16/10/2009
Verdades e mentiras sobre a homeopatia
A homeopatia é uma especialidade médica de 200 anos, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 1980 e pelo Departamento Científico da Associação Médica Brasileira (AMB) em 1985. Mesmo assim, muitas pessoas questionam sua eficácia e ficam em dúvida quanto à sua correta utilização.
Em primeiro lugar vale lembrar que a homeopatia é exercida por profissionais que, antes de serem homeopatas, são médicos formados em escolas tradicionais de medicina. Ou seja, o médico homeopata conhece a alopatia (remédios utilizados pela medicina tradicional) e a homeopatia e pode usar, ou não, as duas da forma que ele julgar mais adequada para o benefício de seu paciente.
Seguem algumas respostas às principais dúvidas que acompanham o tratamento homeopático:
MITO 1: A homeopatia primeiro piora para depois melhorar a doença
Esta não é a intenção, mas pode acontecer. Isso porque o medicamento homeopático provoca no organismo uma doença artificial, semelhante à doença natural, mas um pouco mais forte. Assim, o paciente pode ter os sintomas agravados, mas que de forma alguma compromete o caminho de cura ou o seu estado geral. O medicamento homeopático é como uma informação de energia que o corpo vai utilizar para tentar corrigir um desequilíbrio. Se esta energia for muito forte, ou se a doença retirou energia do corpo de forma muito importante, a ação do medicamento pode ser excessiva e pode ocorrer uma leve piora dos sintomas. De qualquer forma, se esta piora ocorrer, isto é sinal de que o medicamento deve estar correto, apenas em potência um pouco elevada.
MITO 2: Podemos usar a homeopatia sem medo porque, se não fizer bem, mal não faz
Só porque a homeopatia é uma forma terapêutica mais natural e o medicamento homeopático é muito diluído, isso não significa que ele não faça mal. Devemos evitar a automedicação com tratamentos alopáticos e homeopáticos. Do mesmo modo, se a homeopatia é uma terapêutica holística, que enxerga o indivíduo como um todo, e se o tratamento é individualizado, duas pessoas não podem ser tratadas com o mesmo medicamento sem uma avaliação médica homeopática. E, se o medicamento estiver errado, em primeiro lugar, a doença vai progredir, o que já é o suficiente para que haja um malefício. De qualquer forma, aquilo que se entende como efeito colateral ou como intoxicação não ocorre durante um tratamento com remédios homeopáticos. Se isso ocorrer, provavelmente o medicamento não é o mais adequado para o caso.
MITO 3: Não podemos usar alopatia e homeopatia ao mesmo tempo
Em primeiro lugar é importante lembrar que a homeopatia e a alopatia agem por caminhos diferentes. Enquanto a homeopatia age pela lei da semelhança, por um estímulo parecido com o da doença, a alopatia age pela ação contrária à doença e/ou aos sintomas. Desde que saibamos o medicamento foi prescrito, não há qualquer problema na utilização conjunta da homeopatia e da alopatia. Esta decisão segue o critério do médico homeopata responsável pelo caso. De qualquer forma, há situações onde o medicamento alopático é absolutamente fundamental, como nos casos de câncer, AIDS e diabetes, por exemplo. Nestes casos, a homeopatia pode ser muito útil no equilíbrio do paciente, agindo de forma tal que as doses dos medicamentos alopáticos necessárias para o tratamento possam ser reduzidas, atingindo o mesmo efeito final.
MITO 4: Quem usa homeopatia não pode ser vacinado
Não há nenhuma referência nos textos homeopáticos quanto a essa recomendação de não vacinação.Alguns homeopatas são contra, outros são a favor do uso de vacinas. Para estes últimos, as vacinas, desde que usadas de forma criteriosa, são fundamentais para a prevenção de doenças graves e importantes como a paralisia infantil e a hepatite B. E mais, a homeopatia tem formas de prevenir e tratar os efeitos colaterais que podem surgir com o uso das vacinas.
MITO 5: A homeopatia funciona como um placebo
Segundo o dicionário, placebo é um medicamento inerte ministrado com fins sugestivos ou morais, ou seja, que não causa qualquer efeito. Quem conhece a homeopatia e já se beneficiou de seu uso sabe que isso não é verdade. Uma das provas desse fato é o aumento substancial de pacientes procurando a homeopatia. Outra prova é o fato de pouquíssimos pacientes abandonarem o uso da homeopatia em busca da alopatia (fato que, no caminho contrário, acontece cada vez mais). Também se alega que os médicos homeopatas, por terem uma consulta mais demorada, escutarem mais os pacientes e suas queixas e por estabelecerem um vínculo maior com os pacientes, convencem os pacientes doentes que eles não estão doentes e eles se curam. Se isso fosse verdade, como ele convenceria um bebê de poucos meses que ele não sente cólicas? E como se explicaria a crescente utilização de homeopatia na área veterinária? E, para concluir, como imaginar uma consulta em que o médico não ouça com atenção e pelo tempo necessário as queixas de seu paciente? Isso não deveria ser apenas uma característica homeopática, deveria ser uma rotina natural de todos os médicos.
Essa matéria foi publicada no site da Revista Púlpito (03/09/2009), no site DestaqueSP (08/09/2009), no site Plena Mulher (11/09/2009), no site da Revista Exclusiva (11/09/2009), no site da Chic - Automóveis & Sociedade (13/09/2009), no site Saúde à Mesa (14/09/2009), no site Revista Vigor - movimento e saúde (30/09/2009), na revista Técnicas Terapêuticas - pagina 16 - setembro/2009, no site do Jornal do Legado pg.12 (11/2009), no site Vida Integral (12/11/2009), no blog Projeto CPM (07/09/2010), no site Destaque SP (05/11/2011).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545