Do site do Instituto Girassol
13/09/2015
Esse estudo realizado no Brasil e publicado no International Breastfeeding Journal (2015) partiu do princípio da existência de uma lacuna sobre o conhecimento no crescimento de crianças em aleitamento materno exclusivo (AME) durante o 5º e o 6º meses de vida.
Foram avaliados os pesos e estaturas de 360 crianças saudáveis em AME, em Belém do Pará de outubro de 2006 a dezembro de 2008, agrupados por mês de idade e estudados deus dados usando as medidas antropométricas das curvas National Center for Health Statistics (NCHS, 1977) e World Health Organization (WHO, 2006).
Os resultados apontaram que lactentes em AME até o 6º mês de vida tiveram crescimento físico adequado, com ganhos pôndero-estaturais semelhantes ou maiores do que os observados nas curvas NCHS (1977) e OMS (2006), com médias maiores nos pesos dos 5º e 6º meses sugerindo que seu crescimento seja maior do que as crianças que receberam outros tipos de alimentos nessa fase.
Comentário:
Primeiro ponto a ser ressaltado é que é um estudo realizado no Brasil, publicado no International Breastfeeding Journal.
Essa publicação possivelmente se deva ao fato de algumas linhas de estudo trabalharem com a introdução alimentar a partir do 4º mês.
As nossas recomendações atuais são baseadas nos Dez passos para uma alimentação saudável - Guia alimentar para crianças menores de dois anos - do Ministério da Saúde (2.013) e no Manual de orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
O Passo I dessas duas publicações recomenda dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento ressaltando a importância de lembrar a mãe de que antes dos seis meses, ela não deve oferecer complementos ao leite materno. O Leite materno é tudo que a criança precisa.
A leitura desse único passo nos dá subsídios para trabalharmos em prol do AME até o 6º mês com segurança. Segundo a própria publicação, “Para que o aleitamento materno exclusivo seja bem sucedido é importante que a mãe esteja motivada e, além disso, que o profissional de saúde saiba orientá-la e apresentar propostas para resolver os problemas mais comuns enfrentados por ela durante a amamentação.”
Publicação: PubMed.gov
Fonte: Marques, R. F., Taddei, J. A., Konstantyner, T., Lopez, F. A., Marques, A. C., de Oliveira, C. S., & Braga, J. A. (2015). Anthropometric indices and exclusive breastfeeding in the first six months of life: a comparison with reference standards NCHS, 1977 and WHO, 2006. International breastfeeding journal, 10(1), 20. DOI:http://doi:10.1186/s13006-015-0045-6
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545