Minha proposta inicial foi falar sempre sobre saúde.
Mesmo assim, de alguma maneira disfarçada, os assuntos sobre algumas doenças comuns e mais frequentes insistem em aparecer e não há como não orientar ou esclarecer alguns pontos sobre elas.
Dessa forma, vou tratar desses temas aqui, nessa parte do site, pelo menos sobre os quadros mais comuns e relacionados às crianças.
Alguns ítens já constavam do site e vou apenas transferir para cá. Outros começarão a aparecer.
Mas, mesmo assim, o foco se mantém o mesmo: INFORMAÇÃO e ESCLARECIMENTO.
Refluxo gastroesofágico (RGE)
Parece que de repente aparece uma explicação que nunca existiu e os quadros clínicos ficam claros, como que por um passe de mágica.
O refluxo gastroesofágico (com o nome de regurgitação) sempre existiu e provocava uma reação de satisfação nos pais (na época de nossos avós), quando se dizia com grande orgulho:
“Criança que regurgita, engorda”.
Hoje, através de estudos e exames mais apropriados, sabemos que, infelizmente, a situação não é bem esta.
Nem toda “regurgitação” é sinal de saúde assim como nem todo “refluxo” é certeza de doença.
“Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa e uma coisa não tem nada a ver com outra coisa.”
A seguir, algumas orientações para ajudar os pais a suspeitarem se o caso de seus filhos necessita ou não de um acompanhamento especializado.
De qualquer forma, o refluxo gastroesofágico, patológico ou não, deve ser comunicado ao seu Pediatra. Ele decidirá o que é o melhor para o caso de seu filho.
É a volta do conteúdo gástrico repetitivo para o esôfago.
Atinge 7 a 8% da população infantil, mais freqüente em lactentes jovens. Presente em cerca de 50% das crianças nos primeiros 4 meses de vida e em mais de 60% dos RN prematuros.
Na grande maioria das crianças, o RGE desaparece até os 12 a 18 meses de idade. A prevalência no adulto é de 5 a 8%.
O RGE ocorre quando a pressão de dentro do estômago supera a pressão do esfíncter inferior do esôfago. Em indivíduos (crianças e adultos) normais, quando o estômago se enche demais, a compressão do abdome pode acarretar RGE, mesmo diante de normalidade anatômica e funcional do esôfago e estômago.
Assim, a obesidade, a constipação intestinal, exercícios físicos, aumentando a pressão do esôfago, pode provocar episódios de RGE em indivíduos sem alterações gastro-esofágicas. Além disso, o RGE pode ocorrer em casos de hérnia de hiato, uso de alguns medicamentos que favorecem o RGE, esvaziamento gástrico retardado (até por comer uma feijoada ou um rodízio de carnes, por exemplo).
O Refluxo gastroesofágico pode ser classificado em:
RGE fisiológico
O lactente apresenta regurgitações pós-alimentares freqüentes e vômitos esporádicos, sem qualquer outra manifestação concomitante. É a condição mais habitual, mais comum nos lactentes, nos primeiros meses de vida. O lactente alimenta-se e desenvolve-se normalmente, mantém-se feliz e bem humorado. É o refluxo da criança chamada regurgitadora. Costuma melhorar sem tratamento durante o primeiro ano de vida. Melhora com postura ereta e com início dos alimentos mais pastosos ou sólidos na dieta.
RGE patológico
Quando além de regurgitações, vômitos (que podem estar ausentes no RGE oculto) apresenta outras manifestações clínicas. As principais manifestações clínicas que podem estar associadas são esofágicos (dificuldade para engolir-disfagia, esofagite), do aparelho respiratório (tosse, broncoespasmo, cianose-fica roxo, apnéia-não respira) e nutricional (déficit) que podem ocorrer isoladamente ou em conjunto.
- Primário: disfunção esofagogástrica, constituindo doença de refluxo.
- Secundário: existe uma outra causa por trás do RGE como: alergia à proteína do leite de vaca, asma, fibrose cística, lesões do SNC, obstrução de saída gástrica ou de duodeno.
RGE pode ainda ser oculto, quando não se apresenta com regurgitações e/ou vômitos, levando a outras manifestações clínicas, mesmo assim.
Os casos fisiológicos ou com manifestações clínicas leves não precisam de exames. Quando houver sintomas mais intensos ou suspeita de RGE oculto, estes exames podem ajudar na elucidação do quadro.
- Estudo radiológico de esôfago, estômago e duodeno (EED)
- Cintilografia esofagogástrica
- Esofagoduodenoscopia
- pHmetria intra-esofágica.
Importante definir se o RGE é fisiológico ou patológico.
Em quadros patológicos, avaliar mucosa do esôfago, comprometimento do aparelho respiratório e repercussões nutricionais bem como a intensidade da doença.
Tratamento pode ser dividido em:
- Medidas gerais (para qualquer tipo de RGE)
Esclarecimento dos pais , medidas posturais e dietéticas.
- Tratamento medicamentoso
De acordo com orientação e acompanhamento médico, com a utilização de medicamentos alopáticos ou homeopáticos, por tempo variável.
- Tratamento cirúrgico
Deve ser considerado apenas quando o tratamento clínico com as medidas gerais não surtiram efeito desejado ou em algumas condições clínicas especiais (estenose do esôfago, esôfago de Barret).
Em lactentes em que a prevalência de RGE é alta, a maioria absoluta dos casos não necessita de medicamentos, quanto mais de cirurgia. Na maior parte das vezes, o quadro é fisiológico, com regurgitações freqüentes e vômitos eventuais, sem qualquer outra manifestação asociada e melhoram, no máximo, até os 2 anos de idade. Mesmo a doença de RGE se resolve até os 2 anos em 90% dos casos.
Crianças amamentadas ao seio devem continuar recebendo leite materno.
Recomenda-se oferta em intervalos menores para que receba menor volume de cada vez, o que pode diminuir a freqüência do RGE.
