31/05/2010
Por Leticia Villas e Dani Soares
Hoje eu recebi o artigo abaixo e fiquei pensando nessa coisa de escolher pediatra antes do parto. Eu não quis fazer isso. Sempre que pensava no assunto, me sentia meio ridícula sentando em frente a um pediatra sem ter uma criança junto. O que eu falaria, perguntaria, conversaria? Achava mesmo desnecessário.
Mas me enganei. Quando cheguei em casa, me sentia perdida sem ter a quem recorrer com aquele bebê amarelinho de icterícia. Minha sorte é que o hospital onde ela nasceu disponibiliza um plantão no berçário por cinco dias - nem sei se isso é praxe. Senti muita falta mesmo de já ter pra quem ligar.
Aí que no primeiro ano da minha filha, ela passou por uns 4 pediatras sem que eu me acertasse com nenhum. E eu também não tive tempo de procurar um homeopata como sempre quis. Enfim, hoje em dia, acho super válido ter essa consulta "sem noção" ainda grávida!
O artigo é do Dr. Moises Chencinski é pediatra e homeopata, autor dos livros "Gerar e Nascer, um canto de amor e aconchego" e "Homeopatia - mais simples do que parece" - o site dele é www.doutormoises.com.br. Eu não o conheço, só gostei do artigo...
Atualmente, tornou-se uma prática saudável a busca do Pediatra durante a gestação. Com isso, evitam-se alguns problemas relacionados, por exemplo, a uma não adaptação do vínculo do profissional-família, quando se conhece o Pediatra apenas após o parto.
Como vocês escolheram ou pensam em escolher o pediatra a quem vão confiar a saúde de seu bem mais precioso? O mais comum é ouvir indicações de amigos, familiares, de seus planos de saúde, do Dr. Google (internet cada vez mais utilizada) e, após selecionar alguns nomes, avaliar seus horários de trabalho, localização do consultório, formas de contato (telefones do consultório, da residência, celulares, bips, e-mails, sites).
A partir daí, é interessante marcar uma consulta, por volta da 32ª semana de gestação, para conhecer esses profissionais e avaliar a empatia, a abordagem, o tipo de trabalho e condutas desses médicos. É importante que vocês se sintam seguros com o pediatra que vão consultar após o parto, já antes do nascimento da criança e confortáveis com sua aparência e de seu local de trabalho.
O conhecimento mútuo entre a família e o pediatra, iniciando uma relação de confiança e empatia, irá ajudar muito no trabalho conjunto pelo bem do bebê.
O médico atento procura conhecer todos os fatores envolvidos nesse processo, desde os sentimentos dos pais em relação à gestação, se ela foi programada, os anseios, as preocupações e necessidades dessa família em relação à criança; até sobre as dúvidas e preocupações em relação ao tipo de parto (normal, de preferência), a escolha de hospitais, alojamento.
O relacionamento do casal, medos e preocupações, experiências anteriores, estrutura econômica da família, expectativas em relação ao estilo de vida futuro são outros dados que interessam ao pediatra bem como o emprego (do casal) e a época do retorno ao trabalho, moradia (onde vai dormir essa criança) e até o efeito da chegada da criança na família e o relacionamento entre os irmãos.
Dados clínicos são fundamentais para a avaliação e prevenção de alguns possíveis distúrbios da saúde como a idade dos pais, histórico patológico das famílias envolvidas, exames laboratoriais realizados em gestações anteriores e na atual, vacinações realizadas e pendentes. A existência de alergias, infecções, os hábitos e eventuais hábitos, tais como fumo, álcool ou uso de drogas e medicamentos. O tipo sangíneo (A, B, O, ou AB) e o fator Rh (positivo ou negativo) também são de muito interesse.
Conhecendo a dinâmica estrutural da família, bem como os dados sobre sua saúde, o pediatra pode projetar algumas orientações, tanto gerais como específicas para cada caso.
Aproveitando a presença da família toda nessa consulta, inclusive os avós, se ainda não foi iniciado pelo obstetra, esse é o momento apropriado para discussão sobre as vantagens (emocional e nutricional) do aleitamento materno, técnicas, dificuldades e dúvidas sobre amamentação.
Dessa forma, todos ficam cientes que esse não é um processo que envolve apenas mãe-seio-bebê. Todos devem se comprometer a ajudar como puderem nessa difícil, porém fundamental fase de vida da família, quer seja estando ao lado dessa mãe quer seja cumprindo determinadas funções da casa que seriam de sua responsabilidade.
Tudo deve ser feito para estimular e manter o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida do bebê.
A orientação em relação às necessidades nutricionais e de saúde também da gestante pode ser feita nessa consulta, esclarecendo dúvidas e tabus, para diminuir o estresse familiar. Uma sugestão pouco citada, mas importante, é para que a grávida não manipule carnes cruas e que não mantenha contato com certos animais, como gatos, pelo risco da toxoplasmose e toxoplasmose congênita (causando problemas graves no bebê).
Essa matéria foi publicada no Portal O TEMPO - Blog Tempo de Mãe (13/04/2009).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545