Em uma orquestra há vários instrumentos que participam da execução de uma música e todos eles precisam estar afinados, sendo tocados no mesmo tom, no mesmo ritmo e, especialmente, os músicos têm que sentir a melodia e o tema na mesma sintonia. Sem este sinergismo (atos, emoções e sentimentos), você poderá até ter uma equipe tecnicamente perfeita, mas sempre estará faltando alguma coisa.
Assim é a Homeopatia. Se pensamos em uma forma holística (que trata de um todo) do tratamento e equilíbrio de qualquer ser vivo, de nada adianta um diagnóstico brilhante, um medicamento prescrito de forma perfeita, se este medicamento não for preparado e armazenado adequadamente (Farmácia).
A saúde do indivíduo vivo, como um todo, depende, também do equilíbrio de suas partes. Como médicos homeopatas (Você viu ? Somos médicos antes de homeopatas), conhecemos e trabalhamos cada parte do organismo do indivíduo e, assim como na orquestra, precisamos que estas partes componham um todo afinado, harmônico, no mesmo ritmo. Mas há momentos em que precisamos ler, na partitura do nosso paciente, uma linha melódica que é melhor executada por um membro especial deste grupo. E aí pedimos sua participação especial. Assim acontece, por exemplo, com o dentista (Odontologia). Dentes "mal executados" podem gerar uma “música” (vida) sem ritmo adequado.
Com o tempo, fui aprendendo que todos os seres vivos precisam de equilíbrio e podem ter sua música tocada pelos instrumentos da Homeopatia. Assim, hoje em dia, temos nossos animais também sendo estudados, avaliados e acompanhados nos "embalos da Homeopatia" (Medicina Veterinária).
E já estamos nos movimentando para que o ambiente em que vivemos também possa ser, em pouco tempo, equilibrado pelas notas da Homeopatia (Agronomia, por exemplo) e, se todos essses instrumentos puderem "tocar" sua parte no todo, nossa orquestra, certamente, será aplaudida de pé e poderá voltar para executar tantos "bis" quantos forem pedidos.
Medicina
Ao longo de seus mais de duzentos anos de prática, a Homeopatia segue imutável em seus princípios e fundamentos.
Nenhum medicamento homeopático foi "retirado do mercado" por ter causado efeitos colaterais danosos.
Igualmente nenhum medicamento homeopático é "lançado" sem antes ser submetido a revisão sistemática da literatura quanto a seus efeitos e propriedades e/ou a protocolo experimental rigoroso objetivando conhecer sua esfera de ação e indicações terapêuticas.
Além disso, a informação medicamentosa é veiculada através de soluções ultradiluídas, muito distantes das doses tóxicas e/ou iatrogênicas (causadoras de doenças).
Além disso, a preparação do medicamento homeopático é praticamente artesanal, não exigindo elevados investimentos em tecnologia.
Desta maneira, a abordagem homeopática tem como características a ausência de efeitos tóxicos, o baixo custo e, para quem a prescreve e dela se utiliza, a segurança de acesso a todas as informações relacionadas à substância medicamentosa.
A necessidade de conhecer cada caso em sua profundidade e a transparência das intenções do homeopata culminam numa relação de parceria entre ele e seu paciente, parceria essa que vai desde o entendimento da doença até a definição das ações terapêuticas.
Junte-se a isso a histórica aceitação popular e teremos desenhada uma proposta ética de tratamento que, em sua essência, está baseada na beneficência (foco na saúde e não na doença), não maleficência (utilização de recursos terapêuticos suaves, isentos de efeitos maléficos e indesejáveis), autonomia (participação ativa do doente no processo terapêutico) e eqüidade (todos podem ter acesso).
Além disso, é fundamental, essencial, que o homeopata conheça a individualidade das pessoas, particularmente no que diz respeito à sua predisposição e suscetibilidades; e o mesmo vale para grupos de pessoas.
Desta maneira, ele pode afastar as pessoas sadias das causas de doenças, evitando que elas adoeçam: objetivo ideal da prevenção primária no campo da promoção da saúde.