Crianças já com outros alimentos devem receber a dieta fracionada (mais vezes em menor volume), especialmente se for alimentação líquida. Volumes pequenos de refeição diminuem a pressão intragástrica.
Para manter a taxa energética adequada, com o volume menor, aumenta-se o número de refeições
Em casos de RGE, é bem conhecido o efeito benéfico do espessamento da dieta (engrossar). Até há pouco tempo, a única forma era engrossar o leite de vaca oferecido aos lactentes com farinhas (maizena, aveia, etc).
Era conhecida como papa de Epstein.
Ingredientes: 3 colheres das de chá de farinha de milho ou de arroz, 1 colher das de chá de açúcar, 120 ml de água.
Forma de preparo: cozinha-se a farinha na água açucarada, até essa mistura ficar com consistência aumentada; retira-se a mistura do fogo e deixa-se esfriar.
A papa fria tem consistência de pudim e deveria ser oferecida à criança – 2 a 3 colheres de chá – antes da mamada.
Isto pode levar a uma série de problemas como excesso de carboidratos desequilibrando a dieta, erro na preparação por usar medidas caseiras, risco de contaminação aumentado e risco de sobrepeso ou até obesidade do lactente. Além disso, costuma-se aumentar o furo do bico da mamadeira (quando oferecido assim, apesar da orientação), fato que pode ocasionar alguns problemas fonoaudiológicos e respiratórios futuros.
Além disso, há um consenso de que o leite de vaca integral não é alimento adequado aos lactentes e só deve ser introduzido após o primeiro ano de vida (Sociedade Européia de Gastroenterologia e Nutrição, Departamento de Gastroenterologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e Academia Americana de Pediatria).
Então, isso vale mais como um "documento histórico" do que uma conduta a ser seguida.
Enurese ou controle do xixi
Até quando meu filho vai continuar a fazer xixi na cama ? Não aguento mais ter que colocar fraldas ou lavar lençóis todos os dias.
Essa é uma das queixas comuns e freqüentes que os Pediatras respondem diariamente em seus consultórios a pais esgotados, aflitos, nervosos, decepcionados, tristes, preocupados ….
Peraí!!! E as crianças? Como será que elas se sentem?
Alguém parou para pensar nelas ? Será que elas fazem isso só pra esgotar, afligir, enervar, decepcionar, entristecer, preocupar … os pais?????
Vamos conhecer a ENURESE (não controle da urina) e ajudar nossas crianças?
Entre os 2 e os 3 anos, a criança já se sente incomodada com a urina e começa a identificar, durante o dia, que sua bexiga está cheia. Assim, começa o controle urinário diurno. À noite, essa sensação pode aparecer até os 5 anos de idade.
A partir daí, é interessante dar uma atenção a essa criança porque, mesmo querendo ajudar a resolver esse problema “dele”, podemos causar mais danos à sua auto-estima e ao seu desenvolvimento.
Há muito mais por trás desse quadro e é sobre isso que vamos “conversar” a partir de agora.
http://www.medonline.com.br/med_ed/med8/enurese.htm
Texto imperdível para quem, como eu, gosta de relatos históricos. O texto faz um passeio através dos tempos, desde o alvorecer da civilização, com os antigos egípcios, passando pela época greco-romana, pela civilização bizantina, Idade Média, Renascença até os tempos modernos.
Condutas que julgamos engraçadas e bárbaras, utilizadas em tempos antigos ou em localidades “menos desenvolvidas culturalmente” não diferem muito de algumas utilizadas hoje para tratamento da Enurese (guardadas as devidas proporções). Você já está esperando, não é ? Um exemplo:
Alarmes para enurese
Na parte ocidental da Nigéria, um método de condicionamento próximo daquele de Nye, Pfaundler e do casal Mowrer é utilizado. Num primeiro tempo, a criança enurética é imergida várias vezes numa lagoa. Se isto não é suficiente, amarra-se então um sapo no pênis da criança. Quando esta molha sua cama, o sapo começa a coaxar, acordando a criança.
Trata-se de um aparelhinho — antes importado, mas agora já produzido no país — constituído de uma caixa emissora de som de 4 x 5 centímetros de comprimento e 2 centímetros de altura que é ligada por um fio de cerca de 60 centímetros a uma pequena placa metálica sensível à umidade. À noite, a criança enurética dorme com a caixinha afixada na região entre o pescoço e o ombro e o sensor preso por fora da cueca ou da calcinha. Quando ela solta a primeira gota de urina, o sensor acusa e a caixa emite um som que a acorda imediatamente, interrompendo a micção.
A palavra Enurese é de origem grega “enourein” que significa fazer urina ou urinar. É definida como a perda involuntária de urina na idade em que a criança já deveria ter obtido o controle. Na maioria dos casos ocorre durante o sono, à noite sendo denominada “Enurese Noturna”. Raramente está associada ao sintoma diurno, e quando isto ocorre necessita de uma investigação mais profunda para afastar outras alterações do sistema urinário.
Ao redor dos 2 a 3 anos de idade durante o dia, a criança consegue sentir a bexiga cheia e pede para urinar ficando livre do uso da fralda. Após os 5 anos de idade, à noite, durante o sono, não deve mais molhar a cama. Se isto acorrer apresenta o sintoma de “Enurese Noturna”.
Incide em 15% das crianças acima de 5 anos. É mais comum em meninos do que em meninas na proporção de 3:2. Mais do que 80% das crianças enuréticas apresentam o sintoma somente à noite.
Devido incidir na faixa etária de formação da personalidade da criança, ocasiona na maioria dos pacientes perda da auto-estima com conseqüente danos psicológicos futuros.
Os escandinavos estudaram através de testes psicológicos para medir a auto-estima, crianças enuréticas, crianças internadas em hospitais por doenças crônicas e crianças normais. Concluíram que as crianças enuréticas apresentam índices de baixa auto-estima mais acentuados quando comparadas com crianças que tinham doenças crônicas.
