02/08/2010
Pretendo fazer esse ano um safári na África (ainda não sei exatamente em qual país) e minha esposa está com muito medo da malária. Como devemos proceder para nos precavermos? Além disso, devemos mesmo ter medo ou existe um certo exagero?
Marcio Toricelli - São Paulo - SP
Não faz muita diferença para que país vocês pretendam ir. Exceto na Líbia e na Tunísia, o continente todo é habitado pelo Anopheles (mosquito transmissor da doença) que gosta de regiões quentes, ao por do sol.
O quadro não é bonito e a preocupação se justifica. É a doença infecciosa com maior número de casos no mundo (300 a 500 milhões por ano em 108 dos 194 países reconhecidos), que em 2008 matou quase 1 milhão pessoas, na África Subsaariana e partes da Ásia, sendo 90% delas crianças.
O termo malária vem do italiano medieval mal (mau) aria (ar) - o miasma dos pântanos em torno de Roma nos meses de Verão, que se acreditava ser causador de febres.
Calafrios, febre alta (no início contínua e depois com freqüência de três ou quatro dias), dores de cabeça e musculares, fraqueza de uma semana a 3 meses após a exposição são os sintomas mais comuns.
Na suspeita doença, procurem o serviço médico mais próximo, urgentemente.
Não há vacina disponível. A vitamina B12 não tem eficácia comprovada.
Usem roupas que protejam pernas e braços, se possível impregnadas com pemetrina ou deltametrina, e repelentes nas áreas expostas do corpo, renovados a cada 4 a 6 horas, no máximo, evitando ingestão, contato com olhos e pele lesada.
Durmam sempre com mosquiteiros tratados com inseticidas, em casas com telas em portas e janelas.
AIDS, tuberculose, lepra, febre tifóide, doença do sono e cólera são outras boas razões para preocupação nessa viagem, além da malária.
Previnam-se, cuidem-se e boa viagem.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545