Mais ainda, o homeopata não depende do diagnóstico clínico de certeza para definir o tratamento homeopático. Basta, como já foi dito, um conjunto característico e qualificado de sintomas.
Dessa maneira, a ação terapêutica pode ser iniciada de imediato, antes de se fechar o diagnóstico: primeira intenção da prevenção secundária, ou seja, a possibilidade de diagnóstico e terapêutica precoces.
Assim, a Homeopatia bem praticada por profissionais da saúde habilitados e projetada na comunidade através de programas sociais individualizados e individualizadores pode garantir acesso universal e igualitário às ações, serviços e medicamentos promovendo a redução do risco de doença e de outros agravos à saúde.
E este é um direito constitucional de todo cidadão!
São Paulo, verão de 2006
Prof. Dr. Marcelo Pustiglione
Livre Docente em Clínica Homeopática pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (UNI-RIO).
Farmácia
Medicamentos homeopáticos são preparações farmacêuticas com finalidade curativa e preventiva, preparados por uma técnica caracterizada por diluições seguidas de agitações. Ainda, de acordo com a Farmacopéia Homeopática Brasileira, medicamentos homeopáticos são prescritos de acordo com o princípio da similitude.
A homeopatia no Brasil, uma das melhores no mundo, é caracterizada por prescrições e manipulações individualizadas. Embora existam, poucos são os medicamentos homeopáticos industrializados preparados em grande escala por Laboratórios Industriais Farmacêuticos. Somente farmácias podem manipular medicamentos e a manipulação de medicamentos homeopáticos somente pode ser feita em farmácias habilitadas para isto e que contam com a Assistência Farmacêutica feita pelo farmacêutico especialista em homeopatia.
O farmacêutico, para ser especialista em homeopatia, caso não tenha cursado a disciplina de homeopatia durante a graduação, poderá, depois de finalizada sua formação, especializar-se através de cursos de pós-graduação ou obtendo o Título de Especialista concedido pela ABFH - Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas - após a realização de prova. Este Título é reconhecido pelo Conselho Federal de Farmácia.
Ainda de acordo com a RDC-33/2000 que trata das Boas Práticas de Manipulação em Farmácia, a farmácia de manipulação somente pode dispensar medicamentos mediante a apresentação de prescrição feita por profissional habilitado (médico, dentista e veterinário). A farmácia que manipula medicamentos homeopáticos também obedece a esta determinação para a manipulação e dispensação de homeopáticos. Embora pareçam inocentes, os medicamentos homeopáticos só devem ser administrados sob orientação do profissional habilitado. Somente ele saberá avaliar a necessidade e aplicabilidade de cada medicamento.
A homeopatia no Brasil hoje conta com profissionais de altíssima qualificação seja para diagnóstico e prescrição seja na farmácia elaborando medicamentos fiéis aos princípios e com qualidade. Este mesmo profissional presta ao paciente orientações fundamentais para adesão ao tratamento e correto uso dos medicamentos prescrito.
Ao solicitar o aviamento de uma prescrição procure uma farmácia, conheça o profissional responsável, esclareça suas dúvidas e conte também com este especialista cuidando da sua saúde.
Márcia Aparecida Gutierrez CRF-SP 12.880
Presidente da APFH - Associação Paulista de Farmacêuticos Homeopatas (2007).
Farmacêutica Bioquímica pela USP-SP com especialização em homeopatia pelo Instituto François Lamasson.
Diretora do ICEH - Escola de Homeopatia.
Coordenadora do Curso de Pós Graduação em farmácia Homeopática da Faculdade Oswaldo Cruz – SP.
Membro da comissão de pesquisa da ABFH – Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas.
Membro do grupo de pesquisa em homeopatia da UNIMEP.
“Arnica é bom para machucados e contusões”. Quem nunca ouviu esta afirmativa? Quem não tem uma avó, um vizinho, um parente que fez esta recomendação? Sim, esta afirmativa está correta. Mas quem seria a pessoa mais indicada a fazer esta orientação?
