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Distúrbio do sono na infância traz prejuízos na fase adulta

12/01/2010

Médico chama atenção para cuidados na hora de dormir e a importância de boas noites de sono e aponta quantas horas são ideias para cada idade

Deitar sempre em um mesmo horário, falar pouco e não se agitar durante a noite, não ter pesadelos, dormir o número de horas suficiente para cada idade, acordar sozinho, recuperado e bem disposto para um dia de mais atividades. Será que todas as crianças conseguem isso? Parece até um sonho, não é mesmo? De acordo com o médico pediatra e homeopata Dr. Yechiel Moises Chencinski, sempre que houver uma alteração nessa dinâmica, o resultado pode não ser satisfatório. Começar um dia após uma noite mal dormida ou mesmo em claro costuma trazer problemas.

"Não só para a criança, mas para todos nós, um dia produtivo só pode começar após uma boa noite de sono", afirma o médico. "Nossas baterias, muito exigidas durante nosso período de atividade, são recarregadas durante a noite e, para isso, é fundamental que esse período seja vivenciado com uma diminuição da atividade metabólica. Assim, podemos carregar nossas baterias sem gastá-las ao mesmo tempo".

Para o Dr. Moises, competitividade, cobranças, obrigações, muitas atividades extracurriculares, ambiente familiar conturbado ou até mesmo doenças próprias da infância – como febres e resfriados, por exemplo –, são fatores que podem interferir no sono das crianças. "Naquelas um pouco maiores, distúrbios emocionais, inclusive ansiedade e depressão – que são mais comuns do que se imagina – também podem interferir no adormecer e na qualidade do sono", salienta.

Não há como medir o tamanho dos prejuízos. Os problemas vão desde queda de atenção e rendimento escolar, alterações na alimentação, no humor, até danos ao desenvolvimento – isso porque o GH (hormônio do crescimento) tem maior liberação na fase do sono. "Se a criança tem dificuldades à noite, essa liberação pode ser prejudicada", explica o especialista. Ele aponta que os distúrbios podem aparecer na infância e se manter na fase adulta. Insônia, distúrbio de atenção, mudanças de humor e outras alterações como obesidade, por exemplo, podem ter origem na infância.

Como tratar crianças com distúrbios do sono

"O ideal não é tratar as crianças com problemas, mas sim criar condições para que essas crianças consigam ter um ritmo e uma rotina adequados para a idade", comenta o Dr. Moises. "As rotinas devem ser estabelecidas desde os primeiros meses de idade, com limites tanto nos horários para ir para cama à noite quanto para acordar de manhã", confirma.

No caso de crianças, é comum a indicação de medicamentos homeopáticos ou fitoterápicos para o tratamento de distúrbios do sono, estresse e ansiedade em crianças, pois são de fácil acesso e não apresentam contraindicações nem efeitos colaterais.

Você sabe quantas horas as crianças devem dormir por dia?

Recém-nascido
16 a 18 horas por dia

2 a 6 meses
14 a 16 horas por dia (5 horas dessas, de sono diurno)

6 a 12 meses
12 a 14 horas por dia (3 horas dessas, de sono diurno)

1 a 6 anos
10 a 12 horas por noite
Até os 2 anos – 2 sonos diurnos de 1 hora cada
Dos 2 aos 3 anos – 1 sonos diário de 1 hora
Acima dos 3 anos – não há necessidade de sono diurno

Acima de 6 anos
8 a 10 horas por noite

Adolescentes
8 a 9 horas por noite


Esse artigo foi publicado no site Jornal Brasil (24/06/2010), no site Viver Bem (24/06/2010), no site Fofoki (24/06/2010), no site da ABP - Associação Brasileira de Psiquiatria (24/06/2010), no site da Pastoral da Saúde São João Batista/SP (06/07/2010), no Blog do Vida (17/07/2010), no site iTodas (22/07/2010), no site Salvem as nossas crianças (25/07/2010), no site da Clínica do Sono RJ (25/02/2011).

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545