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Amamentar - muito além de nutrir

23/06/2010

Quando eu me formei em 1979, a orientação alimentar que era dada em consultas de puericultura incluía a introdução do suco com um mês de vida, a papa de frutas aos dois meses, o almoço aos três e o jantar aos quatro meses.

Após 30 anos, por uma série incontável de razões, a sociedade deve busca dar condições para o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida e prolongado até os 2 anos como forma de promoção à saúde, propiciando o crescimento e desenvolvimento saudáveis de nossas crianças. Fatores relacionados à criança, à mãe, à família, à sociedade, à economia, entre outros, justificam essa transformação.

Mesmo cientes de todas as vantagens, no Brasil, de uma forma geral, ainda estamos muito aquém desse padrão. A média estimada atual do aleitamento materno exclusivo é de cerca de 3 meses e no total, até cerca de 6 meses. Esses números não são nada animadores.

Por outro lado, essa estatística nos mostra que podemos ainda trabalhar muito e temos muito a fazer para transformar essa realidade.

A informação é apenas o começo desse caminho. Não podemos assumir que todos saibam o óbvio. Precisamos informar. E essa é uma missão não apenas de médicos e profissionais de saúde. Todos somos responsáveis.

A família, a escola, os profissionais de saúde, a mídia, os órgãos governamentais são parte integrante dessa rede pró-aleitamento. Cada um tem seu papel a cumprir: informar, fiscalizar, propiciar condições econômicas, sociais, emocionais para que o bebê possa usufruir do leite materno, permitindo que ele cresça e se desenvolva dentro da totalidade de seu potencial.

Algumas informações básicas, fundamentais, óbvias:

- O leite materno é O alimento completo para o bebê até o sexto mês de vida, sem necessidade de introdução de água, chás, sucos, frutas, papinhas salgadas, fornecendo à criança todos os nutrientes necessários, em quantidades suficientes, na proporção e biodisponibilidade adequadas. Nem a mais e nem a menos.

- Nos primeiros dias de vida, o leite materno (colostro) pode aparecer em menor quantidade, é mais concentrado e é importantíssimo e fundamental na proteção do recém nascido.

- É muito importante que o bebê mame até esvaziar a mama, porque o leite do fim da mamada tem mais gordura, mata mais a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso. Após terminar o primeiro seio, ofereça o segundo seio para que ele mame o quanto for necessário até se saciar.

- Não há leite forte ou leite fraco. Existe muito leite ou pouco leite. E o pouco leite pode e deve ser estimulado, aumentando a freqüência das mamadas, oferecendo á mãe uma alimentação adequada, hidratação e condições de vida saudáveis que favoreçam a continuidade do aleitamento.

- O leite materno oferece proteção contra doenças diarréicas e respiratórias (anticorpos), contra alergia alimentar (cada vez mais comum, sendo o principal responsável, no Brasil, o leite de vaca), contra doenças de adultos cada vez mais comuns na infância (obesidade, problemas de triglicérides e colesterol).

- Evitar mamadeiras e chupetas que podem interferir na amamentação e não são apropriados para favorecer o desenvolvimento facial adequado das crianças, dificultando, assim, muitas vezes, o desenvolvimento sadio da respiração e da fala.

- A mamãe também se beneficia nesse processo, pois amamentar favorece a volta mais rápida do útero ao seu tamanho normal, diminuindo o sangramento pós-parto, prevenindo quadros de anemia (isso sem contar a perda mais rápida do peso acumulado durante a gestação). Além disso, o vínculo mamãe-bebê-papai se fortalece.

Muito mais pode e deve ser dito sobre o aleitamento materno. Mas, para concluir, quero aproveitar a informação da campanha do Ministério da Saúde, referente à Semana Mundial de Amamentação:

Amamentar é muito mais do que alimentar a criança e, em situações de emergência, torna-se ainda mais importante, pois o bebê fica vulnerável a infecções intestinais e respiratórias. Dar o peito é muito mais que oferecer o melhor alimento que existe. É dar saúde, carinho e proteção, tão importantes em momentos difíceis como nas situações de emergência.

De 1 a 7 de agosto de 2.009, todos devem voltar sua atenção para a Semana Mundial de Amamentação, cujo foco desse ano é o estímulo ao aleitamento materno em situações de catástrofes.Faça a sua parte.


Essa matéria foi publicada no site eAgora Newslink Services (27/07/2009), no site SEGS PORTAL Nacional (27/07/2009), no blog Clipping do Tato (27/07/2009), no site Guia Rio Claro (27/07/2009), no site Cadê o Nenê? (27/07/2009), no site Saúde & Lazer (27/07/2009), no site PressFloripa (28/07/2009), no site O Regional - Catanduva (29/07/2009), no portal MSN Onne - Cesar Giobbi (29/07/2009), no site Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina (31/07/2009), no site iTodas - Mãe (01/08/2009), no site Conversa de Menina (01/08/2009), no site Cada Minuto - Alagoas (01/08/2009), no Portal Sanjoanense - Piauí (01/08/2009), no site Correio da Fronteira - Amambaí - MS (01/09/2009), no site Nádia Timm revista eletrônica - Goiás (03/08/2009), no site Jurídico Brasil (04/08/2009), no Informativo Le Nipotte - Florianópolis (05/08/2009), no site Jornal da Mulher (09/08/2009), na revista Primeiros Passos - nº 11 - pag. 8 - setembro/2009, no site Meu bebezinho (10/12/2009), na Revista Materlife (30/08/2010) ou na revista digital, página 46.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545