Sempre que se pensa em crianças, a idéia que nos vem é a de felicidade, alegria, imaginação fértil, sapequice, ingenuidade e saúde.
04/08/2009
Segundo dados do IBGE, o número de filhos caiu de 6,4 por família, em 1940, para 2,3 por família, em 2006. Segundo a mesma fonte, a expectativa de vida subiu, nessa mesma época, de 42 para 70 anos. Então, o Brasil está envelhecendo? Parece que sim.
Sempre que se pensa em crianças, a idéia que nos vem é a de felicidade, alegria, imaginação fértil, sapequice, ingenuidade e saúde. Sempre que se pensa na velhice surge a imagem de amargura, declínio, doença, depressão e desgaste.
Hoje, graças aos progressos da ciência, da medicina, da tecnologia, os idosos já têm outras formas de manter seu nível de equilíbrio por muito mais tempo, atingindo uma idade mais avançada em melhores condições. Por outro lado, pelo mesmo progresso tecnológico, nossas crianças estão perdendo um pouco da ingenuidade, da espontaneidade, da imaginação saudável e até da saúde que tinham, por uma alimentação inadequada (obesidade infantil, problemas com colesterol e triglicérides, diabetes e hipertensão), pela insegurança (impedindo a atividade física regular como bicicletas, futebol, pular corda na rua) e pela ausência de um bom vínculo familiar (pai e mãe trabalhando fora, cansados ao chegarem em casa, com mais separações).
Avanços tecnológicos são fundamentais, mas não deveriam colocar em risco a nossa criança, nem aquela definida pela idade, nem a que todos temos em nós, independente da nossa data de nascimento, mesmo que ela esteja lá, bem quietinha, encolhidinha, assustada, escondida.
Quem sabe esse dia 12 de outubro de 2.009 possa representar o início do resgate dessa criança com condições para evoluir de forma íntegra e saudável com:
1) Alimentação adequada: aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida, podendo durar até 2 anos, com introdução gradativa e adequada de uma alimentação equilibrada, em casa e nas escolas;
2) Assistência médica: consultas de rotina (puericultura à adolescência), vacinação e acesso a atendimento médico de qualidade, quer de rotina quer em emergência, sob qualquer forma terapêutica ética (alopatia, homeopatia, acupuntura, entre outras);
3) Atividade física regular: que pode ser informal (que não se dedique tanto tempo aos computadores, aos videogames, aos DVDs), com ciclovias (para andar de bicicletas pelo menos aos finais de semana), locais para prática de esportes (parques e praças) como futebol, queimada, pular corda ou mesmo criando uma nova geração de atletas de nível internacional que possam defender e enaltecer o nome do Brasil;
4) Vínculo familiar: onde cada criança possa ter contato salutar e mais freqüente com suas famílias, com seus pais, mesmo os que trabalhem fora. Segundo especialistas, 30 minutos de brincadeiras diárias com os filhos podem contribuir para formar crianças mais íntegras, mais seguras e mais comprometidas.
Se essas condições mínimas fossem providas, quem sabe em algum próximo dia das crianças, possamos dar para nossos filhos, apenas brinquedos ou outro tipo qualquer de presentes porque a base, a estrutura já estaria incorporada. Ficamos tão preocupados em deixar um planeta melhor para os nossos filhos e nos esquecemos da urgência de deixarmos filhos melhores para nosso planeta.
E, com certeza, essa criança que nasceu sadia, planejada e desejada, cresceu apoiada e com uma família estruturada poderá se manter viva em cada um de nós, para sempre, independente de idade, sexo, religião e nossos idosos poderão ser vistos com a mesma felicidade, alegria, imaginação fértil, sapequice, ingenuidade, saúde que trazem dentro de si, desde que eram crianças.
Feliz Dia das Crianças.
Para todos nós.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545