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Fototerapia para o tratamento de icterícia neonatal e duração e exclusividade de aleitamento materno

Do site Instituto Girassol - Profissionais

26/04/2016

Como a icterícia neonatal ainda é uma das condições mais comumente tratadas no recém-nascido (RN), buscou-se avaliar as consequências não intencionais de tratamento com fototerapia.

Através da análise de ​​dados da Infant Feeding Practices Study II, foi feito um estudo dos desfechos do tratamento da icterícia neonatal com fototerapia para qualquer amamentação através de 12 meses e para amamentação exclusiva por 4 meses, em RN > 35 semanas de gestação.

estudo incluiu 4.441 crianças, das quais 220 (5%) receberam fototerapia. Os resultados não apontaram nenhuma diferença na probabilidade de qualquer amamentação até os 9 meses de idade. Mas quando se analisou a amamentação por 12 meses, observou-se que as crianças expostas a fototerapia eram menos propensas a continuar a ser amamentadas do que aqueles que não foram expostas. Além disso, as crianças expostas à fototerapia eram menos propensos a ser amamentadas exclusivamente durante os primeiros 4 meses de vida.

Comentário:

Apesar de a conclusão dos autores desse estudo ter sugerido que “é preciso adaptar mensagens para as mães de crianças que receberam fototerapia para promover o aleitamento materno exclusivo”, em RNs submetidos à fototerapia, essa pode não ser nem a única e nem a principal razão para a dificuldade da manutenção do AME após a alta da maternidade.

Temos relatos (e não são poucos) de dificuldades enfrentadas pelas mães, na tentativa de amamentar seus RNs com icterícia, submetidos ao tratamento com fototerapia, tanto pela equipe de enfermagem quanto pela equipe médica.

As alegações que as mães relatam são de que ou interromper, mesmo que pelo tempo de uma mamada, a exposição à fototerapia poderia trazer erros no tratamento quanto por esses RNs estarem em unidades de terapia intensiva poderiam prejudicar a rotina do serviço.

Realmente, temos necessidade de rever alguns parâmetros no que tange ao estímulo ao aleitamento materno nas maternidades, quer seja em casos de icterícia, como de hipoglicemia ou de perda de peso.

Em muitos desses casos, o alojamento conjunto e o aleitamento materno em livre-demanda, apoiados pela equipe de saúde das maternidades, poderiam ser grande estímulo à manutenção do AME.

Publicação: Mary Ann Liebert, Inc. publishers 
Fonte: Waite, W. M., & Taylor, J. A. (2016). Phototherapy for the Treatment of Neonatal Jaundice and Breastfeeding Duration and Exclusivity. Breastfeeding Medicine (Online Ahead of Print).

DOI: http://doi:10.1089/bfm.2015.0170

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545