Às vésperas de mais um dia das crianças, muitos pais, tios e avós ainda estão em dúvida de como presentear os pequenos. Por vezes, ir às compras nessa época parece uma tarefa desafiadora, afinal, algumas crianças parecem já ter "tudo", outras são difíceis de agradar e sempre aparece o dilema entre dar algo "útil" ou um brinquedo. Motivo de alegria e festividades, a data pode ser também de ansiedade para toda a família.

Para a especialista em Psicopedagogia e em Educação Especial, Maria Irene Maluf, antes de qualquer coisa, é preciso lembrar que o Dia das Crianças remete à infância, que conjuga perfeitamente com o verbo brincar. "Essa atividade é indispensável para o desenvolvimento emocional e cognitivo. Além disso, a criança usa o brinquedo para a sua socialização e amadurecimento. Eles são fáceis de escolher, acessíveis a todos e dificilmente serão pouco apreciados e não cumprirão a tarefa de ensinar, divertir e enriquecer a vida lúdica", disse.

A escolha por um brinquedo, entretanto, deve estar adequada à idade e ao interesse da criança. "Alguns pais tendem a comprar peças recomendadas para idades maiores que as das crianças esperando que o novo objeto acelere o processo de desenvolvimento, mas o que acontece é o desestímulo e desinteresse", afirma o pediatra Moises Chencinski, autor do livro Gerar e Nascer – Um Canto de Amor e Aconchego.

Maria Irene destaca que é importante levar em consideração também o merecimento da criança, assim como a condição financeira dos pais para oferecer determinado presente nesse momento. "Muitas vezes os pais apostam em brinquedos mais sofisticados, até mesmo tendo um gasto maior que o orçamento familiar permite. Eles se sentem culpados pela ausência imposta pela vida profissional e tentam suprir com dinheiro e bens materiais. O presente ter que ser sempre acompanhado de carinho, um abraço, um beijo e de um valor sentimental muito além do preço", comentou.

Essa matéria foi publicada no site da Folha Metropolitana (09/10/2010).