Publicações > Meus Artigos > Todos os Artigos

VOLTAR

Rompendo velhos hábitos

15/07/2010

É preciso saber a horar de tirar a chupeta e romper o vínculo com o berço. Colunista ensina o caminho.

Os pais precisam e muito saber quando é preciso começar e principalmente quando parar, pois é bem mais difícil desabituar o pequeno de algumas rotinas que, a partir de um determinado momento, não precisam mais fazer parte da vida de seu filho.

Quando parar de dar mamadeira e chupeta?

Como já vimos no último texto, o ideal seria nem começarmos a usar esse tipo de mecanismos para favorecer mais o nosso sossego como pais, do que o real bem estar de nossos filhos.

Mas, já que isso não é possível na maioria das vezes, é importante que se estabeleçam alguns critérios.

A chupeta deve estar associada ao sono, mais precisamente ao processo do adormecimento. Assim que a criança dormiu, se ela própria não cuspir a chupeta (que é muito comum), o objeto deve ser retirado para que ela não acorde a cada vez que escape e os pais sejam obrigados a acordar e recolocá-la, seguindo esse ritual criado pela família, mesmo em crianças maiores que já sabem colocar a chupeta na boca sozinhas.

Não coloque nenhum cordão ou prendedor amarrados nela. Esses podem ser fatores importantes até de sufocamento dos bebês (se os cordões se enrolarem, por exemplo).

A mamadeira também deve estar relacionada exclusivamente ao processo alimentar. Não deve ficar à mão da criança como brinquedo ou consolo e nem deve ser oferecida para que o pequeno mame deitado e sozinho (por exemplo, à noite, não deixar a mamadeira no berço para que, caso a criança acorde, pegue sozinha sem acordar os pais).

Ambas devem ser retiradas o mais breve possível, esperando, no máximo, até os 3 anos de idade (segundo recomendação dos especialistas - odontopediatras, otorrinos e fonoaudiólogos).

Quando tirar do berço e colocar na cama?

Fiquem atentos para quando o berço, em vez de reter e proteger a criança, passa a ser um "obstáculo a ser transposto" ou quando o bebê resolve que ele quer deixar de ser bebê e crescer. Essas são ótimas dicas para iniciar esse processo, a princípio, baixando as grades do berço e orientando a criança sobre as formas adequadas e os riscos ao subir e descer, para que ela não se machuque.

Entre os 2 e os 4 anos de idade, a curiosidade, a maior capacidade física e a consciência corporal facilitam o senso de exploração do mundo ao redor. Mesmo assim, nenhuma mudança deve ser brusca e tudo deve ser conversado e explicado, mesmo que seja uma decisão já tomada. O interessante seria que a criança até participasse da escolha e da compra da sua cama nova e de seus complementos (lençóis, travesseiros etc.), sendo cúmplice dessa transformação.

Quando parar de se preocupar com os filhos?

Essa resposta eu não sei e não imagino quem possa dar, apesar de ter filhos de 27 (Renato) e 25 anos (Danilo). Talvez a grande questão não seja o não se preocupar, mas sim o quando deixar de fazer com que essa preocupação contamine a relação entre pais e filhos.

Hoje os filhos têm permanecido pouco mais tempo na casa de seus pais (até os 30 anos, por exemplo) ou enquanto estão solteiros. Parece estar em decadência a necessidade de liberdade que nós tínhamos de sair de casa para adquirir independência e liberdade.

Aceitamos (com muito prazer e até um pouco de egoísmo) muito mais os nossos filhos em casa, até dormindo em seus quartos com as (os) namoradas (os), mesmo sabendo que existe a possibilidade de um relacionamento sexual precoce com gestações indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis (DST - herpes, HPV, AIDS e outras). Assim, essa orientação precisa começar muito antes desse momento, para que quando essa hora chegue não seja tarde demais.

Muito mais poderia ser falado sobre esse assunto, mas acho que vale a pena parar nesses próximos. Pelo menos eu acho que essa é uma boa hora para parar.


Esse artigo foi publicado no Guia da Semana - Crianças (23/10/2009).

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545