Nova avaliação realizada nas crianças enuréticas após o tratamento e desaparecimento do sintoma revelou índices iguais às crianças do grupo normal.(controle)
Até os 5 anos de idade, um eventual tratamento deve ser baseado em medidas de orientação e motivação não estando indicada qualquer terapia medicamentosa.
Após essa idade a enurese pode levar a uma redução da autonomia social da criança, com prejuízo de sua confiança e auto-estima, justificando-se assim a instituição de tratamento.
Não existe para enurese um tratamento único e com resultado de cura em 100% dos casos. Existem vários tipos de tratamento, com resultados que variam de 60% a 80% de cura, ao longo do tratamento, e cada um indicado para cada caso especifico.
O que é Enurese?
Quem tem esse problema?
Qual a causa da Enurese?
Existe tratamento para a enurese?
Qual o impacto da enurese em crianças e adolescentes?
Essas são algumas perguntas respondidas neste site, que tem um foco mais psicológico-comportamental, coordenado pela Profa. Dra. Edwiges Ferreira de Mattos Silvares, com experiência no assunto
www.uronline.unifesp.br/uronline1/art12.htm
A enurese é definida como a perda urinária involuntária durante o sono em crianças acima de 5 anos de vida. Atinge 15% a 20% das crianças nesta idade.
A forma mais comum é a enurese noturna monossintomática, onde não existem sintomas diurnos que indiquem disfunção miccional. Isto é, a criança não tem urgência para urinar, micções interrompidas ou incontinência diurna. A enurese é considerada primária quando nunca houve um período sem urinar na cama maior que 6 meses.
Muitas causas foram atribuídas à enurese mas, atualmente, sabe-se que a enurese noturna é hereditária. Caso ambos os pais tenham sido enuréticos, o risco para os filhos é de 77%, enquanto que, se somente um pai houver sido enurético, o risco se reduz para 45%. Desta forma, a etiologia da enurese é caracterizada por uma interação entre fatores genéticos e ambientais.
Para uma criança, permanecer sem urinar durante o sono envolve funções que não agem durante o dia. É necessário que a criança seja despertada pela bexiga cheia, e que o reflexo de micção seja inibido, para que a criança tenha tempo de acordar e ir ao banheiro antes que a micção aconteça.
Estudos recentes através de sinais auditivos, eletroencefalogramas e questionários parecem confirmar uma dificuldade do despertar nas crianças enuréticas.
Uma história detalhada e exame físico completo iniciam uma investigação da enurese, incluindo-se a história familiar duração e severidade do quadro. O diário miccional é solicitado aos pais para certificarmos-nos da freqüência urinária diurna e dos eventos enuréticos por semana. A ingestão de líquidos e alimentos sólidos durante o dia deve ser anotada. Muitas crianças ingerem quantidades elevadas de líquidos antes de dormir levando à causa da enurese noturna.
O exame físico afasta anormalidades gênito-urinárias e neurológicas. O exame de urina tipo I afasta infecção urinária e investiga diabetes melitos /insipidus.
Se a história clínica mostra uma enurese noturna monossintomática não existe necessidade de ampliarmos a investigação com outros exames, tais como a avaliação do fluxo urinário ou realizando uma ultra-sonografia (exames opcionais)
O tratamento da enurese pode durar um período prolongado, portanto tanto as crianças como os pais devem ser orientados e motivados para a tentativa da cura do problema. Casais separados, nível sócio-econômico precário, pais impacientes e crianças com problemas comportamentais requerem outras formas de atuação e correspondem a grupos de difícil controle.
A perda involuntária de urina durante o sono, denominada Enurese Noturna, ocorre em mais de 15% das crianças aos 5 anos de idade. A partir desta idade ocorre um índice de resolução espontânea de aproximadamente 15% por ano. Na adolescência 2 a 5% permanecem enuréticos, causando sérios problemas familiares, sociais e de auto-estima para a o jovem. É importante conhecermos as respostas para as dúvidas mais freqüentes sobre o assunto.
Até que idade é normal “molhar a cama”?
A maioria das crianças aprende a controlar sua micção entre os 2 e 3 anos de vida, mas é aceitável que uma criança de até 5 anos sem querer molhe a cama no máximo 1 vez por semana, desde que não tenha outros sintomas, como dores ao urinar, urgência para urinar (tem que sair correndo, para não urinar na roupa), perdas involuntárias de urina durante o dia ou infecções urinárias.
Se tiver um ou mais destes sintomas, mesmo antes dos 5 anos de idade, o problema pode ser complexo, e deve ter acompanhamento médico.
Por que alguns adolescentes ainda urinam na cama?
A - Predisposição genética - A possibilidade de os filhos terem enurese aumenta 45 a 75 % se 1 ou os 2 pais (respectivamente) tiveram enurese.
B - Produção de maior quantidade de urina durante o sono - O normal é as pessoas produzirem menos urina durante o sono, por ação do hormônio (Vasopressina). Nas pessoas com Enurese Noturna a produção deste hormônio pode ser menor, e a micção ocorre porque o volume de urina produzido é maior do que a capacidade da bexiga.
C - Imaturidade neurológica - no mecanismo de acordar ou na inervação da bexiga.
D - Fator emocional – raramente é fator desencadeador, mas a Enurese sempre influencia negativamente na personalidade da criança, com sentimentos de vergonha e culpa.
Quais as conseqüências da Enurese?
As conseqüências são, entre outras:
A - Risco da perda da auto-estima na fase de formação da personalidade (criança ou jovem inibido, retraído, reprimido, isolado, frustrado, com medo, vergonha, desprezo por si mesmo, culpa,…);
B - Repercussão social como falta às aulas, baixo rendimento escolar, dificuldades de relacionamento com os colegas, não poder participar de acampamentos, viagens ou dormir na casa de seus amigos, primos, avós etc.;
C - Pais ou outros familiares que podem estar frustrados, intolerantes por não conseguirem vencer o problema.
