou outro).
Dilui-se uma parte do remédio em 99 partes de álcool e se "bate" (sucussiona) 100 vezes. Este é o 1 CH (Centesimal Hahnemanniana). Pega-se uma parte desta solução e dilui-se em mais 99 partes de álcool, bate-se mais 100 vezes e este é o 2 CH. Assim vai, até chegar o CH que queremos receitar. A isto chamamos potência do remédio. Há outras formas de potências de medicamentos homeopáticos (LM, D, FC, por exemplo), mas todas são preparadas sob o conceito de diluição (ou trituração em lactose) e sucussão (o que é igual a dinamização).
- O local adequado para guardar o medicamento deve ser protegido de poeira, luz, umidade e calor; protegido de cheiros fortes (cânfora – antídoto homeopático); distante de aparelhos que emitam radiações (microondas, geladeiras, computadores, eletrodomésticos, celulares, raios X, detetores de metais em bancos e aeroportos). Mantenha o medicamento homeopático distante do alcance de crianças e animais.
- Ao tomar o medicamento evite seu contato direto com as mãos. Em caso de glóbulos ou pastilhas, ponha a dose adequada na tampinha do vidro e vire na boca. Em caso de líquidos: dose única (longe das refeições – ao deitar ou em jejum de pelo menos 1 hora antes e depois do remédio) ou gotas diárias repetidas – conforme orientação médica. Você deve evitar gostos fortes na boca (pasta de dentes, balas mentoladas, cigarros, café, bebidas) ao ingerir o medicamento (15 a 30 minutos antes e depois de tomar o medicamento). Aguarde 15 a 30 minutos entre a tomada de dois medicamentos homeopáticos.
- Você deve agitar o frasco antes de cada dose tomada de medicamento.
E as bulas homeopáticas? Não existem. Não há como indicar para que serve o medicamento. O remédio é usado para quem (paciente) e não para o quê (doença). Este paciente apresenta um conjunto de sintomas, em um determinado momento, com algumas características (clima, horário, duração, intensidade, causa, etc.) que indicam, às vezes, remédios diferentes para situações aparentemente semelhantes ou remédios iguais para situações aparentemente diferentes. Os medicamentos homeopáticos podem ser usados simultaneamente com outros (até alopáticos), quando necessário.
ATENÇÃO: Nem todos os medicamentos preparados sob técnicas homeopáticas (diluição e sucussão) fazem parte de um tratamento homeopático.
Confuso? Não precisa ficar. Procure ler, aqui mesmo no site, sobre Os Pilares da Homeopatia e você vai entender que para um tratamento ser considerado homeopático ele precisa cobrir 4 condições: o medicamento precisa ter sido experimentado em homem são e sensível, ser usado pela lei da semelhança, remédio único em doses mínimas. Com o preparo homeopático, garante-se, apenas, o uso de doses mínimas.
Assim, medicamentos como Ooforinum, Tireóide, Triglicerides, Cholesterinum, Cartilagem, preparados de pó doméstico, mofo, autonosódios de secreções do organismo sadio ou doente, apesar de serem preparados na técnica homeopática, não podem ser considerados tratamentos homeopáticos. Eles podem ser usados, desde que com certo critério, no auxílio do paciente, mas não são baseados nos conceitos do tratamento de Homeopatia.
Preparados medicamentosos obtidos a partir de produtos biológicos quimicamente não definidos (secreções, excreções, tecidos e órgãos, patológicos ou não, produtos de oigem microbiana) e alergenos, manipulados segundo a farmacotécnica homeopática (Farmacopéia Homeopática Brasileira II)
Os bioterápicos dividem-se em:
DE ESTOQUE: Insumo ativo é constituído por amostras preparadas e fornecidas por laboratórios especializados. Exemplos: Psorinum, Luesinum, Tuberculinum, Pyrogenium, etc.
ISOTERÁPICOS: Sinônimo DE TAUTOTERAPIA. Tratamento pela mesma ou igual causa que provocou a doença, desde que não pertence a patologia do indivíduo. Também não é Homeopatia. Difere da isopatia por empregar produtos não patológicos de qualquer origem. Indicado nas dessensibilizacões e eliminação de drogas tóxicas. Ex. Chumbo dinamizado para casos de Saturnismo ou Arsenicum dinamizado para intoxicações por Arsenico, Colibacilinum para colibacilose em aves e nas mastites bovinas.
Auto-isoterápico – Isoterápico preparado a partir de excreções ou secreções obtidas do próprio paciente e só a ele se destina. Exemplos: sangue, urina, escamas de pele, cálculo renal, fezes.
Hetero-isoterápico – Medicamento preparado por técnica homeopática a partir de alergenos exógenos que, de alguma forma, sensibilizaram o paciente e só a ele se destina. Exemplos: pólen, poeira, pelos, solventes, medicamentos alopáticos, alimentos enfim substâncias que de alguma forma “sensibilizam”o paciente, para dessensibilizá-los.
Sinônimo de BIOTERÁPICO. Medicamento preparado por técnica homeopática obtido a partir de culturas microbianas, de vírus, de secreções, de excreções patológicas, de origem animal ou vegetal. Exemplos: Secale cornutum (esporão do centeio, normalmente parasitado por fungos), Medorrhinum e Tuberculinum (secreções patológicas do ser humano), Estafilococcinum, Difterinum (bactérias ou suas toxinas).
Autonosódio - Medicamento preparado por técnica homeopática oriundo de material patológico de um doente para ele próprio. Exemplo: Autonosódio de urina, de secreção vaginal, etc.
Medicamento homeopático preparado por técnica homeopática, obtido a partir de órgãos (ou suas partes) para "balancear" sua falta ou seu excesso de ação. Exemplos: Thyroidinum (da tireóide), Ooforinum (do ovário), Folliculinum (do folículo ovariano), etc.