No Brasil, a maioria das farmácias se comporta como mero estabelecimento comercial, com a mais variada gama de produtos e promoções e muitas praticam a “empurroterapia”.
Precisamos fazer aqui alguns esclarecimentos muito importantes.
Existem farmácias e farmácias. E vem crescendo o número daquelas que prestam atenção ao doente, ao paciente, ao cliente, ao usuário.
Atualmente existem três tipos de farmácias:
Drogaria: também conhecida como farmácia de dispensação ou farmácia comercial, é o estabelecimento que revende os medicamentos e produtos industrializados. Os medicamentos são alopáticos – farmacoquímicos (maioria) e fitoterápicos (alguns).
Drugstore: nesta encontramos duas áreas separadas – a de medicamentos e a de conveniências (alimentos, produtos de higiene, produtos de limpeza etc.).
Farmácia: é o estabelecimento que dispensa e manipula medicamentos alopáticos e/ou homeopáticos. Também revende medicamentos fitoterápicos e homeopáticos industrializados, que podem ser de venda livre ou somente sob prescrição médica. A maioria das farmácias sempre se diferenciou em farmácia homeopática e farmácia de manipulação (dermatológica).
Hoje o conceito mudou. A farmácia é de manipulação e pode ser alopática (farmacoquímicos e fitoterápicos) e/ou homeopática, desde que haja laboratórios separados.
Mas existe um diferencial nas farmácias que manipulam homeopatia. O farmacêutico, responsável técnico, precisa estar habilitado, junto ao Conselho Regional de Farmácia, a manipular medicamentos homeopáticos. Isto porque a Homeopatia é uma especialidade farmacêutica desde 1992. Requer conhecimento da filosofia e da farmacotécnica homeopática.
E é o farmacêutico homeopata, que vai orientar os clientes na farmácia. As orientações mais comuns são em relação ao uso correto e racional dos medicamentos; cuidados com os medicamentos; a importância da prescrição médica e efeitos dos medicamentos.
O farmacêutico homeopata também conta com o auxílio do Manual do Consumidor de Homeopatia, criado pela ABFH – Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas. É um folheto, distribuído gratuitamente nas farmácias homeopáticas, que numa linguagem simples e didática, traz orientações sobre filosofia e medicamentos homeopáticos aos usuários, visando atender a legislação de defesa do consumidor.
Katia Regina Torres – Presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas
(ABFH) - Gestão 2005-2007
Site: www.abfh.com.br
E-mail: presidencia@abfh.com.br e abfh@abfh.com.br
Telefone: (11) 4195-2447 (secretaria)
Odontologia
Após a graduação na Faculdade, iniciamos no exercício de nossa profissão com vasto conhecimento teórico e muita vontade de trabalhar.
O tempo foi passando, fomos atendendo um maior número de pacientes e notando que por maior que fosse a nossa vontade e a do paciente, por melhor técnica empregada e com muito critério para trabalhar, nem sempre o resultado vinha a contento. Consultamos colegas, nos atualizamos em cursos, livros, para tentar descobrir onde estava o "erro", se é que havia algum.
Era necessário alguma coisa a mais. Só a técnica e a vontade de acertar, em alguns casos, não estavam bastando.
Foi então que descobrimos que a homeopatia, com a qual já nos tratávamos, poderia ser exercida também por Dentistas, e desta forma, aquele indivíduo que nos procura para um tratamento de canal, uma nova prótese ou uma cirurgia, não trazia consigo apenas um problema na cavidade oral, pois não é um ser dividido, que tem uma parte de seu corpo adoecida, mas sim, um ser por inteiro, corpo e mente, formando um conjunto muito próprio, com sua maneira particular de "pensar, sentir e agir" e que vibra aos acontecimentos da vida, na sua totalidade.
Abriu-se, assim, um novo caminho que logicamente não se opõe às técnicas normalmente utilizadas, mas sim, vem somar, contribuindo enormemente para nossa formação e, principalmente, no prazer e satisfação que nosso ofício deve nos trazer.