D - Custo econômico e trabalho envolvido na limpeza das vestes da criança, dos lençóis, cobertores, e da colocação do colchão para secar.
E - Estudos mostraram que 20 a 36% dos pais punem seus filhos pela enurese.
Quais os benefícios do tratamento da Enurese?
O tratamento beneficiará não só o paciente, mas também seus familiares. O controle noturno da micção significa para o jovem que ele é competente, que tem controle sobre seu corpo.
Significa que venceu esta etapa da vida, e rapidamente recupera sua auto-estima.
Para a família significa uma vitória, uma etapa vencida na socialização deste jovem, a certeza de que ele não era doente, somente demorou um pouco mais para conseguir o controle noturno da micçã
Existe cura espontânea da Enurese?
Sim. Após os 5 anos de idade, a cada ano aproximadamente 15 % das crianças com Enurese Noturna adquirem o controle noturno da micção. Aos 15 anos de idade, 2 a 5% dos adolescentes ainda têm Enurese.
Qual é o tratamento ideal da Enurese Noturna?
Somente o médico especialista, após conhecer o histórico da criança, examiná-la e solicitar exames, poderá indicar o tratamento ideal para cada caso. As opções incluem:
A - Restrição hídrica - o jovem deve estar motivado, e não ingerir líquidos 2 horas antes de deitar, até que tenha total controle sobre sua micção. Também deve evitar produtos que contenham cafeína, pois ela é diurética e estimula a contração da bexiga.
B - Urinar ao deitar e ao levantar - é essencial criar o hábito de urinar logo antes de deitar e logo ao acordar, esvaziando completamente a bexiga.
C - Recompensa pelas noites secas - A motivação é importantíssima. Os pais devem valorizar cada dia de vitória, com elogios, carinhos, demonstrando seu contentamento e participando ativamente do tratamento.
D - Treinamento da micção – com exercícios que orientam o controle do ato de urinar.
E - Tratamento da constipação (“intestino preso” ou “prisão de ventre”) - há importante correlação entre estes problemas, e a cura da constipação aumenta a possibilidade de sucesso no controle da micção
F - Alarmes - é a terapia de condicionamento. De noite o jovem usa o sensor próximo aos genitais, sensível às primeiras gotas de urina, e que dispara um alarme sonoro fixo na roupa, no ombro, para acordá-lo. O jovem levanta, vai ao banheiro e urina. Após 3 a 6 meses, criou-se o condicionamento e ele não precisará mais do sensor para saber que bexiga cheia é hora de urinar. Tem alto nível de sucesso e ausência de efeitos colaterais.
G - Medicamentos – apenas sob orientação e acompanhamento médico.
H - Acompanhamento psicológico - é importante para auxiliar o jovem a não se sentir culpado e recuperar sua auto-estima, acreditando na sua capacidade de vencer.
O que os pais não devem fazer?
Pais, lembrem-se que o jovem que urina na cama involuntariamente, não o faz porque queira. Leiam com atenção, e reflitam sobre vossa conduta, e depois com muito amor e calma, decidam em conjunto o que fazer !
ERRADO
A - Culpar o jovem pelo que está acontecendo, castigá-lo, puní-lo, xingar, ficar bravo.
B - Obrigar a lavar sua roupa, e/ou sua roupa de cama molhada.
C - Humilhá-lo, contar para as outras pessoas que ele faz “xixi na cama”, tornando-o motivo de brincadeiras, de “gozação”.
D - Deixar de levá-la ao médico e de seguir fielmente as orientações do mesmo.
E - Abandonar ou mudar o tratamento médico.
F - Utilizar algum medicamento porque foi receitado para outro jovem.
Texto extraído do site da Sociedade Brasileira de Pediatria (eu retirei a referência a medicamentos e drogas) – Núcleo Gerencial do Departamento de Adolescência da SBP
Enfoque Para os Pais – Enurese – Meu Filho Adolescente Ainda Faz Xixi na Cama. Que Devo Fazer?
Conhecendo melhor: OTITE
Participo de alguns grupos na internet e um deles, dos que eu mais gosto, é voltado para o estímulo ao aleitamento materno. Hoje vi um questionamento a respeito de otite e posição de mamada deitada da criança que merecia um esclarecimento. Para não "entupir" (rsrs) o grupo, optei pelo esclarecimento através de um artigo, com algumas ilustrações.
Ele acabou ficando um pouco longo (novidade... rsrsrs), mas acho que é bem esclarecedor.
Vamos a ele?
O ouvido mudou. Agora ele é chamado de orelha (é a nova nomina anatomica).
Para entender o que acontece na orelha (nova forma correta de se chamar ouvido), é necessário conhecê-la um pouco mais.
A orelha está dividida em três partes: orelha externa, orelha média e orelha interna (antigamente conhecidas como ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno).
A orelha externa vai do pavilhão auditivo (que á a antiga orelha, mais externa), passa pelo canal auditivo externo ou meato auditivo e termina na membrana timpânica (ou tímpano). Essa parte toda é recoberta pela pele e tem pêlos e glândulas que produzem a cera ou cerume (que ajudam a reter poeira e os micróbios que estão no ar e entram nas orelhas).
A orelha média vai da membrana timpânica (não tem contato com o ar) e é um espaço aéreo – a cavidade timpânica – dentro do osso temporal. Dentro dela (cavidade timpânica) ficam suspensos, por ligamentos, três pequenos ossos em contato um com o outros que são: martelo, bigorna e estribo (eles têm esse nome porque têm o formato parecido com essas estruturas).
