01/08/2010
Por Renata de Grande
Se seu filho já teve resfriados, gripes, infecções respiratórias ou alergias, certamente você já deve ter ouvido alguém dizer: "É imunidade baixa!". Mas como funciona, de fato, o sistema de defesa do organismo? O pediatra Yechiel Moises Chencinski explica que não há como elevar uma imunidade normal, que não é doença. "Existe um quadro que é caracterizado como imunodeficiência, que é doença, e existem os casos de imunidade baixa, que é mais um dos mitos da medicina", diz.
Quadros de deficiência imunológica são falhas no sistema da imunidade específica. O nosso organismo é composto de agentes físicos de imunidade natural, como cílios, pêlos, muco, líquidos corporais e complementos presentes em locais estratégicos (nariz, boca, vagina, entre outros). Eles são obstáculos na tentativa de neutralizar agentes agressores, como vírus, fungo ou bactérias. Se por algum motivo esse sistema natural de defesa falhar, entra em ação um sistema de defesa mais específico, ou a imunidade adquirida. Este mecanismo é composto por anticorpos que têm como objetivo nos defender dos ataques e infecções. Se algo estiver errado com esse sistema de defesa, então se caracteriza a imunodeficiência. Esta doença é hereditária.
Então como saber se a criança está ou não doente devido a falhas do sistema de defesa? Resfriados, corrimentos, sapinhos, geralmente não são sinais que existe a imunodeficiência. O médico irá observar alguns fatores, mas não significa que a presença de um ou mais destes fatores indique a presença da doença. São eles: duas ou mais pneumonias no último ano; quatro ou mais episódios novos de otite no último ano; diarréia crônica; histórico familiar, entre outros. Resfriados frequentes, herpes ou viroses não indicam queda na imunidade. "Crianças até três anos, em média, tem um sistema imunológico imaturo, que pode facilitar a aquisição de viroses, principalmente se elas frequentam creche", explica Chencinski. O diagnóstico final é feito através de testes laboratoriais, alguns gerais e outros mais específicos, para avaliar a imunidade.
O tratamento é relativo ao tipo de quadro que a criança apresenta e quando o diagnóstico foi feito. Geralmente são administrados antibióticos, imunoglobulinas para repor anticorpos ou vacinação. Tudo vai depender da avaliação do médico.
Procure sempre orientação médica e nunca realize automedicação.
Este artigo foi publicado no site Atmosfera feminina (03/02/2010).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545