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Outro surto, outro vírus

Do site WTN Saúde

Ao contrário do que muitos dizem, o atual surto de diarréia não é rotavirus, mas um parente próximo que merece atenção

11/02/2010

Quem viajou nesse final de ano para o litoral (especialmente Guarujá) ou para algumas cidades do interior de São Paulo (Olímpia, entre elas) pode ter tido o azar de sofrer de um quadro gastrintestinal com náuseas, vômitos, diarréia e dor abdominal.

Rotavírus, de novo?
Não. É um "parente próximo" por parte de vírus: chama-se norovírus. Ele foi detectado por amostras de casos ocorridos nos surtos entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010, analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz.

Interessante observar que pelo site do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) do Estado de São Paulo, ela está incluída no Manual das Doenças Transmitidas por Alimentos

Outra característica interessante é que os sintomas aparecem muito rapidamente (24 a 72 horas após o contágio), normalmente via fecal-oral, embora surtos recentes apontem para a importância dos alimentos (frutos do mar) e água, além de objetos (maçanetas, copos, talheres), com transmissão secundária para os membros da família (por higiene de mãos inadequada).

O quadro pode começar com episódios isolados de náuseas, com ou sem vômitos, sem afetar o estado geral do paciente (normalmente crianças). A seguir, pode ocorrer uma intensificação desses sintomas, associados à diarréia intensa que, aos poucos, vai levando a um quadro de moleza e prostração, encaminhando a uma desidratação. Vale ressaltar que o tempo decorrido entre o início dos sintomas, a desidratação e a transmissão para outras pessoas é muito curto, quando se levam em conta os quadros virais (no máximo 48 horas).

Não há vacinas e todos podem contrair o quadro infeccioso. Assim, a prevenção é fundamental. Higiene das mãos e dos alimentos em água corrente sempre que manipular alimentos (antes e depois) é imprescindível. Quando as mamães fizerem a higiene de seus filhos (fezes e urina) a lavagem das mãos (antes e depois) não pode faltar. É sempre mais prudente ingerir alimentos de origem conhecida, com muito cuidado com os salgadinhos e lanchinhos de quiosques, carrinhos de lanche e ambulantes na orla da praia.

Quanto antes o médico for consultado na suspeita desses casos de diarréia e vômitos (norovírus ou não), maiores são as chances de evitar uma agravação dos casos e facilitar uma recuperação rápida e sem complicações. A hidratação é fundamental. 

Nunca se automedique ou se "autodesmedique".

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545