Do cabo do martelo (que está encostado no timpano e que se mexe a cada vez que o tímpano recebe um estímulo sonoro, por exemplo, iniciando a transmissão do som recebido), até o estribo só temos ar nessa cavidade. A orelha média e a orelha interna se comunicam através de um orifício com uma membrana (janela oval). A orelha média também se comunica com a garganta (faringe) por um canal (tuba auditiva, antiga trompa de Eustáquio) através de outro orifício (janela redonda).
Através dessas comunicações o ar entra no ouvido médio e mantém a pressão de fora da orelha (fora do tímpano) igual à pressão do ar dentro da orelha (para dentro da membrana timpânica, na orelha média).
A orelha interna, conhecida como labirinto (essa você sabe o que é, aquela que dá tontura quando alterada), é formada por escavações no osso temporal, que são cobertas por uma membrana, mas aqui preenchidas por líquido. Limita-se com a orelha média pelas janelas oval e a redonda. O labirinto divide-se em outras estruturas que são responsáveis pela audição (cóclea ou caracol), pelo equilíbrio (vestíbulo) e pelos canais semicirculares.
Definição do Dicionário Michaelis.
otite
o.ti.te
sf (oto+ite1) Med Inflamação da membrana mucosa do ouvido. O. externa: inflamação do ouvido externo. O. interna: inflamação do labirinto. O. média: inflamação do ouvido médio.
Assim sendo, OTITE NÃO É INFECÇÃO.
As inflamações podem ter causas infecciosas (virais, bacterianas, fúngicas), alérgicas (otite secretora, por exemplo), traumáticas (provocadas por corpo estranho como insetos, hastes flexíveis, grampos de cabelo, palitos de dente... arghhh.... verdade, juro).
Na imensa maioria das vezes (cerca de 90%), as infecções são provocadas por vírus. Em segundo lugar, com muito menos frequência, vêm as bactérias (as que realmente precisam de antibióticos).
Ela pode ser otite externa (como se fosse uma infecção na pele, mas que atinge a orelha externa até o tímpano), uma otite média (do tímpano até a orelha interna) e uma otite interna (que inflamada vai ser a conhecida labirintite).
Cada uma delas pode ter uma causa e pode afetar uma área
A otite externa é sempre aguda, podendo ser causada tanto pela umidade contaminada (piscina, mar), por bactérias e fungos.
A água constante retira o cerume de proteção quando em excesso. Por isso quem pratica natação deve usar o protetor auricular.
A haste flexível (cotonete) deve ser usado apenas no pavilhão auditivo, externo, e não dentro. O diâmetro do cotonete é semelhante ao da tuba auditiva. Assim, quando "cutucamos" a orelha externa podemos "machucar" suas paredes e até o tímpano. Isso com hastes flexíveis. Imaginem outros objetos como grampos de cabelos, palito de dentes (que são muitas vezes usados para tentar tirar o cerume de dentro da orelha).
Entre as queixas das crianças temos a dor que pode ser intensa e até diminuição da audição (incha a tuba auditiva e não permite que o som seja adequadamente captado). Aqui, apertar a orelha para saber se há dor de ouvido pode ajudar, mas é melhor não apertar... dói, né?
Dependendo do quadro, pode até aparecer secreção. Na maior parte das vezes, não há febre.
Compressas quentes (mornas) secas nas orelhas ajudam a melhorar a dor. Só o médico está autorizado a orientar tratamento com gotas nas orelhas. Se as gotas (ou óleo, ou qualquer outra substância) forem colocadas antes, além de correr o risco de agravar a infecção, dificulta a visualização adequada pelo médico que terá que fazer uma limpeza (que pode ser mais dolorosa) antes de examinar.
ATENÇÃO: Cera pode até coçar, mas não é sujeira e existe para proteger os ouvidos.
Já nesse caso, podemos ter a otite média aguda, a serosa e a crônica.
Aguda:
Na estatística, é a segunda infecção mais comum entre as crianças e existem estudos que estimam que até 1 ano de idade, 65% das crianças já tiveram otite média aguda que pode chegar até a 3 episódios nos primeiros 3 anos de vida. Vírus e bactérias são os agentes mais importantes aqui.
Inflamação, dor, febre, perda de audição são alguns dos sintomas que podem chamar a atenção dos pais. O quadro costuma começar pelo nariz ou pela garganta e através da tuba auditiva chegar com secreção catarral ou purulenta até a mucosa da orelha média, onde deveria haver apenas ar.
A pressão do líquido leva à dor e pode até "vazar" através do tímpano, confundindo-se até com cerume. Mas costuma ser acompanhado de pequeno sangramento.
Diagnóstico e tratamento só através de avaliação médica.
Aqui, na imensa maioria das vezes, apertar a orelha para saber se há infecção não ajuda e a olho nu não dá para perceber qualquer mudança na orelha externa (a não ser que haja secreção por ter perfurado o tímpano).
Serosa:
Quando começamos a ter otites médias agudas de repetição, muitas vezes a orelha não se recupra totalmente. Nesse caso, fica um íquido na orlah média, onde deveria haver apenas ar. Isso pode levar à perda auditiva e, se ficar comum até os 3 anos de idade, interferir de forma muito prejudicial no aprendizado. Esssas crianças, sem diagnóstico adequado, podem ter seus diagnósticos confundidos com distúrbios de atenção.
Alergias, aumento de adenóides, sinusites podem provocar e até agravar essses quadros.
Muitas vezes, não há tratamento clínico adequado, sendo que nem antialérgicos, nem antinflamatórios hormonais e nem antibióticos solucionam esses quadros. A indicação pode ser cirúrgica (colocação dos tubinhos nas orelhas).
Ao contrário do que se pensa, a intenção não é retirar o líquido de dentro da orelha média, mas a de arejar essa orelha. A conseqüência desse procedimento elimina essa secreção também, podendo devolver a audição adequada a essas crianças.
A membrana timpânica se recupera e fecha.
Aqui, na imensa maioria das vezes, apertar a orelha para saber se há infecção não ajuda.
