02/04/2011
A homeopatia é uma especialidade médica de mais de 200 anos, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira. Trata os pacientes de uma forma holística e não, exclusivamente, seus sintomas. O homeopata vê o indivíduo como um todo e tenta mantê-lo equilibrado através de medicamentos, as famosas bolinhas de lactose. Apesar de parecem tão frágeis e terem sabor adocicado, que mais lembra uma bailinha, costumam ser muito eficazes.
"O medicamento trata o indivíduo como um todo, com suas características individuais e não cada uma de suas doenças. As doses míninas são o mais difícil de aceitar, porque quanto mais diluído e mais energizado através de sucessões, menos matéria. Em compensação, mais energia terá o medicamento, aumentando seu poder curativo", explica o pediatra e homeopata Moises Chencinski e autor do livro "Homeopatia mais simples que parece" (Editora Yechiel Moises Chencinski).
- Como é a consulta?
- Que tipo de perguntas o homeopata faz ao paciente?
- Como saber se a medicação está sendo eficaz?
- Quais são os benefícios da homeopatia?
- Como são prescritos os medicamentos (as tais bolinhas de lactose)?
- Quais são as principais diferenças entre homeopatia e alopatia?
- Os homeopatas também admitem o uso de medicamentos alopatas?
- Em que casos a homeopatia é mais indicada?
Como é a consulta?
"A consulta homeopática busca entender como é o paciente quando ele está bem e quais são os mecanismos pelos quais ele adoece. Para isso, o médico escuta atentamente as queixas, estreitando muito a relação médico-paciente, o que favorece o acompanhamento e o tratamento. Desde que seja prescrita e acompanhada por um médico homeopata, não há contra-indicações e nem efeitos colaterais indesejáveis com a utilização de medicamentos homeopáticos", informa Chencinski.
A consulta homeopática é composta de duas partes: tradicional e não tradicional. "A consulta tradicional inicia-se pela identificação do paciente. O médico ouve suas queixas e procura saber o que o motivou a procurá-lo. Na consulta não tradicional, o homeopata pergunta sobre coisas que o paciente nunca imaginou que um médico precisasse ou quisesse saber. Por conta deste fato, quanto mais exatas e corretas e detalhadas forem as respostas, mais o paciente estará contribuindo para a avaliação homeopática mais adequada, projetando uma maior chance de acerto do seu remédio", diz o homeopata.
"Em relação ao seu sono: como você dorme, se você tem alguma posição de preferência, horário que dorme melhor, quantas horas de sono são suficientes para dormir e como acorda.
Em relação ao apetite: o que come, o que detesta comer, o que faz mal, o que não consegue comer de jeito nenhum, horário de fome, se come muito, pouco, se sacia com facilidade".
Até a forma de responder e as respostas que são dadas são avaliadas. Juntando estas respostas com as avaliações clínicas e laboratoriais, o homeopata escolherá o remédio. "Existem cerca de 3 mil medicamentos homeopáticos conhecidos até agora e um deles deverá ser o seu remédio de fundo ou o remédio circunstancial para iniciar o tratamento", diz o pediatra.
De acordo com o doutor Moises Chencinski, o primeiro passo para que o tratamento dê certo é que o paciente jamais saia da consulta com dúvidas sobre o tratamento.
Se o paciente em questão for a criança, é imprescindível que os pais façam todas as perguntas que acharem necessárias. "Durante o tratamento é fundamental que o paciente aprenda a se conhecer e observar tudo o que acontece após iniciar o uso do remédio".
Para saber se a medicação está sen.do eficaz, deve-se observar alguns detalhes, como: tudo o que tem que some; tudo o que tem que se modifica; sintomas que não tinha antes, mas que apareceram; sintomas que voltaram e alterações de humor, apetite, transpiração, sono, hábitos intestinais, entre outros.
"Isso é fundamental para que o médico possa avaliar na consulta seguinte se o remédio que ele escolheu foi o mais adequado ou apenas adequado e a partir destas informações continuar o tratamento", orienta o homeopata.
"Não há efeitos colaterais indesejáveis. Não há restrições de idade, sexo, raça para o tratamento homeopático. O custo do tratamento homeopático, mesmo a longo prazo, se comparado a outros tipos de tratamentos, também é bem mais acessível, favorecendo todas as camadas da população.
Uma das grandes características do tratamento homeopático é que o paciente é co-responsável pelo seu tratamento. Assim, para ajudar o médico, o paciente precisa se conhecer melhor e de uma forma mais ampla. Com esses dados, o paciente pode perceber mudanças e ajudar o médico em seu tratamento.
É uma terapêutica médica, holística (que vê o paciente em sua totalidade e não em partes doentes), suave, harmoniosa e duradoura", diz Chencinski.
"O médico homeopata utiliza os recursos diagnósticos disponíveis para tratar seu paciente: inicia com uma consulta médica e passa pelo exame clínico, pede exames complementares (de laboratórios e de imagem, como radiografias e ultrassom) e chega aos diagnósticos (clínicos e cirúrgicos, além de outros inerentes à especialidade homeopatia).
