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Escolha com cuidado o que você vai comer ou pode ter uma intoxicação

13/09/2010

Embora não haja estatísticas sobre intoxicação alimentar no país, sabe-se que é comum. Por isso, vale a pena você cuidar bem dos alimentos em casa e escolher com rigor os locais onde vai comer. Os sintomas da intoxicação são mal-estar, febre, vômitos e diarréia. Ao primeiro sinal,mantenha-se bem hidratado. Se não melhorar, consulte logo um médico ou procure o hospital.

por Moises Chencinski*

A intoxicação ocorre quando ingerimos alimentos contaminados com microrganismos, como as bactérias estafilococo e salmonela. Tanto pode ser um alimento sadio não higienizado ou higienizado de modo incorreto, quanto os mal conservados e aqueles cujo prazo de consumo expirou e já começam a se deteriorar.

Não há estatísticas sobre intoxicação alimentar no Brasil, mas se sabe que é comum em especial nas áreas mais pobres e carentes até das maiores e mais ricas cidades. Claro que pode haver intoxicação em casa mesmo, seja por higiene deficiente, seja pelo consumo de alimentos mal higienizados, com prazo de validade vencido ou estragados. Mas é provável que ocorra mais em bares e restaurantes com higiene precária e nas barracas que vendem alimentos nas ruas e nas praias, por falta de higiene, manipulação e conservação incorretas.

A intoxicação alimentar pode se manifestar em qualquer pessoa. Em geral o sintoma inicial é mal-estar. Outras indicações importantes são: suor frio, moleza, fraqueza e tontura. Nas intoxicações por bactérias pode haver também febre e, logo em seguida, vômitos e diarréia.

As pessoas, claro, têm reações diferentes às intoxicações. Algumas, atingidas pelo problema, têm mal-estar, diarréia discreta e em pouco tempo se recuperam. Outras, porém, são mais sensíveis e podem apresentar sintomas mais graves — como febre, vômitos e diarréia — de maneira tão intensa que se desidratam e acabam no hospital. Intoxicações alimentares — vale destacar — são mais perigosas em crianças, cujas defesas orgânicas ainda estão em desenvolvimento, nos idosos, pelo fato de sua imunidade estar em declínio e também porque se desidratam com mais facilidade, e em pessoas imunodeprimidas.

É possível diminuir o risco da intoxicação alimentar com algumas medidas básicas. Lave sempre as mãos com sabão após ir à toalete e antes de manipular alimentos. Escolha com cuidado restaurantes onde vai fazer as suas refeições. Evite comer em barracas de rua ou na praia, pois em geral não dispõem de água tratada. Só compre carnes que tenham carimbo de certificação do Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura. Adquira frutos do mar apenas em estabelecimentos confiáveis. Higienize bem frutas, legumes e verduras. Em caso de dúvida, dê preferência a alimentos cozidos. Guarde adequadamente alimentos cozidos que se destinam a consumo posterior. Reaqueça bem, antes de consumir, alimentos cozidos que tenham sido refrigerados ou congelados.

Pessoas com sintomas, em especial nos casos de diarréia intensa e vômitos, devem consultar logo um médico ou um serviço hospitalar de emergência. O diagnóstico é clínico: o médico avalia o paciente para traçar um histórico e uma solução para o problema. Nos casos mais simples, em geral basta combater os sintomas e fazer uma boa hidratação que o paciente se recupera. Nas situações mais graves, principalmente em quem apresenta vômitos e diarréia intensa, que podem colocar a sua vida em risco pela excessiva perda de fluidos, recorrese à internação para fazer hidratação pela via endovenosa. Tal quadro é ainda mais preocupante quando se trata de crianças, de idosos ou de indivíduos imunodeprimidos. Felizmente, a grande maioria das pessoas se recupera bem. É bastante raro um adulto sadio ir a óbito em uma situação dessas.


Esse artigo foi publicado na Revista Caras – edição nº 746 - seção Saúde (22/02/2008)

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545