14/09/2009
Conheça as diferenças e semelhanças entre as duas terapias
Século XVIII, Alemanha. Um médico, desiludido com o tratamento que se aplicava aos pacientes em sua época, decide se afastar de sua prática. Samuel Hahnemann não conseguia aceitar que, para eliminar os males existentes dentro de cada indivíduo, seria necessário fazê-lo vomitar, evacuar, sangrar até que, perto da morte, ele, o paciente moribundo, tentasse, na maior parte das vezes em vão, se recuperar de sua doença.
Assim, ele resolveu traduzir textos de Matéria Médica para $obreviver e, como nada acontece por acaso, enquanto analisava os trabalhos do Dr. Cullen (médico escocês), começou a elaborar uma teoria que revolucionaria os meios científicos daquela época.
Hahnemann descobriu que não adiantava lutar contra a doença porque isso não resolvia o problema. Seria necessário fazer uma aliança com o paciente para que, juntos, pudessem proporcionar alguma chance de sobrevida e, se possível, suave, harmoniosa e mais definitiva.
E assim nasceu a homeopatia, a cura pelos semelhantes.
Na teoria mais aceita até hoje, nós somos seres equilibrados que adoecem e aí se desequilibram. Hahnemann, através de uma teoria vitalista, desafiando os conceitos de sua época, concluiu que todos nós temos uma força interna, imaterial, invisível, que não se sente, que não é a nossa alma, mas que nos mantém vivos.
A esse fenômeno ele chamou Força Vital que tinha, apenas, a capacidade de nos manter sadios, mas não a de nos trazer de volta ao estado de saúde, em caso de doenças. Para isso, seria necessário um auxílio e isso Hahnemann conseguiu com os medicamentos homeopáticos.
Resumindo: nós nascemos e vivemos como seres equilibrados até que algum estímulo, intenso o suficiente, nos desequilibra e aí cada um de nós adoece de uma forma peculiar, individual, única.
A homeopatia busca conhecer os mecanismos de adoecimento de quem a procura e visa trazer o indivíduo de volta ao seu equilíbrio, mudando sua forma de reagir a esses estímulos. Esse indivíduo, uma vez equilibrado, tem o poder de se curar de seus sintomas e devolver à Força Vital a responsabilidade de sua manutenção, agora auxiliado por uma mudança em sua reatividade.
Muitos pacientes pensam que o médico homeopata fez algum curso de psicologia, porque o direcionamento da consulta nos leva a conversar sobre assuntos mais relacionados a esse tipo de aspecto do adoecimento. Temos uma noção sobre Psicologia durante o curso de medicina, mas não há, no curso de homeopatia, nada voltado a esse aperfeiçoamento. Assim, o homeopata, quando sente necessidade, pede uma avaliação e um acompanhamento psicológico de seus pacientes, assim como o faz quando, eventualmente necessita de uma interconsulta com algum especialista para conduzir melhor o seu caso (cardiologista, ginecologista, etc.)
Em meus anos de consultório, percebi uma grande resistência de pacientes em se submeter a tratamentos psicológicos. Observei que existe um pré-conceito de que a Psicologia vai trabalhar contra ele, fazendo-o mudar contra a sua vontade, tentando retirar hábitos arraigados e expor fraquezas que ninguém quer encarar.
Depois de muita conversa, concluo com meus pacientes que a Psicologia vai trabalhar junto com eles, mostrando outro mecanismo de desequilíbrio e o que esse transtorno pode ter causado em termos de seu comportamento, de seus processos mentais, seus sentimentos e pensamentos. E, ao final, paciente e psicólogo trabalharão juntos para reencontrar o equilíbrio perdido, mostrando que a cura está dentro de cada um de nós, às vezes auxiliado por algum tipo de tratamento medicamentoso.
Pensem comigo:
Nosso compromisso é com o paciente e não com essa ou aquela forma de tratamento. Tudo o que puder ser usado na busca desse reequilíbrio, desde que seja ético e cientificamente comprovado pode e deve ser aproveitado.
Se a homeopatia caminha ao lado do paciente e a psicologia caminha ao lado do paciente e ambas (psicologia e homeopatia) buscam o reequilíbrio de seus pacientes...
Tenha paciência. Só não enxerga quem não quer.
A homeopatia e a psicologia são ferramentas necessárias e úteis para que, juntas, possam fazer com que qualquer indivíduo que, por alguma razão se sinta "doente", reencontre seu caminho de paz, qualidade de vida, felicidade, auto-estima e amor. Homeopatia e psicologia: semelhantes pela cura.
Este artigo foi publicado no Site Minha Vida (11/02/2009), no blog Ana Paula Saar Santos (25/03/2009), no blog Psicologia homeopática (01/07/2009).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545