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Homeopatia é inacessível na rede pública de saúde

16/09/2010

Homeopatia é inacessível na rede pública de saúde

Pacientes sem convênio ou dinheiro ficam sem acesso à especialidade

O médico Ajax Rabelo Machado era cético em relação à homeopatia até viver uma experiência pessoal que mudou seus conceitos. Pediatra, ele recorreu à especialidade porque não aguentava mais ver a filha doente. E deu certo.

"Pensei: tem alguma coisa aqui que funciona", conta.

Impressionado, decidiu se especializar e é hoje um dos homeopatas mais conhecidos de Bauru. Atende pacientes como uma senhora que passou por sete médicos e fez dezenas de exames antes de chegar ao consultório dele sem saber o que tem.

Numa consulta demorada, típica da especialidade, contou que perdeu o filho há 20 anos. Desde então, sente falta de ar, sufoco no peito. Os exames sofisticados não conseguiram mostrar que o problema dela é emocional.

Já a professora Eli Ângela Camargo, 59 anos, adepta há 30 anos, precisou recorrer ao tratamento convencional ao descobrir ser portadora do vírus da hepatite C. Mas não abandonou a homeopatia. Utilizou o método terapêutico como reforço para suportar as aplicações de interferon.

Eli tem convênio médico particular e por isso o acesso é fácil a médicos da especialidade. "Acho que sou uma privilegiada", diz.

E é mesmo. Quem não tem convênio ou dinheiro para pagar consultas particulares enfrenta dificuldades.

Em Bauru, a homeopatia não é oferecida na rede municipal de saúde, apesar de três profissionais possuírem especialização na área.

O secretário de Saúde, Mário Ramos, estuda a possibilidade de aproveitá-los para que a homeopatia seja oferecida à população.

Este ano, a secretaria realizou dois concursos públicos especificamente para contratação de homeopatas, mas não apareceram interessados.

Ramos avalia que entre as vantagens da homeopatia está o custo menor dos medicamentos e a integração entre médicos e pacientes.

Médico faz campanha por inclusão
O médico pediatra Moisés Chencinski faz campanha para que a homeopatia no SUS seja considerada um direito.

Homeopata de São Paulo, ele escreveu artigo questionando o fato de o tratamento homeopático nos órgãos públicos ser previsto em lei, mas não aplicado devidamente.

Segundo ele, existem 15 mil médicos homeopatas em clínicas privadas e apenas 514 no SUS. O médico diz ainda que apenas 157 dos 3.518 municípios brasileiros oferecem homeopatia pelo SUS.

"Para piorar, o cidadão tem o direito de exigir algumas atitudes com relação à saúde e desconhece".

Chencinski cita o direito de procurar meios cientificamente reconhecidos e aprovados para cuidar da saúde. De acordo com ele, a procura por esse tipo de tratamento médico aumenta 10% por ano. Sugere a realização de abaixo-assinado. Interessados podem acessar o site:
www.semelhante.org.br.

Naturais
O vereador José Carlos Batata (PT) apresentou na Câmara de Bauru projeto que propõe a criação de programa alternativo de saúde pública. A proposta prevê o oferecimento gratuito à população de terapias naturais. Ele busca pareceres a favor da proposta.


Este artigo foi publicado no site Bom Dia Bauru (19/11/2007), no Notícias Linsnet (19/11/2007), no site da Prefeitura Municipal de Sabino (19/11/2007), no site da Sociedade Brasileira dos Cirurgiões-Dentistas (20/11/2007), no site do IBQGP - O Instituto Brasileiro de Qualidade & Gestão Pública (21/11/2007), no site SUS fácil - Saude On line (27/11/2007).

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545