Crônica:
Aí já é um quadro de maior duração (acima de 3 meses, normalmente), levando, normalmente, à perda auditiva com interferência na escola e problemas de aprendizagem.
Esse quadro pode se acompanhar de uma perfuração no tímpano que pode não se recuperar, e o quadro pode se agravar pela entrada constante de água na orelha média.
Mas a essa altura, a criança já foi levada ao pediatra, ao pronto socorro, ao otorrinolaringologista e o quadro deve estar em acompanhamento.
Aqui, na imensa maioria das vezes, apertar a orelha para saber se há infecção não ajuda.
O principal sintoma de otite, independente da idade e do tipo dela é a dor. Tanto na otite externa quanto na otite média agudas, a dor pode ser intensa, interferindo no humor, no sono, na alimentação da criança. Em casos de inflamação na membrana timpânica, sugar pode aumentar a dor. Assim o bebê pode ficar muito irritado por ter fome e dor ao mesmo tempo, ou seja, ele tem foem, mas quand ele suga dói. Aí ele larga, mas está com fome... A febre pode ser outro sintoma associado.
No frio, as nossas defesas sofrem uma interferência negativa. Não há tanta produção de muco e movimentação de cílios que estão no nariz e nas árvores respiratórias e isso dificulta as defesas mecânicas do nosso organismo.
Para um melhor esclarecimento dessa resposta, vamos retomar o que já foi dito aqui sobre a orelha e acrescentar algumas informações.
Tudo acontece na orelha média.
A orelha média também se comunica com a garganta (faringe) por um canal (tuba auditiva, antiga trompa de Eustáquio) através de outro orifício (janela redonda). Através dessas comunicações o ar entra no ouvido médio e mantém a pressão de fora da orelha (fora do tímpano) igual á pressão do ar dentro da orelha (para dentro da membrana timpânica, na orelha média).
Falando agora sobre a tuba auditiva.
Ela é uma estrutura que se completa apenas aos 18 anos e que vai da faringe até o ouvido médio. Conforme mostra a figura abaixo, na criança, a tuba é mais curta e mais horizontalizada (10º) do que no adulto (45º).
O aleitamento materno exclusivo até o 6º mês favorece uma menor incidência de otites, pelo incremento à imunidade transmitida pela mãe através dessa prática. Além disso, pela característica funcional da mamada ao seio, o jato de leite ultrapassa a entrada da trompa e vai direto à faringe, sem riscos de voltar até a orelha.
Mas, mecanicamente, essa diferença de angulação e tamanho da tuba favorecem o aumento de otites em crianças, especialmente nas que mamam deitadas, especialemente com o uso de mamadeiras.
O vento pode ser um dos fatores que provocariam a dor de ouvido (otalgia), não a infecção (otite). Os cuidados devem sempre se evitar choque térmico tanto na ciança como um todo como também na orelha. Não se deve usar o cotonete (hastes flexíveis). A haste flexível (cotonete) deve ser usada apenas no pavilhão auditivo, externo, e não dentro. O diâmetro do cotonete é semelhante ao da tuba auditiva. Assim, quando "cutucamos" a orelha externa podemos "machucar" suas paredes e até o tímpano. Isso com hastes flexíveis. Imaginem outros objetos como grampos de cabelos, palito de dentes (que são muitas vezes usados para tentar tirar o cerume de dentro da orelha).
Você já tomou um refrigerante, deitada? Já engasgou assim? Já sentiu todos os lugares que esse gás sai? Por dentro, boca, ouvido, nariz e garganta se comunicam. Assim, mamar deitado pode favorecer o trajeto do líquido para orelhas (através da janela redonda), para os seios da face que se formam e até para os pulmões. Pela característica funcional da mamada ao seio, o jato de leite ultrapassa a entrada da trompa e vai direto à faringe, sem riscos de voltar até a orelha. Já em casos de uso de mamadeira, isso não acontece. Por conta da dinâmica da mamada na mamadeira (a criança suga o leite, enche a boca e depois engole), o leite pode "errar" o caminho e entrar pelo "buraco errado", causando a otite.
Mais uma razão para estimular o aleitamento materno desde a primeira hora de vida, exclusivo e em livre demanda até o 6º mês, estendido até 2 anos ou mais. E quando for passar para outra forma de dar líquidos, usar copinho e nunca mamadeira.
Isso vai depender do quadro que estamos enfrentando, de que especialidade médica atende o paciente. Antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos, antitérmicos podem fazer parte dessa orientação. Tem crescido e sido cada vez mais aceita a prescrição da homeopatia. Cuidados gerais como boa alimentação (iniciando sempre pelo aleitamento materno exclusivo até o 6º mês), hidratação, uma boa higiene ambiental fazem parte das orientações de tratamento. Cuidados locais como uma boa higiene nasal, evitar colocar qualquer tipo de objeto dentro das orelhas e o calor local podem ajudar.
Compressas quentes (mornas) secas nas orelhas ajudam a melhorar a dor. Só o médico está autorizado a orientar tratamento com gotas nas orelhas. Se as gotas (ou óleo, ou qualquer outra substância) forem colocadas antes, além de correr o risco de agravar a infecção, dificulta a visualização adequada pelo médico que terá que fazer uma limpeza (que pode ser mais dolorosa) antes de examinar.
Não pingue nada dentro da orelha da criança sem orientação médica.
Quando as infecções aparecem, um médico deve ser consultado. Inicialmente, quem acompanha esses quadros é o pediatra, Quando houver algumas situações especiais, A BRAGID (Brasilian Group for Immunodeficicncy) orienta em seus 10 sinais principais de imunodeficiência primária que devemos iniciar a pesquisa de imunidade com quatro ou mais novas otites no último ano. Se houver necessidade, inicia-se um tratamento. A homeopatia pode entrar aqui também, estimulando o eixo psico-neuro-endócrino-imunológico da criança.
