06/09/2009
O professor e a instituição escolar têm um papel fundamental na questão da alimentação da criança.
"Um trabalho científico realizado pela doutora Eliana Cotta de Faria, da Unicamp, entre os anos de 2000 e 2007, em São Paulo, com 1.937 crianças e adolescentes de 2 a 19 anos, mostra que os índices de colesterol total, colesterol LDL (o chamado colesterol ruim) e triglicérides estavam aumentados. Nas crianças de 2 a 9 anos, essa alteração ocorria, respectivamente aos itens analisados, em 44%, 36% e 56% dos entrevistados", alerta o pediatra Moisés Chencinski.
Em vista desses números alarmantes, é importante que a escola tenha um papel de proporcionar e chamar a atenção para hábitos alimentares mais saudáveis. No caso de creches e pré-escolas que oferecem as refeições às crianças, elas devem ser bem balanceadas, com oferta variada de frutas e verduras (recomenda-se a ingestão de três a porções diárias desses alimentos).
É de suma importância também que as famílias sejam conscientizadas acerca do problema da oferta excessiva de refrigerantes, doces, salgadinhos e substâncias gordurosas em geral.
Outra questão importante em relação à alimentação das crianças menores, em especial os bebês, é que esta é uma atividade que demanda tempo e paciência. O contato com os alimentos é uma forma de a criança conhecer o mundo. Por isso, ela muitas vezes tem necessidade de pegar o alimento, afinal a sensação tátil é uma forma de conhecer. Os alimentos coloridos, como cenoura, manga, beterraba, de grande valor nutricional, despertam a atenção em função de suas cores vivas.
Danielle Wolff, do Ceduc, alerta para um problema recorrente para o qual os educadores que acompanham a alimentação devem estar atentos e preparados para resolver: o engasgo. Questão simples, se a criança estiver assistida de perto por uma pessoa treinada. Caso contrário, pode ter conseqüências sérias.
Mas a alimentação não é apenas uma questão fisiológica. Está ligada a rituais simbólicos, plenos de significados, que possibilitam mostrar à criança, conforme ela cresce, os hábitos sociais do ambiente em que ela está inserida.
Essa matéria foi publicada na Revista Educação Infantil, edição nº 1 - 2.009 (fevereiro/2009).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545