21/06/2010
Seu filho já está dando todos os sinais de estar preparado para largar as fraldas e transpor mais um obstáculo em seu desenvolvimento: usar o peniquinho ou o vaso sanitário com redutor para urinar ou evacuar.
Muitas são as possibilidades de "treinamento" para esse momento. Se a família soube observar essa evolução, esse pode ser mais um passo a ser caminhado e não um obstáculo a ser transposto.
É mais comum, até pelo número de vezes ao dia, que a criança controle primeiro as fezes e depois a urina. Mas, há crianças que não seguem essa rotina.
Lembre-se: Cada criança é uma criança, única, individual e com suas próprias necessidades e habilidades. Aprenda a encontrar a hora mais adequada.
Essa fase pode contar com a participação de muita gente (família, escolinha, creches, entre outros) contribuindo para que essa passagem seja vivida de forma suave, harmoniosa, calma, sem traumas e com a alegria, principalmente por parte da criança, de ter conseguido.
Quando a criança entende, ela pode até começar a pedir a ajuda dos adultos cuidadores (pais, babás, avós).
Uma vez iniciado o processo, estejam preparados para não voltar atrás, pois o resgate pode ser muito mais trabalhoso.
Os dez não-mandamentos
Antes de aprender o que fazer, aqui vão algumas dicas sobre o que não fazer.
NUNCA forçar, em hipótese alguma, que uma criança aprenda o controle voluntário antes dos 2 anos de idade.
NUNCA relacionar a evacuação a coisas sujas, para evitar problemas futuros, como prisão de ventre, por exemplo.
NUNCA desacreditar na capacidade do filho aprender a usar o banheiro.
NUNCA fazer mudanças radicais.
NUNCA usar o penico fora do banheiro para evacuar ou urinar.
NUNCA permitir que o penico seja usado para colocar qualquer alimento, água, ou que a criança use-o como chapéu (por mais engraçadinho e maluquinho que possa parecer).
NUNCA retarde a ida ao banheiro quando a criança pedir.
NUNCA deixar a criança suja de urina e fezes na roupa para que ela aprenda a controlar os esfíncteres.
NUNCA diga "Faça nas fraldas mesmo porque agora pode". Essa atitude pode gerar insegurança e dar a impressão para a criança que tanto faz, que não é tão importante assim e ela pode desistir.
NUNCA critique, force ou castigue e NUNCA deixe de elogiar, estimular e orientar.
O que observar?
Para começar o controle, alguns fatores podem ser indicativos de que seu "bebê" está crescendo.
-Se já há um horário em que essa criança evacue com mais freqüência.
-Se há alguma rotina que a criança estabeleça (evacuar após as refeições, ou urinar após a mamadeira, por exemplo).
-Se a criança amanhece com as fraldas secas por alguns dias seguidos.
-Se a criança tem algum sinal indireto de que está com vontade, por exemplo, "dançar", fechar as perninhas ou segurar o "pipi" com a mão.
Controle das fezes
Normalmente, a criança evacua muito menos vezes do que ela urina em um dia. Assim, é por aí que se pode iniciar essa etapa. Inicia-se o controle pelas fezes e de dia para depois treinar a noite.
Assim, com o tempo, comece a deixar a criança sem fraldas durante o dia e leve seu filho ao banheiro algumas vezes, mesmo que ele não saiba ainda reconhecer a sua vontade.
Se existe um horário mais comum de evacuações, estimule para que esse seja o momento do penico. Se não existe esse horário, tente umas 3 vezes ao dia, sempre de 20 a 30 minutos após as refeições, por 10 a 15 minutos.
Converse com seu filho, explicando a ele o que fazer e porque fazer.
É sempre bom lembrar que o primeiro controle que ele adquire é "segurar", para não deixar sair. Até por isso, é muito comum, a criança segurar, não conseguir fazer e só evacuar mais relaxada, logo após a "tentativa frustrada", quando se coloca a fralda novamente ou na roupa mesmo. Se ele conseguir só isso, em uma fase inicial, elogie-o pelo que ele fez e não o critique pelo que não fez.
Mês que vem, o último capítulo da saga: Pode parar de comprar fraldas (yessss!!!).
Até lá.
Essa matéria foi publicada no site Meu Bebezinho (10/07/2009), no site iTodas -Mãe (02/11/2009) .
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545