Pela localização da orelha, complicações como sinusite, mastoidite e até meningite podem ocorrer no caso de uma otite infecciosa não tratada adequadamente ou de má evolução. Isso sem contar a cronificação do quadro gerando deficiências auditivas permanentes.
Qualquer tratamento, quando tem que ser repetido com frequência, pode ser prejudicial, mas, principalmente, indica a necessidade de outra abordagem associada, já que a que está sendo usada, por alguma razão, não está sendo eficaz. Quando o médico prescreve um antibiótico, o paciente deve seguir a orientação da forma que foi feita, sem alterações. Se houver dúvidas, elas devem ser esclarecidas com o médico. A suspensão ou mudança da medicação sem conversar com o médico (auto-medicação e auto-desmedicação) são fatores responsáveis pelo alto de índice de resistência bacteriana, sendo então necessária a autilização de medicamentos cada vez mais potentes, com potenciais maiores efeitos colaterais indesejados. Essa meddicação deve ser usada, quando prescrita de forma adequada, pelo tempo orientado (3, 5, 7, 10 dias), usando os intervalos orientados (6 em 6, 8 em 8, 12 em 12 horas).
A homeopatia pode entrar aqui também, estimulando o eixo psico-neuro-endócrino-imunológico da criança. É uma terapeutica que pode tanto prevenir, quanto curar, quanto atenuar as doenças (medicina paliativa). Mas nenhum tratamento será eficaz se todos os outros cuidados orientados pelo médico sobre alimentação, vacinação, higiene, não forem seguidos corretamente. A homeopatia pode ser utilizada tanto em quadros agudos como nos crônicos, tanto de forma isolada como associada a outros tipos de tratamentos.
Verminose
Este é um assunto que merece ser abordado por várias razões:
1) Alta freqüência de verminoses (com ou sem sintomas) entre as crianças (inclusive as nossas, em casa).
2) Mitos criados sobre o assunto (tem que tomar remédios para vermes todo começo de ano, os exames não pegam os vermes, falsos sintomas de verminoses, etc).
3) A facilidade na prevenção em comparação com os cuidados não tomados em relação a essa prevenção. Vale lembrar que a imensa maioria das verminoses é transmitida por alimentos (quadro conhecido em saúde pública pela sigla DTA – Doenças Transmitidas por Alimentos). Isso mesmo. E este quadro alarmante tem ocorrido cada vez mais por várias razões.
Achei interessante esta explicação dada na introdução do Manual integrado de prevenção e controle de doenças transmitidas por alimentos da Secretaria de Vigilância da Saúde do Ministério da Saúde.
"A ocorrência de Doenças Transmitidas por Alimentos – DTA vem aumentando de modo significativo em nível mundial. Vários são os fatores que contribuem para a emergência dessas doenças, dentre os quais destacam-se: o crescente aumento das populações, a existência de grupos populacionais vulneráveis ou mais expostos, o processo de urbanização desordenado e a necessidade de produção de alimentos em grande escala. Contribui, ainda, o deficiente controle dos órgãos públicos e privados, no tocante à qualidade dos alimentos ofertados às populações.
Acrescentam-se outros determinantes para o aumento na incidência das DTA, tais como a maior exposição das populações a alimentos destinados ao pronto consumo coletivo fast-foods, o consumo de alimentos em vias públicas, a utilização de novas modalidades de produção, o aumento no uso de aditivos e a mudanças de hábitos alimentares, sem deixar de considerar as mudanças ambientais, a globalização e as facilidades atuais de deslocamento da população, inclusive no nível internacional."
Quem é que não se lembra das aulas de biologia, onde se classificavam estes bichinhos ?
Sei. Você não se lembra. Eu também não me lembro muito bem.
Vou fazer uma fichinha de cada um deles e assim vocês podem recordar este tema muuuiiittooooo interessante.
Enquanto escrevia o texto, pensei sobre o que seria importante se saber sobre cada um desses bichinhos e resumi em poucas perguntas. Coloquei link de fotos de alguns deles, que são visíveis a olho nu, sem necessidade de microscópio e que podem aparecer na sua casa ... na cama do seu filho ... ou no chão do quarto .... ou na salada .... arghhhh !!!!
Parece filme de terror ...
De qualquer forma, é importante que vocês saibam como eles são, como se pega, como eles se desenvolvem, quais sintomas eles provocam, para poder identificar e prevenir e evitar estes problemas.
Para que vocês se acostumem a eles, vou começar com 2 que são bem comuns e, mês a mês, acresento 2.
Como se pega
As verminoses são transmitidas por alimentos contaminados, frutas e verduras mal lavadas, água contaminada, carnes cruas ou mal cozidas, mãos sujas, objetos contaminados (chupetas, brinquedos, copos, pratos, talheres, etc...).
Menos freqüente é a contaminação pela poeira (lombriga), e através da penetração direta pela pele - "sola dos pés" - como no caso do amarelão e da esquistossomose.
Como se evita
-Lavar bem as mãos sempre que usar o banheiro, ou antes das refeições;
-Conservar as mãos sempre limpas, unhas aparadas, evitando colocar a mão na boca;
-Comer somente em lugares limpos e higiênicos;
-Lavar bem os alimentos antes do preparo, principalmente se forem consumidos crus;
-Use água filtrada ou fervida na preparação das refeições e para ingestão;
-Cozinhe adequadamente carnes bovinas e suínas. Coma apenas carne bem passada;
-Evite deixar os alimentos expostos, proteja-os contra a poeira, moscas e outros animais;
-Andar somente calçado;
-Não deixar as crianças brincarem em terrenos baldios, com lixo ou água poluída;
-Manter limpa a casa e o terreno em volta, evitando a presença de moscas e outros insetos.
Diagnóstico
Além da visualização dos vermes (quando visíveis a olho nu como o ascaris, oxiuros, tenias e outros), os exames de fezes são o método mais adequado para a avaliação da presença de parasitas intestinais.