Dentro dos conceitos modernos onde um Consultório Odontológico deve ser centrado em promoção de saúde bucal, na busca de uma boca saudável em nossos pacientes, sem cáries e sem problemas periodontais, com boa função no sentido mais amplo: mastigação, fonação, deglutição e estética, com a abordagem homeopática, nós mudamos a postura de técnicos para promover a saúde com ações específicas e individuais dentro dos seguintes aspectos básicos :
- educação em saúde
- controle de placa bacteriana
- dieta estimulante das funções e com controle da sacarose ( açúcar refinado )
- estimulação salivar
- uso adequado de flúor
- monitoramento profissional
Diagnosticar vai além do que detectar uma cárie, identificar a necessidade de uma prótese, uma extração, uma restauração, etc. pois, diagnosticar inclui o conhecimento dos aspectos psicológicos, o comportamento, a maneira de ser, aspectos sociais, atitudes e expectativas dos pacientes em relação a saúde geral e especificamente de sua boca.
Quanto mais global um diagnóstico, melhores as chances de sucesso na educação em saúde e nos resultados.
O reflexo dos avanços na saúde é um ser humano integral, numa visão mais global, onde todas as partes são saudáveis.
Através da observação homeopática na Odontologia, criamos uma nova conscientização, um compromisso de ambos, profissional / paciente, com vantagens de se obter crianças sem cáries e sem problemas gengivais, adultos mantendo sua saúde bucal recuperada e o custo acessível à manutenção da saúde bucal através de um trabalho preventivo.
A promoção da saúde é uma necessidade, onde o paciente deixa de ser passivo e se transforma em um co-promotor para que, quando atingir níveis melhores de controle, ele passe a ser um co-doutor e saiba, até, diagnosticar possíveis problemas.
Mente sadia em corpo sadio. Bocas saudáveis em indivíduos saudáveis.
A Homeopatia ajuda na compreensão individual ajudando a melhorar a conscientização e motivação de nossos pacientes.
Dra. Jussara dos Santos Jorge Giorgi
Presidente da ABCDH - Associação Brasileira dos Cirurgiões Dentistas Homeopatas (2007)
E-mail: jusjg@terra.com.br
Telefone: 5572-2860
Medicina Veterinária
Algumas verdades sobre a Homeopatia precisam ser ditas.
Ela, se atua, é muito lenta em sua ação. A melhora se dá ao longo de meses e talvez anos e, obviamente, é contra-indicada em casos agudos.
- Certa vez entrou na clínica uma moça com uma caixa na qual havia dois cachorrinhos nascidos há uns dez dias ou menos. Um deles já estava morto e o veterinário nem lhe deu atenção porque o outro estava cianótico, arfando com muito esforço e lentamente. Síndrome de asfixia do recém nascido. Deu-lhe Antimonium tartaricum (homeopático), esperou uns três segundos e, não havendo melhora, deu-lhe Laurocerasus o qual normalizou a oxigenação em menos de cinco segundos.
Homeopatia é coisa para madame que gosta de falar de seu "Luluzinho".
- O primo do homeopata tem um pequeno sítio em São João (PE), cria ovelhas Santa Inês que estavam passando por um surto de linfadenite caseosa (doença viral das mais importantes para a ovinocultura). Muitos animais com caroços, algumas mortes... O veterinário deu-lhe um frasquinho com Silicea (preparada homeopaticamente) e mandou misturar à ração. Um mês depois soube que não havia mais nenhum animal afetado e não houve baixas. O sitiante, pragmático como todo produtor rural, pediu para ele deixar outro frasquinho daquele para o caso de necessidade.
É, mas esse negócio só funciona em doenças não comprovadas laboratorialmente. Deve ser algum tipo de placebo.
