02/05/2010
Apesar de ser o bebê quem vai receber o leite materno sempre que precisar, ele também tem suas "responsabilidades" nesse processo. Por Moises Chencinski
O bebê precisa aprender a pegar o seio materno de forma adequada para que a sucção seja eficiente. Não adianta abocanhar apenas o mamilo. Assim ele apenas "morde" e não suga.
Para uma "pega" adequada, o bebê precisa cobrir toda a aréola mamária (2 cm além do mamilo) para que a pressão exercida pela sucção seja suficiente e eficaz para trazer o bico para o interior da sua boca, aumentando em 2 a 3 vezes o seu tamanho.
Com a pega adequada, instintivamente ele aprende os movimentos de língua e mandíbula que fazem com que o leite esguiche diretamente na garganta.
O pequenino precisa participar ativamente do ato de amamentar. Afinal de contas, é a sucção correta que estimula os hormônios femininos a atuar sobre a musculatura lisa que reveste os ductos mamários, favorecendo a saída do leite materno.
O simples fato de a mãe brincar com o seu bebê já favorece a produção e a conseqüente ejeção do leite. É o famoso cheirinho de mãe. A criança sente e reconhece sua progenitora. O corpo materno idem: percebe e reconhece a necessidade de alimentar sua cria.
O hábito de chupetar o bico do seio deve ser evitado a todo custo, pois favorece o aparecimento de rachaduras. Para prevenir que seu filho faça isso, coloque-o em uma posição confortável e estimule-o a esvaziar um peito totalmente antes de oferecer o outro. Dessa forma, a lactação pode se manter por vários meses ainda.
Se o bebê se cansa com facilidade, chame-o pelo nome e faça intervalos entre a mamada de cada peito. Ao sugar 15 minutos, ele poderá ser colocado no ombro para descansar e arrotar - nem todos o fazem.
Procure, então, começar a mamada sempre pelo último peito ofertado na mamada anterior, pois este ficará com uma sobra de leite que sairá com mais facilidade quando o bebê sugar. Se ele se satisfez na mamada com apenas um dos seios, na mamada seguinte ofereça o outro.
Sugar é instintivo, acalma e dá prazer ao pequeno. No entanto, crianças com necessidades orais satisfeitas dificilmente aceitam a chupeta. O apetrecho, portanto, deve ser evitado, pois com o crescimento pode evoluir para formas desagradáveis de deglutição não nutritiva, como roer unhas, morder a extremidade do lápis, sugar o lábio ou a língua.
O mesmo vale para a mamadeira. Além disso, o mecanismo de sucção desses bicos artificiais é bem diferente da técnica da ordenha, que promove o crescimento e o posicionamento correto da mandíbula, do palato, da língua e da musculatura da face, possibilitando boa deglutição e respiração e preparando a criança para a mastigação no futuro.
Até o mês que vem com o capítulo 3 dessa saga: Amamentar – amar, mamãe e amar.
Esse artigo foi publicado no site iTodas - Mãe (13/11/2008), no site Meu bebezinho (01/12/2008).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545