26/09/2009
"Pretendo em breve fazer um mergulho com cilindro em Ilha Grande e algumas pessoas me disseram que tenho que tomar o cuidado em não mergulhar no mesmo dia em que pegarei o avião de volta para Minas Gerais. Por que não é permitido viajar e mergulhar no mesmo dia?"
Regis Alcântara - Tiradentes - MG
O mergulho é uma atividade com alguns riscos, mesmo quando executada por pessoas habilitadas (com treinamento) e em ótimo estado de saúde (sem quadros respiratórios como resfriados, sinusites, bronquite, entre outros).
Entre os problemas mais conhecidos, mesmo que não tão comuns como se imagina, podemos citar a descompressão brusca, quadro que ocorre quando cuidados básicos não são tomados pelos mergulhadores.
Você se lembra de seu tempo de escola?
Então responda:
Qual o gás predominante na atmosfera?
Você errou se disse que é o gás carbônico (0,03%) ou o oxigênio (21%). A resposta certa é nitrogênio (78%).
Assim, quando se usa o cilindro para mergulhar, respira-se esse ar comprimido e filtrado (e não só oxigênio). Quanto mais para o fundo, maior a pressão externa exercida pela água, maior a pressão do ar inspirado para chegar aos pulmões. Aí o nitrogênio entra mais nos outros tecidos.
Quando o mergulhador emerge, a pressão cai e o nitrogênio é eliminado de forma lenta. Se a subida for muito rápida, o excesso desse gás pode formar bolhas na circulação levando a quadros graves imediatos ou até algum tempo depois.
Assim, após a subida é necessário um período de observação de pelo menos 24 horas ao nível do mar.
Se viajarmos para lugares mais altos logo a seguir, quer seja de carro, a pé, mas principalmente de avião, essa pressão cai mais rapidamente, aumentando muito os riscos da doença descompressiva.
Então, lembre-se:
Voar e mergulhar, pode.
Mergulhar e voar, não pode.
Essa matéria foi publicada no site Viajamos.com.br (06/10/2010).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545