- Nely é uma cadela fila brasileiro com cerca de sete anos. Havia sido tratada pelo homeopata em 1997 e depois não teve mais problemas. Em 15 de julho de 2004 o proprietário telefona, já que ele agora mora a mais de 2.000 Km de distância, e relata que Nely estava com uma cistite muito dolorosa e que não estava cedendo aos antibióticos. Com a urinálise na mão, diz que o resultado foi mais de 100.000 bactérias por mL, cultura indicava Proteus mirabilis. Urina de pouquinho, solta pelotinhas de catarro com sangue. Urina fétida demais, muito amarela. Fica muito tempo deitada. Estava muito agitada, deu Kali carbonicum 200 FC há 2 dias e se acalmou mas não houve mais melhoras. Muito agitada antes de urinar, tenta várias vezes e não consegue, ou sai um pouquinho só. Saliva muito durante a micção, ou quando vai defecar. Tem vomitado a primeira porção de comida. Andando para lá e para cá e soltando pinguinhos, ou sai com um catarro, como se fosse uma pelinha, com sangue. Também fica um catarro na vagina, mesmo sem urinar.
Prescrito Chimaphila umbellata de 3/3 horas. No dia seguinte ele telefona de novo: "Está bem. Urinando em volume normal, comeu, bebeu. Sem dor e sem babar."
A colega Marta Brito Guimarães trabalha no Hospital Veterinário da USP, sua especialidade é atendimento de aves. Ela apresentou um trabalho em que relatou sua casuística, composta de nove casos, e resultados do tratamento homeopático de gota úrica articular em pássaros pretos (Gnorimopsar chopi).
"Observou-se que no retorno após 20 dias de tratamento os animais apoiavam os pés no poleiro, apresentavam-se mais dispostos e movimentavam-se com mais freqüência na gaiola. Clinicamente não apresentavam sinais do processo tratado." ... "O tratamento alopático de gota nas espécies aviárias é o mesmo que usado em humanos. Baseado em alopurinol, colchicina , dieta com baixas quantidades de proteína e outros tratamentos baseados na natureza da doença renal." ... "O tratamento homeopático além de diminuir o custo, apresentou grande facilidade na administração do medicamento, sem provocar estresse do animal e resultou em diminuição do período de convalescência das aves acometidas."
A Drª. Leslie do Brasil Almeida estava fazendo seu mestrado na USP e, trabalhando no campo experimental da EMBRAPA em Coronel Pacheco - MG, foi chamada para atender um caso.
"Uma fêmea bovina da raça Girolando, com 4 anos de idade apresentou durante a rotina de ordenha, um comportamento apático e quieto e diminuição considerável da produção leiteira. Ao exame clínico, constatou-se a temperatura de 41,3°C, palidez e leve icterícia das mucosas. Como há uma alta incidência de casos de anaplasmose e babesiose na região, procedeu-se o tratamento sem, no entanto um exame complementar, já que era final de semana e não havia disponibilidade imediata de fazer uma pesquisa laboratorial. O animal foi medicado inicialmente com Bryonia alba 6 CH... Após 36 horas o animal havia melhorado bastante, já fugia quando ia ser medicado, mas ainda apresentava hipertermia e durante a ordenha o leite quase desapareceu totalmente. Com a mudança de comportamento e o quase desaparecimento do leite das mamas, a Bryonia foi trocada pelo Rhus toxicodendrum 6 CH em plus a cada 10 minutos durante uma hora de manhã e uma hora de tarde, enquanto eram realizadas as ordenhas. Nas 24 horas seguintes o animal apresentou temperatura normal e voltou a aumentar a produção leiteira. Foi medicado mais um dia, até que no terceiro dia já estava com sua produção normal de leite."
Cada vez mais se ouve falar em tratamentos naturais para homens, outros animais e plantas. A sociedade está tomando consciência de que os resíduos químicos lançados no ambiente ou nos organismos causam outros efeitos além daqueles desejados e pelos quais foram usados, que vivemos num ecossistema e isto implica dizer que há constante interação entre todos os elementos envolvidos.
O vento que sopra no pólo norte se reflete no sul, o lixo lançado no rio que corta uma fazenda vai poluir a fonte de água de bebida de todos que estão mais abaixo em seu curso.