O médico homeopata também dá orientações sobre alimentação, atividades físicas, higiene e vacinação.
Os medicamentos podem vir em várias formas (glóbulos, líquidos, envelopes) e apresentam características específicas de acordo com a necessidade de tratamento avaliada pelo médico.
Podem ser dados em apenas uma dose ou em várias. O ideal é que se tome o medicamento um pouco distante das refeições, cerca de 30 minutos antes ou depois. E, ao contrário do que se pensa, o medicamento homeopático não demora para fazer efeito, nem piora os sintomas para depois melhorar e pode ser utilizado junto com outros tratamentos", explica o pediatra e homeopata Moisés Chencinski.
"Não saberia te dizer a principal diferença. A forma de abordagem é uma delas. A homeopatia avalia o paciente como um ser completo e não trata, separadamente, suas partes (seu estômago, sua cabeça, seu sono).
A homeopatia busca tratar o indivíduo como um todo, equilibrando-o e, com isso, conseguindo com que o indivíduo se cure", diz o médico.
"O tratamento homeopático não exclui a necessidade de uma alimentação equilibrada, atividade física regular e hábitos de vida saudáveis, assim como a necessidade e a validade de todos os outros tipos de medicamentos e tratamentos sérios, prescritos por especialistas, como alopatia, fitoterapia, acupuntura e florais, por exemplo.
Desde que orientadas por profissionais sérios, com critérios, todas estas formas de tratamento tem suas aplicações e suas limitações. Essa prática médica é conhecida hoje como Medicina Integrativa, que não deve ser confundida com a medicina Alternativa, por ser mais ampla, independente da linha terapêutica e com métodos reconhecidos em benefício do paciente", alerta o homeopata.
"O tratamento homeopático é mais conhecido por sua ação em doenças crônicas, como as alergias, mas pode ser usado em pacientes que apresentem desde quadros agudos, até outros tipos de patologias, desde que avaliados adequadamente pelo médico homeopata em uma ou mais consultas.
Como a homeopatia é um tratamento que se usa para equilíbrio de indivíduos, ela pode ser usada em qualquer faixa etária (gestantes, recém-nascidos, crianças, adultos e até a terceira idade) com boa aceitação e sem efeitos colaterais indesejáveis", conta Chencinski.
Por falta de informação, muita gente confunde homeopatia com varias formas de medicina alternativas. O que não é homeopatia?
"Por força do hábito, tudo aquilo que não é químico, que não é remédio tradicional e que é considerado natural foi agrupado em um pacote e se considera que seja homeopático.
Isso não é verdade e muitos deles, mesmo sendo de fontes da natureza, são tratamentos alopáticos, que vão buscar tratar um sintoma e não equilibrar o indivíduo como um todo. Isso não significa que um médico homeopata não possa prescrever uma ou outra.
Apenas que isso não é homeopatia. Cada uma destas formas terapêuticas tem sua aplicação e seus limites e devemos saber como e quando utilizar cada um destes instrumentos de cura. Independente de qual forma terapêutica se utilize, esta deve ser prescrita, receitada e indicada apenas pelo profissional da área.
Nunca use a receita de seu amigo, da sua vizinha, da prima, ou por ter lido algo interessante, que parece que serve para você, em livros para leigos, sobre qualquer um destes assuntos", diz Chencinski.
O médico lembra que até 1980, a homeopatia não era reconhecida pelos órgãos oficiais médicos do país e era vista como terapia alternativa. O mesmo ocorre atualmente com outras práticas terapêuticas não médicas.
"Cada uma destas formas terapêuticas tem sua aplicação e seus limites e devemos saber como e quando utilizar cada um destes instrumentos de cura. Independente de qual forma terapêutica se utilize, esta deve ser prescrita, receitada e indicada apenas pelo profissional da área. Nunca use a receita de seu amigo, da sua vizinha, da prima, ou por ter lido algo interessante, que parece que serve para você, em livros para leigos, sobre qualquer um destes assuntos", conta o médico.
Além da homeopatia, a única prática reconhecida como especialidade médica é a acupuntura (que faz parte da Medicina Chinesa).
"Apesar de mexer com o fluxo de energia não utiliza medicamentos para isso e sim agulhas. Ela busca o equilíbrio através de estímulos ou sedação de alguns pontos específicos, conforme o caso, desbloqueando a passagem da energia e permitindo sua circulação e distribuição pelo organismo", explica o doutor Chencinski.
Dentro da concepção chinesa, a doença é uma manifestação de desequilíbrio, e a acupuntura seria uma forma de readquirir a harmonia perdida. Entre as doenças tratáveis pela acupuntura estão: dores em geral, especialmente do aparelho músculo-esquelético, gastrite, stress, distúrbios hormonais, insônia, asma, distúrbios menstruais, paralisia facial, sinusite, incontinência urinária.
Essa matéria foi publicada no site da Chris Flores (28/03/2011)
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545