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Broncas e castigos podem ser usados com orientação

09/11/2010

por Heloísa Noronha

Todas as atitudes levam a consequências. As atitudes boas levam a recompensas. As atitudes inadequadas devem levar a punições. A questão é acertar a dose. Nem muito pesada que possa inibir ou gerar grandes traumas, nem muito leve que não tenha nenhum significado e não cumpra a função de orientar.

Antes de tudo, deve-se conversar sempre. Explicar, orientar, mostrar o caminho por meio de exemplos. Mas também não se deve exagerar na conversa. Mostrar a insatisfação com alguma atitude pode ser um bom começo. Lembre-se de que a educação requer repetição. E se percebemos que um modelo não surte o efeito desejado, podemos mudar a direção.

Castigos podem ser usados, mas punições físicas devem ser evitadas. Bater em uma criança é um ato que demonstra muito mais nossa insegurança, nossa inaptidão em resolver uma situação do que uma real opção de educar.

Não comprar um brinquedo desejado, dormir mais cedo, não ir a um passeio ou a uma festinha programada, sempre após aviso sobre essas possibilidades, são, na maior parte das vezes, posturas muito mais eficientes, sempre que combinadas com um bom papo antes e depois, independentemente da idade.

Sempre que possível é melhor recompensar um comportamento certo com beijos, elogios, carinhos e passeios do que o castigo para punir coisas erradas.

“A reprovação deve ser exposta para a criança com calma”, diz a pediatra Miriam Ribeiro de Faria Silveira, presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). “Ouça as explicações da criança sobre suas atitudes e seus porquês, tentando ao máximo entendê-la. As menores de 2 anos e as que ainda não entendem captam melhor a linguagem não-verbal, as manifestações faciais de desagrado”, explica. “Após ouvi-la e analisar os fatos, recoloque as regras, dando mais uma chance para que elas possam tentar acertar numa próxima ocasião”, aconselha.

Para a pediatra, as restrições, em geral, são vividas com muito ressentimento por parte das crianças e devem ser evitadas. Falar sobre os sentimentos ainda é a melhor saída.


Essa matéria foi publicada no site da UOL - Estilo - Comportamento (09/11/2010)

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545