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Sempre nessa época

10/08/2009

No período mais frio do ano, as chances dos pequenos ficarem doentes são maiores
Por Maraísa Bueno

Entre o outono e o inverno, as atenções e os cuidados precisam ser redobrados para que as crianças não fiquem doentes. Como a umidade relativa do ar diminui nesse período, os hospitais ficam lotados e muitos pequenos, inabilitados, com gripes e outras doenças respiratórias.

Outro motivo para o aumento de crianças doentes nesse período é a exposição em ambientes fechados, como creches e escolas. O ar não circula e o ambiente torna-se propício à infecção. "A transmissão de bactérias e vírus é mais fácil, por não ter muita ventilação nesses lugares", explica o Coordenador Médico do Hospital São Luiz, Unidade Anália Franco, Mauro Borghi. Com a ajuda dele e do pediatra e homeopata Moisés Chencisnki, o Guia da Semana apresenta as principais doenças e os cuidados que é preciso ter, principalmente, durante o inverno:

- Rinite: Inflamação das mucosas do nariz que aflige tanto adultos quanto crianças. São dois tipos: a alérgica (causada por ácaros, produtos químicos, cigarros e remédios) e a não alérgica (inflamação ou problemas na anatomia das vias nasais).

- Sinusite: É uma inflamação nas cavidades existentes ao redor do nariz, - chamados também de seios paranasais ou seios da face - muitas vezes associada a um processo infeccioso. As causas mais comuns que podem desencadear a sinusite são: virais, bacterianas e alérgicas. Essa doença pode ser aguda (dura quatro semanas ou menos), subaguda, (entre quatro e oito semanas), crônica, (mais de oito semanas e pode perdurar por meses ou até anos) e recorrente (vários ataques de sinusite aguda durante um ano).

- Asma: É uma inflamação crônica das vias aéreas que determina o seu estreitamento, causando dificuldade respiratória. Isso as torna sensíveis a estímulos, tais como alérgicos, irritantes químicos, fumaça de cigarro, ar frio ou exercícios físicos. Esta obstrução à passagem de ar pode ser revertida espontaneamente ou com uso de medicações.

- Pneumonia: Inflamação e infecção dos pulmões, local onde ocorrem as trocas gasosas, causada por bactérias, vírus, fungos e outros agentes infecciosos ou por substâncias químicas. Na pneumonia, os alvéolos (onde se realiza a troca de gás carbônico por oxigênio) se enchem de pus, muco e outros líquidos, o que impede o seu funcionamento. O oxigênio pode não alcançar o sangue, e as células do corpo não funcionam adequadamente.

- Otite: a famosa "dor de ouvido" é uma doença bacteriana, muito comum em crianças. O tratamento é feito com antibióticos, sempre sob prescrição médica.

Qual a diferença?

Muito mais comuns do que as doenças citadas acima, a gripe e o resfriado atacam tanto adultos quanto crianças nessa época do ano. Muitos acreditam que ambos são a mesma coisa, mas há diferenças bem visíveis. "Gripe e resfriado são doenças virais, que afetam as chamadas vias aéreas superiores (nariz, laringe, faringe etc). Ambas acometem as vias aéreas inferiores que são os brônquios e os pulmões. Porém, o resfriado é causado por mais de 200 vírus diferentes, enquanto a gripe é causada pelos vírus influenza e parainfluenza", explica Dr. Moisés.

O resfriado dura certa de cinco a sete dias, e a pessoa raramente apresenta febre. Já um dos sintomas principais da gripe é a febre alta, por cerca de três a quatro dias e a doença dura até 15 dias. "O que aconselhamos para evitar que a criança fique doente é que ela sempre esteja hidratada. Tomar bastante líquido é muito importante, além de passar soro fisiológico no nariz e fazer inalação", completa Dr. Mauro.

E os cuidados?

O tempo em que a criança fica com febre pode determinar se é preciso ou não levá-la para atendimento médico. "Em um recém-nascido, quando a temperatura do corpo estiver acima de 37,3ºC, já é febre. Agora, em crianças maiores, entre 37,8ºC e 38ºC já é uma temperatura que pede medicação", explica Dr. Mauro.

O médico ainda completa que "quando a febre está baixa, o melhor é dar um anti-térmico e esperar de 15 a 20 minutos. Caso a temperatura aumente, dar um banho e sair debaixo da água somente quando a temperatura diminuir. Se não aparecer pintinhas pelo corpo ou a criança não vomitar, os pais podem controlar por 72h. Após isso, se a temperatura abaixar e o pequeno ainda estiver sem forças, triste, o certo é levá-lo para atendimento".

No inverno, a umidade relativa do ar fica mais baixa, deixando o ar seco, o que pode também deixar os pequenos doentes. O uso de vaporizadores é válido, desde que não fique muito próximo à criança, além de tomar os cuidados para não aconteçam acidentes. "O que recomendo mesmo é a inalação que ajuda diretamente no tratamento de algumas doenças respiratórias nas crianças", finaliza.


Colaboraram:

Dr. Mauro Borghi - Coordenador Médico do Hospital São Luiz Unidade Anália Franco e Médico Assistente do Departamento de Pediatria da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Contato: (11> 3386-1100.

Dr. Moisés Chencinski - médico pediatra e homeopata, autor dos livros Homeopatia- mais simples do que parece e Gerar e Nascer - um canto de amor e aconchego. Acesse seu site.


Esse artigo foi publicado no Guia da Semana (26/06/2009).

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545