10/10/2009
Lei dos semelhantes, doses mínimas e remédios individualizados. Esse é o tripé do segundo sistema de medicina mais usado no mundo
Por Cristina Almeida
Entre todas as terapias complementares, a homeopatia é a mais popular. O princípio que fundamenta o método baseia-se no uso da lei dos semelhantes, já referida por Hipócrates no século IV a.C. Para os homeopatas, "semelhante cura semelhante". E isso significa que uma doença deve ser tratada por alguma substância capaz de provocar sintomas idênticos em uma pessoa sadia. E como o corpo reage a esse tipo de intervenção? Segundo o médico Carlos Alberto Fiorot, presidente da Associação Médica Homeopática Brasileira, essa é uma questão que intriga a todos os que observam a terapia e os seus efeitos.
A importância da consulta
Fiorot explica que a maioria das pessoas tende a pensar e a ver as coisas de forma mecanicista: o corpo é tido como algo em estado de inércia. Se ele adoece, a causa foi um motivo externo. Para reagir ou melhorar, precisa de outro fator causal: um efeito químico, molecular, etc. "Essa seria a força suficiente e necessária para aliviar ou suprimir aquele estado", diz. "Entretanto, o corpo é algo com vida própria. E se entendermos o organismo com essa mesma força, isto é, algo vivo, é fácil concluir que, se dermos a ele um tratamento que coloque essas forças em movimento, e no sentido da cura, ele dispensará fatores ou moléculas externas, que agiriam por si", completa.
O objetivo da terapia, então, é recolocar o paciente no centro do paradigma da atenção. Assim, as consultas com especialistas, que são médicos formados em escolas tradicionais de Medicina, mas têm especialização em homeopatia, serão ligeiramente diferentes. A avaliação compreenderá as dimensões física, psicológica, social e cultural, pois a doença é vista como uma expressão da ruptura do equilíbrio dessas diferentes dimensões. Exames laboratoriais e radiológicos podem ser solicitados para o diagnóstico.
"Para atingir esse fim, perguntam-se coisas que o paciente nunca poderia imaginar que um médico precisasse ou quisesse saber. Por isso, quanto mais exatas, corretas e detalhadas forem as respostas, melhor será a avaliação homeopática", diz Moisés Chencinski, pediatra homeopata e professor do Curso de Especialização em Homeopatia com ênfase em Saúde Pública e estratégias de saúde para a família, da Prefeitura do Estado de São Paulo.
O medicamento certo
Com todas essas informações, o médico estará apto a escolher um medicamento entre os 3 mil existentes. Um deles será o remédio de fundo, que deve ser tomado constantemente, além do circunstancial para início do tratamento. A base desses medicamentos são plantas e minerais diluídos em água ou álcool. E para cada paciente, um remédio determinado: pessoas com doenças iguais podem receber tratamentos diferentes.
Tire suas dúvidas antes de aderir ao tratamento
Posso usar a homeopatia como coadjuvante no tratamento alopático?
Em algumas situações, essa condição é fundamental, especialmente em pacientes com desequilíbrio orgânico grave. Exemplos disso são casos de câncer, hipotireoidismo, aids, diabetes, etc. A homeopatia será útil para o equilíbrio do paciente e sua ação pode ser de tamanha ajuda, que as doses dos remédios alopáticos serão reduzidas, porém atingirão o mesmo efeito.
Por que os remédios são diluídos?
A homeopatia se baseia no princípio da lei dos semelhantes: o que causa um mal pode curar um mal semelhante. Assim, o que dá resultado é a dose e como ela é administrada. Por isso, a experiência demonstrou a necessidade de usar pequenas doses de medicamento.
O que é método plus?
Os remédios homeopáticos podem ser ministrados na forma líquida ou em glóbulos. Quando se aplica o método plus, a regra geral é que a própria pessoa faça a diluição em água e tome, aos poucos e repetidamente, as doses.
Quais são os principais benefícios?
É um tratamento natural; fortalece a relação médico-paciente como um dos elementos fundamentais da terapêutica; promove a humanização na atenção, estimula o autocuidado e a autonomia do paciente; atua nas doenças crônicas não transmissíveis, doenças respiratórias, alérgicas e transtornos psicossomáticos, reduzindo a demanda por intervenções hospitalares e emergenciais.
Essa matéria foi publicada na Revista Viva Saúde - edição 87, pg. 54 (junho/2010) - (versão em uma página só), no site da Associação Brasil Parkinson (03/07/2010), no site da AMHB - Associação Médica Homeopática Brasileira (03/07/2010).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545