A indústria farmacêutica cria uma verdadeira dependência de novos produtos através do lançamento cada vez mais rápido de novas drogas que também cada vez mais rapidamente causam resistência nos chamados "patógenos" e o produtor se vê obrigado a gastar mais para obter resultados pífios.
O melhoramento genético foi uma das soluções encontradas, mas seu efeito se dá ao longo de anos numa propriedade rural e novas formas de tratamento são buscadas, com sucesso variável.
Entre essas terapêuticas em ascenção a principal é a Homeopatia, medicina descoberta pelo médico alemão Samuel Hahnemann em fins do Século XVIII e que se baseia na semelhança de sintomas. Os medicamentos são experimentados em indivíduos sadios e causam alterações de ordem sensorial, funcional e, se levados mais adiante, lesional. Essas mesmas substâncias, preparadas por uma farmacotécnica especializada chamada dinamização, curam no enfermo as doenças caracterizadas por aqueles sintomas produzidos experimentalmente.
O modo de ação desses medicamentos ainda é uma incógnita e, embora haja fortes evidências de que isso se dá por mecanismos imunológicos, este autor não se atreve a teorizar sobre o assunto. O que é um fato grave e, por si só, descaracteriza a Homeopatia como científica e até mesmo como uma realidade terapêutica, já que é sabido por todos que se alguém não conhecer a física da eletricidade não poderá fazer funcionar uma lâmpada ao ligá-la a um fio com corrente, e talvez nem mesmo tome choque ao tocar o fio.
Ironias à parte, Homeopatia é especialidade reconhecida pelos Conselho Federal de Medicina e Conselho Federal de Medicina Veterinária. A Associação Médico Veterinária Homeopática Brasileira foi a primeira sociedade de especialistas reconhecida pelo CFMV e autorizada a conceder títulos de especialização.
Há cursos de formação de homeopatas em vários estados do país e, para serem aceitos pela AMVHB, precisam ter no mínimo 1.200 horas distribuídas ao longo de três anos, numa proporção de 2/1 entre aulas teóricas e práticas (obrigatoriamente em ambulatório veterinário). O título é concedido após o candidato passar em prova escrita (nota 7), para a qual só pode se inscrever dois anos após ter concluído o curso de formação.
Dr. Elias Carlos Zoby - CRMV-AL 352
Presidente da AMVHB - Associação Médico Veterinária Homeopática Brasileira
(Artigo publicado no Informativo do CRMV-AL nº 6, jul/2005.)
A criação da Homeopatia, por Samuel Hahnemann, no fim do século XVIII e início do XIX, representou, além de uma nova terapêutica, nova concepção sobre a origem das doenças. Os novos métodos e concepções, como vendaval renovador, abalaram o mundo cientifico da época, principalmente a classe médica ciosa de seu saber.
Rapidamente, a Homeopatia ganhou adeptos, chegou a Paris, centro cultural da Europa, de onde se expandiu para todos os continentes.
Naquele tempo, inúmeras epidemias dizimavam o rebanho bovino, entre elas: a Peste Bovina e o Carbúnculo Hemático, e o Mormo entre os eqüinos. A França tivera seu rebanho reduzido à metade e foi este fator, entres outros, que levou o governo francês (rei Luiz XV), a formalizar a profissão, criando as primeiras escolas veterinárias do mundo: Lyon (1762) e Alfort (1766).
Diante da pressão em que se encontravam os veterinários para solucionar os problemas existentes, é natural que a nova terapêutica, a Homeopatia, granjeasse adeptos. É importante destacar nesta época o veterinário alemão Willem Lux (1777-1849), professor na escola veterinária de Leipzig contemporâneo de Hahnemann, um dos primeiros veterinários a usar a Homeopatia. Lux adquiriu fama ao solucionar uma epidemia de Carbúnculo Hemático. Como não dispunha de medicamentos homeopáticos que cobrissem o "retrato" clínico da doença, Lux teve a idéia de tratar a epidemia com sangue dinamizado de um bovino carbunculoso e os resultados foram surpreendentes. Posteriormente, solucionou uma epidemia de Mormo na Hungria, dinamizando o corrimento nasal de um cavalo com a doença.
