25/05/2010
Tire mais dúvidas a respeito da alimentação de seu filho
Amassar um legume, ou escondê-lo no meio da comida, são alternativas viáveis? É melhor mostrar para a criança o que ela está comendo?
Independente do tema, a verdade é sempre o melhor caminho. Enganar uma criança para qualquer coisa pode funcionar até o momento em que ela descubra que está sendo enganada. E eles estão ficando espertos a cada dia mais cedo. É importante que os alimentos sejam apresentados à criança de uma forma agradável, sem a necessidade de maquiagem ou de grandes justificativas.
Há trabalhos mostrando que antes de dizer que não gosta de um tipo de alimento, uma criança deve experimentá-lo entre 10 e 17 vezes. Além disso, o mesmo alimento pode ser oferecido de formas diferentes (cozido, assado, purê, cortadinho, cru, inteiro). É preciso destruir a idéia de que uma dieta saudável tenha que ser obrigatoriamente chata.
Frutas devem ser servidas, pelo menos, três vezes ao dia, como sobremesa das refeições. Maçã, pêra, uva, melancia, mamão, tangerina, morango... Será mesmo que a criança precisa que alguém a engane para experimentar essas delícias??
É possível fazer um passo-a-passo didático do que uma criança precisa comer dos 6 aos 12 anos?Por exemplo, ao 6 anos, a alimentação deve ser rica em minerais e proteínas, como a carne...
É possível, mas é muito difícil. Cada criança vem de uma família, com seus hábitos e peculiaridades. Mas a composição alimentar deve ser adequada para cada faixa etária.
Para isso, é necessário consultar um especialista, como uma nutricionista ou um pediatra. Essa orientação pode ser feita sim, mas como um guia, com variações possíveis, mas é importante não "neurotizar" a alimentação. Comer deve ser visto como um ato simples e normal.
Se a criança não quiser comer de jeito nenhum o que os pais oferecem e só aceitam "besteiras", o que deve ser feito?
A primeira providência é conversar com o pediatra da criança. Ele poderá identificar algum desequilíbrio, que pode ser a causa dessa conduta. Também é importante que algumas regras sociais sejam estabelecidas. Horário e local de refeição, quantidade e variedade alimentar e forma de se comportar à mesa, são alguns dos itens a se considerar como parte da educação infantil esperada.
As substituições podem e devem ser feitas entre alimentos de um mesmo grupo. Por exemplo, você pode substituir o leite pelo iogurte, o feijão pela lentilha, o bife de carne pelo frango ou peixe...
Não negocie a troca entre grupos diferentes, sob o risco de desequilibrar uma dieta e termos, por exemplo, crianças obesas, com aumento de colesterol e triglicérides, ou anemia (por falta dos alimentos ricos em ferro, como a carne e os vegetais verdes, trocados por chocolates, biscoitos, salgadinhos e etc..).
As crianças podem fazer greve de fome? O que deve ser feito se isso acontecer? Se eu não servisse uma refeição, ele passaria o dia sem comer nada.
Como é que você sabe? Você já o deixou sem comer o dia todo? Você pode, no máximo, imaginar, que ele não comeria nada. Se o seu filho for daqueles que comem para viver, se ele comer duas bolachinhas, duas horas antes do almoço, ele precisará de um intervalo maior entre as refeições para sentir fome.
Mas, se você, ainda assim, achar que ele está comendo mal, conte para o seu Pediatra. Ele vai ouvir, avaliar o seu filho clinicamente, laboratorialmente (se ele julgar necessário) e afastar ou tratar um quadro de verminose ou anemia, que podem, de fato, atrapalhar o apetite daquele que comia muito mais do que está hoje.
Lembre-se de que, além de tudo, crianças necessitam sempre de uma refeição equilibrada, composta de grupos alimentares variados. Isso não significa, necessariamente, grandes quantidades. Desde que, através de seu acompanhamento médico, se observe um bom desenvolvimento, sem doenças constantes, não há com o que se preocupar.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545