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Os seis sentidos do judaísmo

26/02/2010

Visão, audição, olfato, paladar, tato e ... memória.

Se você conhece algum judeu, certamente sabe do que eu estou falando.

Foi essa memória, a lembrança constante de sua história, gerações a fio contando para gerações a fio, de bisavô, para avô, até os bisnetos, que manteve unido esse povo.

É preciso aprender a ver. Ver as coisas de forma correta, enxergar os fatos de forma verdadeira.

Depois disso, saber como falar é uma arte. Não é apenas contar uma história, mas revivê-la através das palavras para que as futuras gerações, mesmo não tendo vivenciado nada do que se conta, possam saber como repassá-la para os seus descendentes.

Se falar é importante, ouvir não é menos fundamental. Cada detalhe do que se ouve é parte integrante do todo e transforma o cenário imaginário em algo real, quase palpável.

Quem conhece uma nem tão típica família judaica, sabe que, na maioria das vezes, essas sessões de história acontecem em "chaguim" (festas judaicas) ao redor das mesas, às refeições. E, se ainda não inventaram isso na TV, as nossas histórias têm paladar e cheiro. Algumas vêm com matzot (pão ázimo consumido pelos judeus que saíram do Egito), outros com guefilte fish (bolinho de peixe, doce ou salgado, que aparece em Rosh Hashaná ou outras festas), sopas de kneidlech (alguns conhecem como esponjinhas ou bolinhas na sopa, que podem aparecer, mesmo sem festas) e outros ainda com hering (arengue que meu pai, por exemplo, come ao quebrar o jejum de Yom Kipur, com um copinho de sua vodka).

E tudo isso tem que vir regado com muitas emoções. É necessário sentir. Alguns de nossos antepassados sentiram através de seu tato, na própria pele. Outros sentiram, e ainda sentem, em suas almas e corações.

Mas nada disso teria significado, se o sexto sentido judaico não existisse. O mais completo, o que engloba os outros, o mais característico: A MEMÓRIA. O que seria de um judeu sem memória ? Difícil imaginar como esse povo conseguiria chegar até os dias de hoje sem memória.

Perder um pouco a visão ? Oivei, o que se pode fazer? Acontece.

Já não escuto como antes ? Nu !!! Fala um pouco mais alto.

E pra que serve esse nariz que temos se o olfato já não é tão aguçado ? E daí ? (Costumamos responder uma pergunta com outra pergunta. Tradition).

O paladar já não é o mesmo ? Também, pra quem já passou fome...

Mas a memória ? Essa não dá para perder. É necessário lembrar sempre. Mas e se a memória também começar a falhar ? Essa seria uma perda irreparável...

Essa é uma meia-verdade. Toda perda é importante.

Um dos bens mais preciosos que temos é a nossa saúde. E saúde vista de uma forma global. Apesar de o sofrimento fazer parte da vida do povo judeu, a alegria, as vitórias, o bom orgulho, a mishpuche (família), os naches e o mazel tov também são importantes e não podem ser deixados de lado.

Saúde. Lechaim. Para a vida.

Assim, cuidar de nossa saúde deve ter um papel importantíssimo na manutenção da vida. Qualquer perda é um sinal de que está na hora de buscar um reequilíbrio. É importante recuperar ou diminuir a velocidade e a intensidade dessas perdas. Cuidamos tanto de nossos filhos que muitas vezes nos esquecemos que, para que eles estejam bem, nós precisamos estar bem. Corpo saudável em mente saudável com memória saudável.

Porém, às vezes, é necessário recorrer a um acompanhamento médico.

A homeopatia apresenta possibilidades inúmeras, isolada ou junto com outras formas terapêuticas, de prevenir, curar ou atenuar as doenças.

É uma terapia que busca o reequilíbrio do indivíduo como um todo, através de todos os seus sentidos, cuidando inclusive de sua memória. De todas elas.

Não é necessário adoecer para cuidar da saúde. O primeiro passo é a prevenção.

Em qualquer idade, é importante buscar uma alimentação equilibrada, uma atividade física regular e hábitos de vida saudáveis, sem vícios.

E não se esqueça que os médicos, dentistas, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais estão aí para ajudar nesse caminho.

Não se esqueça disso, nunca. MEMÓRIA.

Amém.


Dr. Yechiel Moisés Chencinski - médico homeopata e pediatra. Autor do livro "Homeopatia - mais simples do que parece" - Portal: www.doutormoises.com.br

Esse artigo foi publicado no site da Glorinha Cohen em 23/12/2007.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545