03/03/2011
Agora que os mitos foram esclarecidos, que você já sabe que nem tudo que reluz é ouro e nem tudo que é natural é homeopatia, e que o médico homeopata não tem nada de anormal, cabe a pergunta: então o que de fato é a homeopatia?
Essa não é uma resposta tão simples. Vamos começar esse mês esclarecendo uma grande dúvida das pessoas que querem se tratar com homeopatia: Como é uma consulta homeopática?
A consulta homeopática é composta de duas partes:
1) Consulta tradicional:
O médico homeopata, antes de ser homeopata, se formou em Medicina (como qualquer outro médico "normal" que você conheça). Assim sendo, inicia-se a consulta pela identificação do paciente, ouvem-se suas queixas e se procura saber o que o motivou a procurar o médico. Os outros passos da consulta tradicional são seguidos, inclusive com exame clínico (sim, o médico homeopata examina seus pacientes), exames laboratoriais (sim, o médico homeopata pede exames e sabe analisá-los), e o diagnóstico clínico.
2) Consulta não-tradicional:
Além da formação em Medicina, o Homeopata se especializou em uma doutrina médica diferente que requer um conhecimento a mais para tratar de seu paciente. A Homeopatia é uma especialidade médica. Assim sendo, partimos para a avaliação do paciente como um todo.
E olha que vamos querer saber muita coisa da sua vida. Vamos perguntar sobre coisas que você nunca poderia imaginar que um médico precisasse ou quisesse saber. Por conta deste fato, quanto mais exatas e corretas e detalhadas forem suas respostas, mais você estará contribuindo para a avaliação homeopática mais adequada, projetando uma maior chance de acerto do seu remédio.
Alguns exemplos?
• Em relação ao seu sono: como você dorme, se você tem alguma posição de preferência, horário que você dorme melhor, quantas horas de sono são suficientes para você, como você acorda, etc (isso mesmo, tem etc.).
• Em relação ao seu apetite: o que você come, o que detesta comer, o que faz mal, o que não consegue comer de jeito nenhum, horário de fome, se come muito, pouco, se sacia com facilidade, e pra variar, mais etc.
É importante: a forma de perguntar e as perguntas que são feitas.
É importante: a forma de responder e as respostas que são dadas.
É importante: o entendimento adequado destas respostas e suas interpretações.
Juntando estas respostas com as avaliações clínicas (sim, o médico homeopata vai examinar você), laboratoriais (sim, o médico homeopata pede exames), radiológicas (sim, o médico homeopata pode pedir radiografias, tomografias, ressonâncias magnéticas e sabe avaliá-las) ele escolherá um remédio (entre os cerca de 3.000 medicamentos homeopáticos conhecidos até agora) que deverá ser o seu "remédio de fundo" ou seu "remédio circunstancial" para iniciar o seu tratamento.
IMPORTANTE: NÃO SAIA DA CONSULTA COM DÚVIDAS SOBRE O TRATAMENTO.
Então tá.
O médico pergunta. O paciente responde. As conclusões são tiradas. A receita está pronta. O paciente não tem mais dúvidas. Aí é só correr pro abraço e comemorar a cura? Lógico que não. Aí é só o começo do processo de tratamento.
Com a receita na mão, o paciente procura uma farmácia homeopática (não de manipulação, não naturalista, não tradicional, não fitoterápica, não etc).Com o medicamento homeopático na mão, segue as instruções adequadas.
- Que instruções ?
1) Como guardar o medicamento?
2) Como tomar o remédio (horário, refeições, modo de tomar, etc)?
3) O que observar durante o tratamento?
- Sei !!! E o que eu preciso observar?
Só tudo.
- Tudo?
Isso mesmo. Observar tudo o que acontece com você após iniciar o uso do remédio.
1) Tudo o que você tem que some.
2) Tudo o que você tem que se modifica.
3) Tudo o que você não tem, que aparece.
4) Tudo o que você teve um dia que volta.
5) Alterações de humor, apetite, transpiração, sono, hábitos intestinais, etc (lá vem o etc. de novo).
Enfim, tudo aquilo que acontece durante o tratamento é importante. Ainda mais agora, depois da consulta (e de ler as informações contidas aqui) quando você já está aprendendo a se observar de forma holística.
- E pra que serve tudo isso ?
Isso é fundamental para que o médico possa, na consulta seguinte, avaliar se o remédio que ele escolheu foi o mais adequado (simillimum) ou apenas adequado (similar) e, a partir destas informações, continuar o seu tratamento.
Essa matéria fo publicada no site Plena Mulher (28/02/2011)
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545