29/11/2009
Os culpados pelas alterações de humor durante a vida da mulher
Fatores internos e externos podem influenciar o nosso cotidiano. Essas interferências podem ser recebidas de formas diversas e podem provocar mudanças visíveis, mas às vezes inexplicáveis, em nosso dia-a-dia.
Entre os fatores internos, os hormônios são fundamentais. Atualmente, conhecemos cada vez mais os problemas que as alterações da tireóide podem provocar em nossos organismos. Mas eu quero abordar outra fonte hormonal: os hormônios sexuais como o estrógeno e a progesterona (essencialmente femininos) e testosterona (masculino).
No homem, os hormônios são liberados de forma constante durante o mês e assim ocorre pela sua vida inteira. Exceto em situações de estímulos, onde há uma maior necessidade da ação hormonal, nada, na vida do homem, varia de acordo com hormônios. Não há justificativa hormonal para alterações de humor ou inchaços. E a sua compreensão sobre uma instabilidade emocional, especialmente, mas não só a feminina, é muito reduzida e preconceituosa.
Já a mulher, que vive sob o "comando" dos hormônios durante toda sua vida, passa por fases distintas orgânicas e emocionais durante o mês, com características próprias, e visíveis aos olhos do bom observador. Com a mudança de hábitos e rotinas através dos tempos, a mulher, que ficava em casa cuidando do lar e dos filhos agora agregou, entre suas atribuições, uma participação ativa no mercado de trabalho, competitivo, antes apenas masculino.
Assim, além do ciclo hormonal interno, que pelas suas próprias características gera alterações importantes tanto físicas quanto emocionais, a mulher também está submetida aos fatores estressantes e às bruscas mudanças de seu meio externo (trabalho, trânsito, responsabilidades diferentes, entre outras).
O estrogênio, hormônio que domina a primeira metade do ciclo menstrual, costuma determinar uma mulher mais ativa, com humor estável, mais cuidadosa de sua aparência, que gosta do contato interpessoal, extrovertida e mais preocupada com o trabalho do que com a casa.
Na segunda metade do ciclo, pelo domínio da progesterona, essa mulher se transforma. Embora seja mais colaboradora e menos competitiva no seu trabalho, prefere não se expor, fica mais introspectiva, mais sensível, mais carente de atenção e sua preocupação com o "lar" excede, em muito, sua atenção com o seu emprego.
E isso acontece quando o ciclo é normal e não há gravidez. Imaginem se houver algum desequilíbrio nessa rotina hormonal. Aí é que mora o perigo. Você está próximo a uma mulher com quem tudo pode acontecer. E entre todas essas possibilidades, uma das mais temidas é a TPM.
Esse é um quadro muito comum (cerca de 30 a 40% das mulheres), que acomete o sexo feminino desde a menarca (primeira menstruação) até o climatério (menopausa), que não mostra alterações laboratoriais ou radiológicas, que não afeta órgãos específicos, mas é conhecida com Síndrome da Tensão Pré-Menstrual.
Mas como chegamos a um diagnóstico desses, se não há alterações orgânicas que a demonstrem, se sua causa é desconhecida, com possíveis interferências bioquímicas, hormonais, alimentares, stress, exercícios. Esse diagnóstico não passaria pelo primeiro estágio da assim chamada "Medicina Baseada em Evidências".
A TPM é um dos principais exemplos das doenças psicossomáticas, ou seja, uma interação entre os fatores emocionais e clínicos, gerando alteração importante na qualidade de vida.
Para "facilitar" foram descritos quatro tipos de TPM, cada uma delas com predomínio de alguns sintomas:
Tipo A (ansiedade e suas conseqüências), C (compulsão alimentar, principalmente por doces e chocolate), D (sintomas depressivos, durante os quinze dias antes da menstruação) e H (inchaço e dor nos seios, dores de cabeça, gazes e dores nas pernas). Isso se não considerarmos que, em alguns casos, existe uma mistura de sintomas dos tipos e alguns que não estão descritos, especificamente, em nenhum deles (baixa produtividade, hostilidade, choro fácil, fadiga, ganho de peso, etc.).
Entre as várias possibilidades e tentativas, a homeopatia surge como uma ótima escolha. Para a homeopatia, cada ser humano é único. Cada um sente, reage, pensa diferente do outro. Cada um de nós tem um sistema interno que nasce com a gente, que procura, antes de tudo, manter a vida e, sempre que possível, em equilíbrio, funcionando de forma suave e confortável. É uma força interna, poderosa e que nós nem percebemos sua atuação (Força Vital).
Quando sofremos alguma "agressão", quer seja por motivos internos ou externos, por bactérias, vírus ou em resposta a alimentos, emoções, hábitos de vida, essa força se desestrutura gerando sintomas.
Às vezes, até percebemos que isto está acontecendo e mais tarde voltamos a um estado de saúde. Mas muitas vezes não temos força suficiente para este reequilíbrio se realizar. Aí, além de sentir essas mudanças, elas podem nos dar alguns sinais.
Esses são os sintomas, esta é a forma de enxergarmos "aqui fora" o que está acontecendo "lá dentro" da gente, entender o como e o porquê nosso corpo está sofrendo.
Um dos grandes núcleos da homeopatia é o tratamento individualizado. Assim como cada mulher pode apresentar a "sua TPM", ela vai requerer, além de uma abordagem geral, o "seu tratamento medicamentoso específico". E acredite: isso é possível e está mais perto do que você possa imaginar, independente da fase do ciclo em que você se encontra.
A homeopatia é uma forma de tratamento holístico (que vê o indivíduo como um todo), que não prejudica o doente, que o leva a uma cura suave e duradoura, barata, e que pode ser usada com qualquer outro tipo de medicamento, sendo mais uma forma de ajudar as pessoas a se recuperarem de doenças e a se manterem saudáveis.
Atenção
O tratamento homeopático não substitui e nem dispensa uma vida saudável, sem vícios, com uma boa alimentação, exercícios físicos, uma mente equilibrada em um corpo sadio, para gerar boa qualidade de vida.
Este artigo foi publicado no Site Minha Vida (16/04/2009).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545