21/07/2010
A relação em família é um ótimo treino para a vida adulta que espera os filhos fora de casa. Especialmente entre irmãos, fonte inesgotável de conflitos, mas também de muito aprendizado. "É uma ilusão imaginar que os irmãos devam sempre viver num mar de rosas. No mundo real as coisas não funcionam assim", comenta o neurologista infantil Saul Cypel, diretor do Instituto de Neurodesenvolvimento Integrado, em São Paulo. O pediatra Moises Chencinski, vai mais longe. Ele acredita que os irmãos sempre vão brigar, se provocar, ter ciúmes um do outro e vão esquecer várias vezes que se gostam muito.
Mas como intermediar os conflitos sem mostrar preferência por este ou aquele filho? Primeiro é preciso ouvir o argumento de cada um e entender o que está por trás da intriga. "Na maioria das brigas, ambos têm sua parcela de culpa, assim como ocorre com os adultos", lembra a psiquiatra Carolina Zadrozny da Costa, do Serviço de Psiquiatria e Psicologia da Infância e Adolescência do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo.
Para a psicóloga Rosely Sayão, todo relacionamento implica em respeitar, identificar e também negociar as diferenças entre as pessoas. São os pais que devem transmitir esses conceitos, conversando com seus filhos diariamente, prestando atenção à rotina e disciplinando-os. Além disso, devem estar atentos a possíveis agressões físicas e psicológicas entre eles, que possam afetá-los futuramente.
A psiquiatra Carolina Zadrozny lembra que quando um dos irmãos faz algo errado, é até importante os pais saberem. Quer se queira ou não, é mais comum o mais velho influenciar o irmão menor, explica o pediatra Moises. Mas nem toda influência deve ser vista como ruim. É positivo, aponta a psiquiatra Carolina, quando o mais velho ajuda o irmão mais jovem a lidar com uma série de novos aprendizados, respeitando seus limites e vontades.
Essa matéria foi publicada no site O que eu tenho? (05/07/2009), no Twitter / UOL Ciências (29/12/2009), no site ExpressoMT (30/12/2009).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545