18/05/2010
Pais e escolas incentivam crianças a diminuir salgadinhos e incluir frutas na merenda
Eduardo Boni
É impossível não associar crianças a guloseimas e produtos industrializados, que são mais consumidos durante o período de férias. O problema é que, na volta às aulas, as lancheiras costumam estar cheias com os mesmos produtos: são doces, biscoitos recheados e iguarias que enchem os olhos dos pequenos, mas que, do ponto de vista nutricional, não significam nada. O problema é tão grande, que muitos médicos estão recebendo em seus consultórios crianças com de três anos que já apresentam doenças típicas de adultos, como colesterol e triglicérides alterados e até mesmo diabetes.
Segundo o pediatra Yechiel Moisés Chencinski, 52, esse quadro acontece por causa do descuido na alimentação das crianças. Para ele, muitos pais acabam compensando com lanches generosos algumas das refeições essenciais do dia, como café da manhã. "Normalmente, as crianças que estudam no período da tarde, não acordam cedo. Elas acabam pulando o café da manhã, tomam um lanche não almoçam. Está errado. O lanche deve ser um complemento da alimentação diária e quando isso não ocorre, há um desequilíbrio que chamamos de Síndrome Metabólica, que acabam causando essas doenças", explica.
De acordo com a nutricionista da UNG Maria Cristina Pellicari, uma lancheira saudável deve ser rica em produtos naturais e sem aditivos químicos. "Lancheiras com alimentos à base de leite, cereais e frutas são ideais e podem ser consideradas saudáveis. Não há problema em oferecer iogurte e bolachas sem recheio para as crianças. Mas tudo deve ser balanceado", diz.
No entanto, para que essa alimentação saudável de fato ocorra, é necessário que a família crie bons hábitos. "Nesse sentido, a participação dos pais é importante para a adoção de hábitos alimentares saudáveis. Os adultos também devem manter uma dieta equilibrada por que influenciam os filhos", salienta. E completa: "É importante que a criança participe da elaboração da merenda, criando um cardápio semanal. Vale a pena negociar alimentos mais saudáveis e deixar um dia da semana liberado para que a criança escolha".
Parceria com a escola - O dilema que muitos pais enfrentam na hora de fazer a lancheira dos filhos deve ser compartilhado com a escola, já que ela tem o papel de incentivar a alimentação saudável entre as crianças.
No colégio Novo Rumo, por exemplo, a direção criou programas para evitar que os pequenos comam muitos doces e frituras. "Nós estabelecemos que a merenda, nas quartas-feiras, tem como base frutas. Além disso, restringimos o consumo de balas e doces no lanche às sextas-feiras. Outra iniciativa são as aulas na horta e de culinária, que ensinam hábitos de alimentação saudável às crianças", conta Melissa Pires, 31, coordenadora pedagógica da Educação Infantil.
O colégio Santa Rita, onde estudam os irmãos Maria Eduarda e Luis Eduardo Yamashita também incentiva a alimentação saudável. A mãe das crianças, Denilsa Aparecida Yamashita, de 45 anos, diz que procura balancear aquilo que põe na lancheira dos filhos. Ela conta que, junto às bolachas, sanduíches e sucos industrializados, que os filhos gostam, ela coloca também frutas. "Na escola, os professores pedem para as crianças levarem frutas uma vez por semana. Por isso, eles estão adquirindo o hábito de comer frutas na merenda. A Maria Eduarda gosta de banana e o Luis prefere maçã", conta.
A professora Carolina Sardinha Crispim, 22, passa pela mesma experiência com a filha Marcela, 3. "Ela gosta de salgadinhos na merenda, mas eu coloco também uma fruta. Ela não reclama e sempre come morango ou banana", finaliza.
Essa matéria foi publicada no site Guarulhos WEB (29/01/2009).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545