29/09/2009
E agora o xixi
Passe para o controle da urina apenas quando a criança já tiver o controle das fezes.
A ingestão de líquidos à noite deve ser controlada, no máximo até 2 horas antes de deitar e ela deve ser levada para urinar antes de deitar.
No começo, meninos ou meninas aprendem a urinar sentados.
Ensinar um menino a urinar em pé é um incentivo para sua identificação com o pai e outros meninos e fica mais fácil quando a criança observa e imita outras pessoas do sexo masculino. Porém, o melhor é introduzir esse ensinamento após o menino ter aprendido a controlar o intestino, caso contrário ele pode querer ficar de pé para defecar.
De uma forma geral, comece de dia, levando a criança para tentar urinar a cada 3 horas, explicando o que vocês querem (pode até imitar o barulho do xixi caindo no vaso).
O controle diurno pode ocorrer até os 3 anos e o noturno até 5 anos de idade.
Para ambos os casos
-O controle noturno só deve começar após o controle diurno estar eficaz, a não ser que seja pela própria iniciativa da criança não querer mais fazer xixi ou cocô à noite.
-Esse controle deve começar ao mesmo tempo em casa e na escola, se possível com a mesma orientação. Assim, converse e conheça a metodologia da escola.
-Acidentes de percurso acontecem e não devem ser criticados, mas orientados. Envie mais roupas para a escolinha para evitar que a criança se sinta constrangida por ter que ficar molhada ou suja, na fase inicial desse processo.
-Nessa fase inicial, para evitar que a criança faça suas eliminações em locais inapropriados, a fralda pode ser usada no carro, em transportes em geral, em passeios, por exemplo.
-Somente quando a criança já estiver habituada a urinar no penico, passe a usar o redutor e adaptar o vaso sanitário para o seu uso, sentada, para que ela aprenda a se equilibrar e relaxar a musculatura.
-Deixe seu filho no banheiro de 2 a 3 minutos para urinar e até 10 minutos para evacuar e ajude a própria criança a jogar do penico para o vaso , depois, dar a descarga.
-As crianças descobrem que podem ter o controle na produção e eliminação de algo que sai de dentro delas. Isso é bom. E pode ser ruim, pois algumas podem não querer se desfazer dessas suas "obras". Assim, mesmo que no início dessa fase sem fraldas, elas evacuem somente na fralda, joguem as fezes no vaso, mostrando que aquele é o lugar mais adequado para o cocô.
-É legal mostrar que ele atingiu essa nova fase, mais "avançada" e peça ajuda para colocar as cuequinhas ou calcinhas que eles vão usar a partir de agora nas gavetas. É importante a participação deles durante todo o processo.
-Muitas vezes, as crianças não querem parar o que estão fazendo (ver um desenho, brincar) e tentam segurar as eliminações, na maioria das vezes, sem sucesso. Fique atento às expressões corporais que podem indicar vontade de eliminações, como por exemplo, mãos nos genitais, crianças apertando as pernas, até "dançando", pois ao invés de falar, pode estar utilizando o corpo para se comunicar.
-Evite, ao máximo, adiar essa eliminação de fezes ou urina. Leve a criança ao banheiro sempre que ela tiver vontade (mesmo que, em algumas dessas vezes, ela não faça nada).
-Acidentes diurnos são normais até os 3 anos e noturnos até os 5 anos.
-Algumas crianças podem regredir nesse processo para chamar a atenção, muitas vezes com a chegada de um novo irmãozinho, por exemplo. Aproveite a dica para dar muito amor e carinho a ele, chamando-o para participar do processo de cuidados do irmãozinho, se ele assim quiser.
Atenção: O ensino prematuro e forçado do uso do vaso imposto à criança antes da hora adequada pode fazer com que elas percam o interesse e sintam-se culpadas pelo fracasso.
Os resultados podem ser a enurese, a desistência e até a obstipação intestinal.
Se a criança não estabelecer para si própria a meta de aprender a usar o vaso, os esforços dos pais serão sempre vistos como pressão.
Elogiar o amadurecimento e o sucesso de um menino em outras esferas de seu desenvolvimento pode ser uma maneira indireta, porém importante de lhe dar apoio.
Essa matéria foi publicada no site Meu Bebezinho (25/08/2009), no site Salvem as nossas crianças (18/06/2010), no site ClickSergipe (20/06/2010), no site Diário do Sertão - Paraíba (20/06/2010), no blog Carlos Keide (04/07/2010).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545