Psicologia

Relação Pais e Filhos

A respeito da criação de nossos filhos, esperamos que cada criança adquira, gradualmente, um sentimento de segurança, visando uma crescente autonomia. Deve existir no íntimo de cada criança algo que seja bom, confiável, permanente.

O que leva uma criança a sentir-se segura ? O que leva uma criança a sentir-se confiante nas pessoas que a cercam? O que gera auto-confiança?
É o ambiente que possibilita a cada uma delas desenvolver-se e, portanto, este ambiente precisa ser “suficientemente bom” (Winnicott, 1960). E, para cada criança precisamos nos adaptar ao que seja “suficientemente bom”, dada a individualidade de cada ser, de cada filho, de cada aluno. Isto significa que quem quer que esteja cuidando de uma criança deve conhecer essa criança e trabalhar na base de uma estimulante relação pessoal. Se formos pessoas presentes e coerentes, podemos fornecer estabilidade que não seja rígida, limitante e castradora, mas viva, criativa, espontânea e humana. É isto que faz cada criança sentir-se segura. A criança que conheceu a segurança tem a expectativa de que nunca será abandonada, embora as frustrações estejam presentes sendo estas inevitáveis e fazendo parte da nossa constituição de pessoa. Essas condições de ambiente “suficientemente bom” devem fazer parte desde o início da vida do bebê. As funções materna e paterna levam a um sentimento de segurança.

O que é que buscamos na formação de nossos filhos ?
Desenvolvimento global, autonomia, felicidade, alegria, prazer de viver, qualidade de vida.

Como chegamos a essas possibilidades ?
Com uma relação essencial, a boa relação entre pais x filhos, relação de confiança, de transparência, de verdade, de acolhimento, de carinho e também de limites. Sermos bons pais e mães depende das lembranças que carregamos dos bebês que fomos e de como fomos cuidados, em termos de confiabilidade, proteção e de condições para o desenvolvimento. Precisamos aprender a observar e ter comportamento de escuta diante de nossos filhos, diante de nossas crianças. Estarmos atentos às necessidades dos filhos e não às nossas próprias necessidades e do que sentimos falta (quando crianças).

Precisamos dialogar. Tentar compreender aquilo que as crianças estão verdadeiramente comunicando e, se se tratar de uma situação de angústia, transformá-la e devolve-la à criança, minimizando a ansiedade (Bion, 1962).


Referências Bibliográficas:
BION, W. A theory of thinking. In Second Thoughts. London, Heinemann, 1962.
WINNICOTT, D. W. Conversando com os pais. São Paulo: Martins Fontes, 1993.


Maria Cecília Sonzogno
- Doutora em Psicologia da Educação pela PUC-SP.
- Docente do Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde – CEDESS – da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina.
- Psicopedagogia Clínica
Endereço do consultório: Rua Bandeira Paulista, 727, cj. 12 – Itaim-Bibi
Tel.: 3168-6980
E-mail: mc.sonzogno@uol.com.br