Normalmente, pedimos a coleta de 3 amostras de fezes, conduta esta que aumenta para 90% o índice de positividade do resultado.
Tratamento
Os medicamentos servem para tratar doenças existentes. Assim, a conduta de se medicar todo começo de ano para "prevenção" de verminose é um hábito antigo, inútil, além de não ter nenhuma base científica.
Os remédios para tratamento de verminoses não dão imunidade, não funcionam como vacinas. Por esta razão, se você der o medicamento contra vermes para seu filho e após 10 dias ele entrar em contato com os ovos de lombriga (através de água ou alimentos contaminados) ele desenvolverá a doença-verminose.
Quando há suspeita da presença de vermes em um indivíduo (ou através de sintomas indicativos ou pela eliminação visível do verme ou por contato com pessoas contaminadas, por exemplo) devemos fazer o exame parasitológico de fezes (se possível em 3 amostras, para aumentar a positividade) e tratar, apenas, quando houver a confirmação de qual o tipo presente.
Em alguns casos, uma dose única (ou um tratamento de alguns dias) é suficiente e em outros é necessário repetir este tratamento após 10 a 15 dias.
Na maioria dos casos, é interessante tratar a família e todos as pessoas que moram ou trabalham na casa, além do indivíduo contaminado.
Causa uma doença conhecida popularmente como amarelão (alguém se lembra do Jeca Tatu descrito por Monteiro Lobato em seu livro Urupês e vivido e encarnado no cinema por Mazzaropi ?) e outra espécie provoca o "bicho-geográfico". É uma patologia, hoje, essencialmente de zona rural.
Quando aparecem em crianças e, dependendo da intensidade da infestação, podem levar a um atraso importante do crescimento por desnutrição e anemia.
O nome Ancilostoma deriva do grego: ankylos = curvo; stoma = boca (boca curva - que as fotos de cada um deles mostram melhor).
Aspectos Cínicos e História da Ancilostomose
É uma das verminoses mais antigas de que se tem notícia, descrita desde papiros egípcios datadso de 1.600 A.C. Avicena (médico da Pérsia), século X foi o primeiro cientista a localizar estes vermes (nos intestinos de doentes) e, por desdcobrir que eles se "alimentavam de sangue" (hematófagos) eram responsáveis por quadros de anemia importantes.
Na Europa era a doença conhecida por Anemia dos Mineiros, tomando nomes diversos conforme o país em que era constatada. No Brasil era antigamente nomeada por Opilação, Amarelão ou Anemia Tropical. Nosso escritor Monteiro Lobato, em um de seus livros, retrata o personagem Jeca Tatu, que nada mais era que um indivíduo parasitado pelo verme, o que serviu pelo Laboratório Fontoura para a propaganda de medicamentos de sua fabricação indicados para o tratamento da doença.
Em 1838, Dubini, médico italiano, autopsiando uma mulher milanesa, encontrou em seus intestinos o verme, descrevendo-o com detalhes e nomeou-o Ancylostoma duodenale, sem contudo suspeitar do seu papel patológico. Somente Griesinger, em 1851, demonstrou ser o parasita intestinal o causador da chamada Clorose do Egito, encontrando o verme nos intestinos de numerosos cadáveres que necropsiou e assinalando a presença de pequeninos pontos hemorrágicos na mucosa intestinal, produzidos pelo verme para o ato de sugar sangue de suas vítimas.
J. Rodrigues de Moura, notável médico brasileiro, ainda quando estudante de medicina, em 1875, não só defendeu as idéias de Griesinger, como ainda emitiu a hipótese, mais tarde plenamente confirmada pelos trabalhos de Looss, da penetração das larvas do parasita, pela pele íntegra das pessoas, as quais mais tarde se tornam parasitadas pelos vermes, albergando-os em seus intestinos.
Trabalhos estatísticos efetuados no Brasil, comprovam que quase 100% da população rural, trabalhando na terra, muitas vezes descalça, está parasitada pelo verme. Hoje, é uma doença de baixa prevalência, sendo inclusive considerada em extinção.
Ancylostoma duodenale
Nome completo: Ancylostoma duodenale
Apelido: Amarelão (por causa da intensa anemia provocada).
Classificação: Helminto, nematóide.
Como se pega: Ingestão de água ou alimentos contaminados ou pela pele.
Como se desenvolvem: Os ovos são liberados e viram larvas que passam a ser contaminantes em uma semana (filarióides).
Onde se desenvolvem: Eles penetram pela pele do homem (andando descalços) ou pela boca (alimentos e água contaminados) e atingem a circulação linfática ou vasos sangüíneos, passando pelos pulmões (como o Ascaris e o Strongyloides), vão para a faringe e são novamente engolidos. Daí vão para o duodeno onde grudam (pelos dentes), sugam e se transformam nos vermes adultos. Levam de 5 a 7 semanas para provocarem sintomas.
Por onde ele saem: Eles saem pelo ânus.
Sintomas: As infecções leves podem ser assintomáticas. De acordo com a fase de desenvolvimento dos vermes podem apresentar sintomas cutâneos (coceira), pulmonares (tosse com catarro, febre e broncoespasmo), intestinais (dor de barriga, náuseas, queimação vômitos, diarréia e falta de apetite) e sintomas gerais (ANEMIA – principal sintoma manifestada através de palidez, muito cansaço, tontura sonolência, fraqueza).
Visível: Sim, quando adulto (0.8 a 1,3 cm). Avermelhados quando eliminados pelas fezes (por se limentarem de sangue). Têm uma cápsula bucal e 2 pares de dentes (isso só se vê ao microscópio).
Fotos:
Tratamento: Em todos da casa. A melhor maneira de evitar a ancilostomose se dá por meio de medidas sanitárias e de educação, tais como construir redes de saneamento básico, evitar contato direto com solos onde a incidência da doença é alta, lavar bem e com água potável frutas, verduras e legumes e beber somente água tratada.