10/12/2009
Vocês conhecem Pitágoras?
Aquele do teorema, lembra?
Faz tanto tempo não é mesmo?
Vou refrescar sua memória:
Em todo e qualquer triângulo retângulo, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
Lembrou? Pois é. Além de ser considerado um dos grandes matemáticos da Antiguidade, Pitágoras de Samos (580 a.C. - 497 a.C.) foi um filósofo grego.
É dele uma frase que eu achei beeeemmm interessante pra gente começar:
"Observa o teu culto à família e cumpre teus deveres para com teu pai, tua mãe e todos os teus parentes. Educa as crianças e não precisarás castigar os homens."
Legal, não é?
Desde a antiguidade, alguém como Pitágoras, um matemático (da área de exatas) já tinha percebido que o caminho começa na família e através da educação das crianças.
E se é para começar, não seria interessante que fosse pelo começo?
Então só para esclarecer um pouquinho, depois dessa enrolação inicial, e de muita gente achar que não precisava falar desse teorema (chato), um conceito é importante: a primeira infância.
A gente fala tanto da primeira infância, com tanto conhecimento de causa que eu pergunto:
- O que é a primeira infância?
- Se tem uma primeira, será que tem uma segunda ou terceira infâncias?
Primeira Infância
É a fase da vida que vai dos 0 aos 6 anos de idade. No censo de 2.000 do IBGE, no Brasil, havia cerca de 23.000.000 de crianças nessa faixa de idade.
Nesse período, talvez tão ou mais importante do que a grande evolução física e neurológica, seja o papel dessa época de vida no desenvolvimento mental, emocional, de aprendizagem e de socialização dessa criança.
Na "escala de evolução das espécies", independente de como tenha sido a gestação ou o parto, o filho-do-homem parece ser sempre prematuro. Mesmo que tenha passado por uma gestação de 38 a 40 semanas, parece que ainda não era a hora certa para ele ter nascido.
O filho-do-homem não enxerga bem até perto do 3º mês de vida, precisa de ajuda para se locomover até o 7º mês (quando começa a "andar de 4", fato que os outros "animais irracionais" já conseguem pouco tempo após o parto), não sabe se sustentar sozinho em pé antes de um ano de vida (em média), não se comunica em sua linguagem verbal adequada antes dos 2 anos (em média), bem como não consegue se alimentar sozinho, com suas próprias "garras" antes de completar 3 anos.
No primeiro ano de vida, o lactente tem uma quase total dependência do mundo adulto que o cerca – alimentação apropriada (com aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida – não me canso de insistir), proteção (física e mental), cuidados com sua saúde (de novo alimentação, higiene, vacinação) e afeto.
Com o seu "desenvolvimento", até os 6 anos de vida, o filho-do-homem (e da mulher) aprimora suas habilidades de movimentação, conhecimento, comunicação, ganha um pouco mais de independência e iniciativa (nem sempre bem compreendidas pelo pais), começam a ler e a escrever e seu ambiente social se amplia (escola, festinhas, cinemas, entre outros).
Mas o mais bonito nisso tudo é que cada criança tem seu ritmo, suas características individuais, mas que são dependentes de sua condição de vida, dos cuidados recebidos e de sua organização familiar.
É sobre essa fase, a primeira infância, que vamos conversar daqui para frente. Então até breve.
Este artigo foi publicado no site Bolsa de Bebê (02/11/2009).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545