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Esclareça suas dúvidas sobre homeopatia na gravidez

07/12/2009

O objetivo do tratamento é melhorar a qualidade de vida da gestante...


As perguntas que me enviam são ótimas e me permitem passar algumas explicações úteis e simplificadas a respeito do assunto. No artigo abaixo, utilizei perguntas enviadas em 2008 e minhas respostas. Algumas aproveitadas na íntegra, outras apenas em trechos. Estamos no início do ano e eu aproveito para falar sobre os benefícios da homeopatia no princípio da vida: a gestação.

- É possível iniciar um tratamento de homeopatia desde o começo da gravidez? Quais são os benefícios? O que o médico deve avaliar?

O compromisso do médico não é com essa ou aquela forma de tratamento, mas sim com seu paciente. Assim, ele vai oferecer ao paciente aquilo que ele conhecer de melhor para auxiliá-lo em sua busca por saúde e equilíbrio, seja sob forma de medicamentos ou por orientações relacionadas à melhoria da qualidade de vida (alimentação, atividade física, hábitos de vida saudáveis).
A homeopatia é uma especialidade médica que pode ser usada em qualquer idade e a qualquer momento da vida. Em muitos casos, apenas a homeopatia pode ser suficiente para manter o equilíbrio da saúde e em outras vezes pode ser necessário associar algum outro tipo de medicação (alopatia, fitoterapia, acupuntura, entre outros).
A homeopatia visa acompanhar a gestante, de forma individualizada, durante o seu pré-natal e melhorar sua qualidade de vida nesse período e até o parto. Mesmo que seu homeopata não seja um obstetra, o acompanhamento pode ser feito em conjunto (dois médicos).
O remédio homeopático, receitado pelo seu médico, age de maneira eficaz e sem riscos durante a gravidez, não só aliviando um sintoma, mas também "desarmando" tendências de algumas doenças que podem surgir sem uma prevenção adequada. E isso vale tanto para a futura mamãe quanto para seu bebê (ainda dentro do ventre materno).
Essa ajuda não precisa terminar quando o bebê tão esperado nasce. A homeopatia tem função em outras fases importantes desse seu processo, como no pré e pós-operatório, por exemplo. Facilitando a cicatrização e diminuindo o sangramento. Favorecendo a contração uterina e uma recuperação mais rápida e harmoniosa.
A recém-mamãe também pode se beneficiar do tratamento homeopático para ajudar a produção e descida do leite materno, prevenir o quadro de depressão pós-parto e muitas outras situações que, se não forem diagnosticadas a tempo pelo seu médico, podem tirar um pouco da emoção e da imensa felicidade de ser mãe.

- Nesta mesma perspectiva, caso a paciente já venha desenvolvendo uma relação com a homeopatia antes mesmo de engravidar, o que deve ser levado em consideração?

A gravidez é uma fase da vida da mulher (assim como a menarca primeira menstruação, a adolescência, a menopausa) em que ela vivencia mudanças físicas (hormonais, digestivas, estéticas) e psíquicas muito características, umas agradáveis e outras não. A forma de encarar e passar por essa fase é que faz toda a diferença.
O médico homeopata, que já conhece essa mulher antes de engravidar, vai ter condições de reequilibrá-la de maneira mais harmoniosa e mais coerente do que aquele que apenas trata da mulher na gestação .
Na minha experiência, a homeopatia auxilia na prevenção, cura ou atenuação de sintomas comuns que geram um desconforto que interfere, no mínimo, no bom humor e na felicidade da futura mamãe. O médico consciencioso (homeopata ou não) deve levar em consideração vários aspectos:
- Emocionais: relacionados a essa mulher, agora grávida, ao casal e ao bebê (se a gestação foi planejada, como foi a reação do casal e dos familiares em relação ao engravidar, medos, ansiedades, preocupações, reações, mudanças);
- Físicos: Sintomas clínicos comuns da gestação e suas tendências (azia, náuseas, inchaços, sono, urina, etc.) que podem ser acompanhados durante essa fase. Desde que seja prescrita e avaliada por um médico homeopata, não há contra-indicações e nem efeitos colaterais indesejáveis com a utilização de medicamentos homeopáticos durante a gravidez.

- Para ambos os casos, qual é a diferença com a alopatia?

Desde que a alopatia seja também praticada por um profissional consciencioso, não há problemas no tratamento e acompanhamento conjunto dessa mulher, futura-mamãe. Há sintomas que precisam ser tratados e prevenidos com medicamentos alopáticos. Por exemplo:
- A suplementação com ácido fólico (medicamentos) e folatos (alimentação) para o adequado desenvolvimento do sistema neurológico do bebê;
- As vacinas que devem ser utilizadas antes de se engravidar para prevenir malformações do bebê (rubéola, hepatite);
- Os cuidados com transtornos de risco durante a gestação como a pressão arterial, diabetes, por exemplo, que podem requerer desde tratamento medicamentoso até uma internação para evitar ou indicar uma possível interrupção precoce dessa gravidez. Há lugar, sem conflito, tanto para o tratamento homeopático quanto para o alopático. É fundamental que sejam orientados por médicos especializados e criteriosos, conscientes das abrangências e limitações de suas atividades. Assim, o pré-natal pode transcorrer de forma natural, com essa nova família amparada e cuidada da melhor e mais adequada forma possível, pela homeopatia, com suas características holísticas, visando o equilíbrio de uma forma mais ampla e pela alopatia, com as indicações precisas em busca de uma gestação sem riscos e de um parto natural e saudável.

- É necessário buscar um obstetra homeopata ou os dois profissionais podem trabalhar em parceria? De que maneira?

O bom pré-natal traz uma gravidez saudável e um parto sem sustos. Assim, desde o momento do estamos grávidos o casal deve ter um acompanhamento com um obstetra de sua confiança. Se esse obstetra for um homeopata já é meio caminho andado. Caso contrário, esse cuidado na gravidez pode ser feito em conjunto obstetra e homeopata sempre em harmonia e com o mesmo fim: uma gestação tranqüila, um parto real, não idealizado e uma família participativa, como centro desse processo.
As consultas obstétricas seguem a rotina do acompanhamento gestacional com os exames, quando necessários (sangue, ultrassom entre outros). As consultas homeopáticas periódicas podem auxiliar, tanto através dos cuidados dos sintomas conhecidos que podem incomodar na gravidez (náuseas, azia, inchaços, etc.) como na prevenção de certas tendências que podem ser demonstradas através do conhecimento dos antecedentes familiares.
Assim, juntas, alopatia e homeopatia, com a mesma finalidade: a saúde.

Alerta fundamental

Cuidado. Se existe algum momento na vida em que a automedicação é ainda mais contra-indicada e perigosa... esse período é a gravidez. Sigam sempre as orientações médicas. Especialmente, porque na gravidez há medicamentos que não devem ser tomados pelo risco de causar problemas em seu bebê. Além disso, há outros remédios que podem causar efeitos colaterais e prejudicar o bom andamento da gravidez. Até mesmo um chá, por mais inocente que pareça, pode trazer algum risco se não for bem orientado. Assim, nem a medicação alopática e muito menos a homeopática podem ou devem ser utilizadas em nenhum momento da vida, muito menos na gestação, sem prescrição ou orientação médica.


Este artigo foi publicado no Site Minha Vida (29/01/2009).

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545