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Revista Educação Infantil - Chupeta

06/12/2009

O uso da chupeta e a hora ideal de fazer com que os bebês deixem de usá-la é outra questão que gera muita dúvida entre educadores. O ato de sugar a chupeta, assim como o dedo, substitui o seio materno, principal canal de relação de segurança afetiva e meio de alimentação do bebê. Sugar acalma o bebê que não tem o seio. O ato natural seria chupar o dedo, recurso à mão de todos.

Berry Brazelton, autor de Ouvindo uma criança (Martins Fontes), relata que alguns bebês demasiado ativos não conseguem encontrar o dedo, por isso necessitam da chupeta. Entre os estudiosos do assunto, a maioria crê que a chupeta é mais fácil de ser abandonada e menos prejudicial.

Brazelton alerta para um ponto importante: em sua leitura, a criança, quando tem momentos de excessiva ansiedade ou angústia, pode estar vivendo um momento crítico que antecede os grandes saltos de crescimento, sejam eles motores, cognitivos ou emocionais. E que forçá-las a abandonar um hábito pode fazer com que introjetem essa prática como algo negativo, que poderá reaparecer mais adiante. Muitos autores associam a chupeta a futuros vícios, por exemplo.

O fato é que, como no caso da fralda, a criança também é sensível àquilo que rege o grupo em que está inserida. Se os outros não a utilizam, mais cedo ou mais tarde, ela também deverá deixá-la. Se insistir muito no seu uso, pode estar dando algum indício de desconforto emocional ou ansiedade.

Para o pediatra Moisés Chencinski, do ponto de vista clínico, o ideal é que as crianças não utilizem a chupeta depois dos 3 anos de idade. "O ato de sugar fecha a arcada dentária e pode atrapalhar as questões ligadas à fala e à respiração. Ao sugar, o pálato da criança toma a forma de uma ogiva, encompridando o rosto", alerta.

Além desse fator, há outro a que as escolas devem estar atentas: a chupeta, por cair muito no chão, acaba sendo um dos maiores veículos transmissores de doenças entre crianças cujo sistema imunológico está em formação.


Essa matéria foi publicada na Revista Educação Infantil, edição nº 1 - 2.009 (fevereiro/2009).

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545