Com estas inovações, Lux estabeleceu as bases da Isopatia, procedimento terapêutico que usa os métodos homeopáticos no preparo de medicamentos que são extraídos do próprio doente.
A Homeopatia, terapêutica humana, individual, baseada na experimentação do homem sadio e que dá importância primordial aos sintomas psíquicos, apresenta grandes dificuldades em sua aplicação aos animais, pacientes incapazes de expressar seus sintomas e com poucas manifestações psíquicas. As patogenias ("retratos") dos medicamentos estabelecidos para os humanos são projetadas, segundo a Lei dos Semelhantes (lei da Homeopatia), para os animais. Ao mesmo tempo estabeleceram-se "retratos" de medicamentos com base na experimentação e nos quadros tóxicos em animais.
Como terapêutica individual, a Homeopatia vem sendo utilizada em clínicas veterinárias onde, não raro, animais portadores de doenças consideradas incuráveis como a displasia coxofemural, tumores, etc. obtém curas memoráveis. No Brasil e em todos os países do mundo, o tratamento individual com a Homeopatia já ultrapassou a clínica de pequenos animais e é usado com êxito em haras, granjas leiteiras e pocilgas. Para exemplificar: na Inglaterra o médico oficial da família real é homeopata, assim como os cavalos e os animais da granja real são atendidos por veterinário também homeopata. O próprio príncipe Charles é um apologista da Homeopatia por sua eficácia e caráter ecológico.
BORDET em Alfort, França; HAENELTH em Hannover, Alemanha; GENGOUX em Liége Bélgica, são professores que em suas faculdades de veterinária propagaram a Homeopatia. HAENELTH se destacou no tratamento de problemas ginecológicos e de fertilidade da vaca; BORDET no tratamento de pequenos animais e GENGOUX na comprovação experimental da Homeopatia em veterinária, sendo de se destacar o trabalho realizado por JENNER, da prevenção do tumor transmissível de Landschtz no rato, com o emprego dos ácidos ribonucléico (RNA) e desoxiribonucleico (DNA), preparados homeopaticamente.
O interesse dos médicos veterinários brasileiros pela Homeopatia é crescente e pode ser expresso na fundação da Associação dos Médicos Veterinários Homeopatas do Brasil (AMVHB), em agosto de 1993 em São Paulo, com mais de uma centena de veterinários cadastrados e pela existência no País de diversos cursos de especialização em Homeopatia.
A AMVHB é atualmente (2006) uma sociedade de classe consolidada. Já realizou o 1º Congresso Brasileiro de Homeopatia Veterinária em 2003 em São Paulo e o 2º Congresso em 2005, também realizado em São Paulo, com a participação em cada evento de mais de 150 veterinários. O 3º Congresso será realizado em 2007 em Porto Alegre (RS)demonstrando a pujança e o crescimento da Homeopatia Veterinária no Brasil.
Prof. Dr. Claudio Martins Real
Primeiro Médico Veterinário Homeopata do Brasil, agraciado, em 2.000, com o título de "Precursor da Homeopatia Veterinária no Brasil", pela Associação Médica Veterniária Homeopática do Brasil
Minhas notas de rodapé:
1) Esta explicação é a 2ª parte de um texto que foi retirado (com a gentil autorização do autor) do site www.realh.com.br.
2) Para saber mais sobre Homeopatia na Medicina Veterinária, acesse os artigos Lei dos Semelhantes e Homeopatia Populacional do mesmo autor, no mesmo site.
3) Prof. Cláudio Martins Real é Médico Veterinário Homeopata há mais de 58 anos. Tem trabalhos conhecidos mundialmente, como dois deles que foram publicados em La Homeopathie Française (1954 e 1955) e que brevemente, dentro do possível, estarão disponibilizados no seu site. Atualmente, com seu trabalho em Homeopatia Populacional (através de sua empresa), está sendo homeopatizado um rebanho bovino em torno de cinco milhões de cabeças. Além disso, no final de fevereiro de 2.006, foi aprovada uma tese de Doutorado sobre trabalhos experimentais na Tilapicultura na Universidade Estadual de Maringá, com resultados surpreendentes.
