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Equilíbrio contra doenças

25/12/2010

A saúde das crianças pode melhorar com a homeopatia, especialidade médica que busca tratar não apenas o problema, mas a pessoa como um todo

Toda noite era a mesma luta, a pequena Maria Júlia, de apenas 3 anos, ficava com o nariz trancado e não conseguia dormir. Seus pais, obviamente, também não. "Tá difícil respirar", "Meu nariz tá escorrendo", "A boca tá seca" (por tentar puxar o ar pela única entrada desobstruída): estas são algumas das frases que a relações públicas Gracieli Modanez cansou de escutar, vindas da filha, que desde os 2 anos sofria de rinite.

Avessa a remédios alopáticos (principalmente descongestionantes nasais, já que seu pai perdeu parte da capacidade olfativa por uso prolongado desse tipo de medicamento), a mãe consultava um médico adepto de métodos alternativos, que recomendava lavar o nariz da pequena Maria Júlia esguichando soro fisiológico com uma seringa dentro das narinas. "Hoje, que minha filha está com 12 anos, ela usa esse método sem sofrimento, mas quando era pequena dava dó", comenta Gracieli.

A saída foram umas "bolinhas doces", que, para a garotinha, pareciam pequenas balas. A mamãe descobriu a homeopatia, e, após alguns meses de uso regular, as crises de rinite amenizaram a ponto de Maria Júlia dormir "como um anjo", e seus pais poderem repousar a noite toda.

Bolinhas doces
Quem não conhece alguém que conseguiu tratar um problema de saúde com homeopatia? E outra pessoa que diz que tentou, mas não alcançou êxito? Apesar de despertar a desconfiança de muitos e ser valorizada por tantos outros, vale ressaltar que a homeopatia é uma especialidade médica, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. "A homeopatia visa tratar o indivíduo como um todo, e não apenas seus sintomas ou doenças. O foco do tratamento é a manutenção do equilíbrio do paciente, que leva a um resultado suave e duradouro, barato, e que pode ser usado com qualquer outro medicamento, independentemente da doença ser grave ou não", explica o pediatra especializado em homeopatia Yechiel Moises Chencinski.

Embora as "bolinhas doces" sejam as mais conhecidas, os medicamentos podem ser utilizados na forma líquida (gotas com base alcoólica diluídas em água), como glóbulos (bolinhas) e até em pó, acondicionados em pequenos envelopes de papel.

Desde o pré-natal
O pediatra afirma que a homeopatia pode ser utilizada por crianças em qualquer faixa etária, inclusive através da futura mamãe. "Desde recém-nascidos, as cólicas, os gases e as regurgitações podem ser controladas pela homeopatia. E dessa fase até a adolescência não há casos em que a homeopatia não possa ser usada".

Enquanto ainda está gestando o bebê, a futura mamãe pode utilizar a homeopatia para amenizar azia, prisão de ventre, inchaço, cólicas, dores abdominais etc. E o bem-estar proporcionado reflete diretamente no bebê. Após o nascimento, o tratamento costuma ser empregado em casos de cólicas, gases, dores causadas pelo nascimento dos primeiros dentinhos. Já na infância e adolescência, a homeopatia pode auxiliar no controle de ansiedade, rinite, asma, dores musculares oriundas do crescimento, acne, enfim, praticamente todos os problemas de ordem física, psíquica e emocional.

"Todos esses benefícios são possíveis porque o médico homeopata tenta conhecer as formas de adoecimento de cada indivíduo, que diferem entre si, para trazê-lo ao equilíbrio. Se a homeopatia trata o indivíduo, tentando mantê-lo sadio ou trazendo-o de volta ao seu estado de saúde, e ele se cura, significa que ela pode tratar qualquer indivíduo e, assim, qualquer tipo de doença", frisa Yechiel

O especialista ressalta que é importante que o medicamento seja receitado por médico homeopata (pediatra, de preferência), após consulta e avaliação específicas.

Homeopatia combina com alopatia
Uma dúvida frequente entre os pais que desejam buscar tratamento homeopático para os filhos é a possibilidade de aliar medicamentos convencionais (alopáticos) com os homeopáticos. O pediatra diz que a combinação pode ser feita não apenas com alopáticos como com outros tratamentos, como a fitoterapia, acupuntura, entre outros. "Cada caso deve ser analisado individualmente. Em alguns casos, a homeopatia pode ser usada de forma isolada, e em outros podemos associá-la a outras formas terapêuticas. Caberá ao médico homeopata identificar a capacidade de reatividade de seu paciente para saber se apenas o tratamento homeopático será suficiente para resolver os problemas".

Efeitos colaterais
"A homeopatia não apresenta nenhum efeito colateral indesejável. Às vezes, algum sintoma novo aparece ou um antigo ressurge através do tratamento. Nesses casos, o médico sempre deve ser consultado para uma orientação sobre a evolução do tratamento", diz o pediatra homeopata Yechiel Moises Chencinski

Nossa fonte
Yechiel Moises Chencinski é pediatra especializado em homeopatia e professor do Curso de Especialização em Homeopatia com Ênfase em Saúde Pública e Estratégias de Saúde da Família, da Prefeitura de São Paulo em convênio com o Ministério da Saúde.


Essa matéria foi publicada no site e na Revista Na Mochila (11/12/2010).

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545