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Fatores maternos e do hospital associados à prática de aleitamento em mães primigestas: Um estudo prospectivo.

Do site do Instituto Girassol

09/07/2015

A duração do aleitamento materno (AM) é imprevisível e faltam evidências que relacionem os fatores associados ao aleitamento após o parto.  

Esse estudo prospectivo, realizado em Taiwan, acompanhou uma coorte de 300 mães primíparas, que tiveram seus filhos em dois hospitais entre 2010 e 2011, avaliando as taxas e fatores relacionados ao aleitamento materno após sua alta hospitalar.

Foram investigadas as mudanças entre as práticas de aleitamento antes e após a saída da maternidade, com 1, 3 e 6 meses pós-parto. 

Nessa amostragem, as taxas de aleitamento materno exclusivo (AME) que eram de 66% durante o período hospitalar caiu para 37,5% com 1 mês, 30,2% aos 3 meses . Apenas 17,1% das mulheres ainda amamentavam aos 6 meses.

Um início precoce do aleitamento, alojamento conjunto e autoconfiança foram relacionados ao sucesso do AME durante a internação. Já após a alta, nível de instrução sobre saúde, conhecimento, intenção e autoconfiança foram os fatores preponderantes na manutenção do AME. 

Já um início mais tardio no AM, menor intenção e menor autoconfiança foram fatores preditores importantes do desmame dentro dos primeiros 6 meses de vida, mostrando que a prática de AME até o 6º mês é um desafio para “mães de primeira viagem”. 

Os autores concluíram que as estratégias para sustentar o AM devem considerar as necessidades dessas “novas mães” e as barreiras que elas encontram de acordo com o tempo.

Comentário: Podemos ficar intrigados com alguns dados desse estudo. Apenas 66% das mães relatavam aleitamento materno exclusivo ainda na maternidade. A atual “epidemia” de cesarianas , o aumento do índice de prematuridade, os diagnósticos mais relatados de hipoglicemia podem estar relacionados a esse índice baixíssimo de AME antes da alta, nos primeiro s 3 dias de vida, inclusive correndo riscos maiores de incidência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV).

A importância da informação, de uma rede de apoio que gere mais confiança às mães, o aleitamento materno desde a sala de parto com estímulo na própria maternidade podem ser fatores fundamentais no sucesso do AME até o 6º mês, estendido até 2 anos ou mais, conforme recomenda a OMS, a SBP e o Ministério da Saúde. Qualquer estratégia em prol do aleitamento deve levar esses fatores em consideração.

Publicação: PubMed
Fonte: Tsai, T. I., Huang, S. H., & Lee, S. Y. D. (2015). Maternal and Hospital Factors Associated with First-Time Mothers' Breastfeeding Practice: A Prospective Study. Breastfeeding Medicine. 
DOI: 
http://doi:10.1089/bfm.2015.0005

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545