Agronomia
As plantas estão sujeitas ao ataque de numerosas pragas, em grande parte insetos e ácaros, assim como a grande número de doenças infecciosas. Na maioria dos casos, a incidência desses problemas fitossanitários está associada a um desequilíbrio da planta, seja de ordem nutricional, seja por uso excessivo de agroquímicos. Os meios convencionais adotados para manter pragas e doenças sob controle consistem no emprego de inseticidas, acaricidas e fungicidas que, por outro lado, são responsáveis por agressões ao ambiente. A pesquisa vem empenhando esforços visando o desenvolvimento de sistemas de produção que adotem "tecnologias limpas", envolvendo procedimentos de manejo que proporcionem, essencialmente, a recuperação do equilíbrio no ambiente agrícola e a melhoria da qualidade dos produtos.
Samuel Hahnemann, o "Pai da Homeopatia", explicitou: "Se as leis que eu proclamo são leis da natureza, elas são válidas para todos os seres vivos". Nesse sentido, assim como a Homeopatia assumiu tão grande importância à saúde humana, ela vem se desenvolvendo em outras áreas, como a veterinária e, mais recentemente, a agronomia. De fato, ao lado dos benefícios à saúde humana e animal, a Homeopatia já pode ser considerada um recurso a ser aplicado às plantas, conferindo qualidade e produtividade.
Na literatura científica, as primeiras referências apontando para a possibilidade de utilização da Homeopatia na agricultura são da década de 70, através de trabalhos desenvolvidos na Índia. Na década de 90, ocorreu um expressivo aumento do interesse de pesquisadores de diversos países, notadamente europeus. No Brasil, em 1996 iniciaram-se pesquisas na Universidade Federal de Viçosa, onde diversas teses foram, desde então, defendidas e divulgadas. Nessa área de atuação, foi aprovada em dezembro de 2005 a primeira dissertação de mestrado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, intitulada "Aplicação de preparados homeopáticos em morango e alface visando o cultivo com base agroecológica", de autoria do Eng.Agr. Fabrício Rossi.
Entre as recomendações do International Federation of Organic Agriculture Movements -IFOAM - para agricultura biológica, a Homeopatia é apontada como um meio para a sanidade das culturas. No Brasil, a homeopatia foi reconhecida pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento como um dos meios de controle de doenças e pragas, através da Instrução Normativa 7, publicada em 17 de maio de 1999, que estabelece normas para a produção orgânica. Em 2003, o Centro de Estudos Avançados em Homeopatia – CESAHO - iniciou o primeiro curso de especialização para formação de engenheiros agrônomos homeopatas e constituiu um grupo de pesquisa para desenvolvimento da área.
Em janeiro de 2006, o Royal London Homoeopathic Hospital, do Reino Unido, realizou a quinta edição da Conferência "Improving the Success of Homeopathy 5 - A Global Perspective", tendo como objetivo explorar o potencial da homeopatia para a saúde e bem-estar da população e discutir como a pesquisa pode avançar por colaboração internacional. Nesse evento, um dos simpósios teve como tema o potencial e a necessidade de pesquisa homeopática em horticultura e agricultura.
A homeopatia pode atuar principalmente na desintoxicação das plantas e estimulação da resistência contra pragas e doenças, além de participar de processos metabólicos do solo.
Atualmente, a homeopatia vem sendo empregada em diversas propriedades rurais e experiências bem sucedidas vêm sendo observadas por produtores que adotam sistemas agroecológicos, apontando sua eficiência e viabilidade.
PALMIRA R. RIGHETTO ROLIM
Eng.Agrônoma, Dr., fitopatologista, Pesquisadora científica
Coordenadora do CESAHO/Área de Agronomia
E-mail: prrolim@terra.com.br