25/07/2016
O objetivo desse estudo foi avaliar as atitudes e o envolvimento em relação à amamentação entre os pais no norte da Jordânia que tiveram uma experiência recente com a amamentação em suas esposas e também determinar o efeito de cultura sobre o seu envolvimento no processo de amamentação.
Foi respondido um questionário estruturado para avaliar a visão sobre o aleitamento materno em 3 dimensões:
Em relação à 1ª dimensão, as taxas mostravam que a maioria dos pais demonstrava uma atitude negativa em relação ao aleitamento materno. Uma surpresa foi verificar que a média do item (Eu me sinto constrangido quando uma mulher que eu não conheço amamenta na minha frente) representava a menor média entre os itens de atitude.
Em relação à 2ª dimensão, os resultados indicaram que a maioria dos pais (81,3%)
Demonstrou um envolvimento pobre no processo de amamentação. Além disso, verificou-se que a média do item (facilitou para sua esposa amamentar enquanto visita outros) foi o menor entre os itens de envolvimento, refletindo uma participação negativa a respeito da aceitação das mulheres em amamentar na frente dos outros.
Sobre a 3ª dimensão, os resultados mostraram que existe uma significativa correlação entre o envolvimento paterno no processo de amamentação e o efeito cultural esse papel.
Os autores concluíram que esta pesquisa validou a importância do papel do pai no processo de amamentação. Os resultados mostraram que os pais no norte da Jordânia tiveram atitudes negativas e um fraco envolvimento no processo da amamentação, além de uma fraca participação no processo de amamentação e consideram este processo como fora do seu domínio.
Além disso, verificou-se que pais na Jordânia são altamente afetados pela opinião das pessoas próximas e isso pode ser refletido em seus comportamentos em
relação à amamentação. Portanto, os esforços para aumentar as taxas de amamentação devem envolver os pais, intervenções e programas para mudar
suas atitudes e sensibilizá-los sobre o seu papel no processo de amamentação.
Comentário:
Reforçando que o aleitamento materno é um processo natural, porém não é fácil e nem sempre simples, vale ressaltar que há uma gama imensa de fatores envolvidos nesse processo e que, muitas vezes, não dependem apenas da vontade e da intenção da mãe em amamentar.
Independente da questão cultural, social, econômica, a mulher se vê em luta contra vários paradigmas que podem interferir de forma significativa em sua intenção e dificultar o sucesso do aleitamento materno, tão recomendado e tão importante para o crescimento e desenvolvimento saudáveis das crianças.
Não há como atingir esse objetivo (aleitamento materno desde a sala de parto, exclusivo e em livre-demanda até o 6º mês, estendido até 2 anos ou mais) de maneira efetiva e definitiva, se não houver um esforço amplo, em todos os âmbitos (família, sociedade, cultura, governo, imprensa, mídia, redes sociais, profissionais de saúde, educação e mais).
Amamentar requer educação de todos, independente de sexo, idade, religião, raça, cor, padrão sócio-econômico-cultural. Mas, sem dúvida, quer seja pela proximidade, pelos laços afetivos envolvidos, pela questão do vínculo com a mãe e o bebê, o apoio do pai ainda precisa ser mais aceito, mais trabalhado, mais adequado, até pelo que mostram os estudos sobre a sua importância na adesão e na continuidade do aleitamento materno.
Publicação: European Scientific Journal
Fonte: Abu-Abbas, M. W., Kassab, M. I., & Shelash, K. I. (2016). Fathers And Breastfeeding Process: Determining Their Role And Attitudes. European Scientific Journal, 12(18).
DOI: http://dx.doi.org/10.19044/esj.2016.v12n18p327
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545