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Aleitamento materno protege risco de diabetes em adultos jovens: um estudo longitudinal

Do site do Instituto Girassol

Os achados desse estudo mostraram que crianças amamentadas por mais de 4 meses apresentavam um efeito protetor substancial contra o desenvolvimento de diabetes no adulto jovem.

08/06/2015

Estudo com 3.595 em crianças nascidas no Mater Hospital, em Brisbane, Austrália, entre 1981 e 1983, buscou estabelecer uma relação entre o aleitamento materno e o desenvolvimento de diabetes na vida adulta.

Foram avaliados os casos com diagnóstico médico de diabetes aos 21 anos e divididos em 3 grupos em relação à duração de aleitamento materno (AM): nenhum, menos de 4 meses e mais de 4 meses.

Os resultados mostraram uma incidência de 1,25% (45 casos) de diabetes aos 21 anos. Mesmo ajustando a fatores de confusão como idade da mãe, educação, IMC antes da gestação, fumo, TV e IMC aos 21 anos, não houve alteração significativa na avaliação.

Os achados desse estudo mostraram que crianças amamentadas por mais de 4 meses apresentavam um efeito protetor substancial contra o desenvolvimento de diabetes no adulto jovem.

Comentário: A promoção do aleitamento materno por pelo menos 6 meses mostra um efeito protetor também no quadro de risco de diabetes em adultos jovens.

Dois artigos publicados no site da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) chamam a atenção para o efeito protetor do aleitamento materno, tanto no quadro de diabetes tipo 1, quanto na persistência do diabetes gestacional após o parto.

primeiro, que tem como referência estudo Publicado no Nutrition Reviews (2012), foi uma metanálise de 28 estudos (entre 161 sobre o tema), que mostrou que a curta duração e/ou a falta de aleitamento materno podem constituir um fator de risco para o desenvolvimento de DM1 mais tarde, reforçando a importância do incentivo ao aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e de sua manutenção até dois anos de idade, associado à alimentação complementar.

segundo artigo aborda o quadro de diabetes gestacional, que pode ocorrer em qualquer mulher, mesmo sem sintomas e pode levar a bebês macrossômicos, com partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até obesidade e diabetes na vida adulta. Entre os fatores de risco estão a idade materna mais avançada, ganho de peso excessivo durante a gestação, sobrepeso ou obesidade, Síndrome dos ovários policísticos, história prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional, história familiar de diabetes em parentes de 1º grau , história de diabetes gestacional na mãe da gestante, hipertensão arterial sistêmica na gestação e gestação múltipla (gravidez de gêmeos).

Segundo esse artigo, dados mostram que o desenvolvimento de diabetes tipo 2 após o parto frequentemente é prevenido com  a manutenção de uma alimentação balanceada  e com a prática regular de atividades físicas e que o aleitamento materno pode reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes permanente após o parto.

Publicação: Medical Services
Fonte:
 Mamun AA, O'Callaghan MJ, Williams GM, Najman JM, Callaway L, McIntyre HD. Breastfeeding is protective to diabetes risk in young adults: a longitudinal study.Acta Diabetologica - December 2014, 1-8.
DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s00592-014-0690-z

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545